Crédito pessoal para jovens: que soluções existem?
Recorrer a um crédito pessoal para jovens é uma forma de obter financiamento para aquele projeto pessoal ou profissional que ambiciona. Descubra, neste artigo, as várias opções possíveis e quais as suas características.
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Continuar a estudar, criar o próprio negócio, viajar ou mobilar a casa são sonhos que precisam de investimento financeiro para se tornarem realidade e nem sempre os mais jovens têm meios financeiros para tal. Se é o seu caso, pedir um crédito para jovens é uma das opções possíveis para ultrapassar esta limitação.
4 soluções de crédito pessoal para jovens
Quando se é jovem, multiplicam-se os projetos de vida e para cada necessidade de financiamento existe, pelo menos, uma solução de crédito possível. Algumas têm até melhores condições para esta faixa etária, facilitando assim os passos necessários para transformar sonhos em realidade.
1. Crédito pessoal formação para jovens
O crédito pessoal formação é um tipo de crédito ao consumo que tem como objetivo financiar a educação. Pode ser usado para obter uma certificação profissional ou para financiar uma formação no ensino superior (como uma licenciatura, MBA, mestrado, doutoramento ou pós-graduação) em Portugal ou no estrangeiro.
O montante que é concedido pode ser usado para todas as despesas relacionadas com a formação, como matrículas, propinas, materiais tecnológicos e didáticos ou deslocações.
Um crédito formação é uma solução para jovens que queiram financiar os seus estudos, mas pode ser usado por pessoas de qualquer idade e que tenham o mesmo objetivo. A principal vantagem deste tipo de empréstimo é que as taxas de juro praticadas (e que influenciam o valor da prestação mensal) são mais baixas do que as de um crédito pessoal sem finalidade definida.
No caso do Crédito Formação Cofidis, o financiamento pode ir até 100% do valor da formação e não é cobrada comissão de abertura. O montante a emprestar vai dos 2.500 euros aos 20.000 euros, sendo que o prazo de pagamento pode ir até aos 72 meses (seis anos).
Para fazer um crédito formação, precisa de comprovar que o valor vai ser usado com esse objetivo. Por exemplo, se pedir um crédito para tirar um curso, deve entregar um documento fornecido pela Instituição de ensino superior que comprove a matrícula, identificando o ano, o curso e o valor do mesmo.
2. Linha de crédito para jovens com garantia mútua
Este tipo de crédito destina-se a estudantes do ensino superior público e privado, do ensino universitário e politécnico e tem como objetivo financiar licenciaturas, mestrados, doutoramentos ou cursos de especialização tecnológica em Portugal.
O financiamento a conceder varia entre os 1.000 euros e os 5.000 euros por ano e por curso (sem reprovações), com um máximo de 30.000 euros para os cursos de seis anos. Este modelo de crédito não está disponível em todas as instituições de ensino e tem algumas características específicas:
- O prazo de utilização é de um a seis anos, ajustado à duração do curso;
- O reembolso pode ser feito num prazo de seis a 10 anos;
- Pode existir um período de carência (em que só paga juros) durante todo o período de utilização do crédito acrescido de até dois anos;
- O crédito é disponibilizado em tranches mensais;
- Após o primeiro ano, a continuação do financiamento depende do bom aproveitamento do aluno, que tem de comprovar perante o banco que passou de ano;
- O spread máximo é de 1,25%, mas pode ser reduzido em 0,25% para os estudantes com bolsa de estudo.
3. Crédito pessoal para jovens para empreendedorismo
O objetivo da Linha de Apoio ao Empreendedorismo e Criação do Próprio Emprego é ajudar desempregados, jovens à procura do primeiro emprego e trabalhadores independentes com baixos rendimentos a criarem uma empresa ou o seu próprio posto de trabalho através de empréstimos bancários com bonificações.
Este financiamento é feito de duas formas:
- Linha microinvest: para operações de crédito até 20.000 euros;
- Linha Invest+: para créditos até 100.000 euros, tendo como limites 95% do investimento total e 50.000 euros por posto de trabalho criado, a tempo completo.
Ambas as opções têm um período de carência de 24 meses e um prazo de reembolso do crédito de 60 meses (cinco anos).
Este crédito pessoal para jovens empreendedores está disponível nas instituições aderentes. Pode conhecer todas as condições no Banco Português de Fomento.
4. Crédito pessoal para jovens sem finalidade
Ao contrário das soluções anteriores, em que o crédito deve ter um objetivo definido, o crédito pessoal para jovens sem finalidade pode ser pedido sem que especifique o seu objetivo. Pode servir, por exemplo, para financiar projetos pessoais ou outros casos em que o jovem não reúne as condições necessárias para aceder a um crédito com bonificações.
Este tipo de crédito tem o prazo máximo de reembolso de sete anos (10 anos caso se destine à compra de um automóvel) e um limite de 50.000 euros (no caso do crédito pessoal Cofidis).
As taxas de juro máximas são definidas trimestralmente pelo Banco de Portugal (BdP). Este, como qualquer tipo de crédito, só pode ser concedido por entidades devidamente autorizadas e sujeitas à supervisão do BdP.
E se for um crédito habitação?
Os jovens até aos 35 anos que pretendam um crédito para comprar casa beneficiam de condições especiais para que consigam concretizar esse projeto:
- Garantia pública ao crédito à habitação;
- Isenção de IMT e Imposto do Selo;
- Isenção de emolumentos na compra habitação própria e permanente.
Como pedir um crédito pessoal para jovens?
Independentemente do objetivo, antes de pedir um crédito pessoal para jovens deve ter atenção a alguns aspetos que garantem um crédito responsável e com menor risco de incumprimento. E, desta forma, também é mais fácil ter uma resposta rápida e positiva ao seu pedido.
Ter um bom histórico financeiro
Já tem um crédito? Como estão os pagamentos do seu cartão de crédito? Teve algum episódio de incumprimento? Antes de pedir um novo empréstimo, certifique-se que sabe a resposta a estas perguntas, pois a sua situação financeira será tida em conta pelos analistas que vão estudar o seu pedido.
Para isso, solicite o seu mapa de responsabilidade de crédito no site do Banco de Portugal e verifique se não tem dívidas “esquecidas” ou outros pontos que possam prejudicar a sua avaliação enquanto candidato.
A Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal é a base de dados que reúne informações sobre o seu histórico e situação atual e que vai ser consultada na análise do seu pedido. Por isso, é importante que o registo não tenha incumprimentos.
Reunir os documentos necessários
Para pedir um crédito pessoal para jovens, terá de enviar documentos atuais e válidos que permitam à instituição financiadora confirmar os dados relativos à sua identidade e aos seus rendimentos.
Tenha em conta que se o crédito tiver dois titulares, serão necessários os dados de ambos. Como geralmente o pedido é feito online, basta digitalizar a documentação necessária.
Normalmente estes são os documentos pedidos, embora possam ser solicitados dados adicionais:
- Documentos de identificação;
- Comprovativos de rendimento (recibos de vencimento ou declaração de IRS no caso dos trabalhadores por conta própria);
- Comprovativo de morada;
- Comprovativo de IBAN.
Ter atenção aos intermediários financeiros
Só as entidades devidamente registadas e autorizadas pelo Banco de Portugal podem conceder crédito. Esta é a única forma de garantir que a lei é cumprida e que os direitos do consumidor são respeitados. Em caso de dúvida, consulte a lista disponível no site do BdP.
Fazer simulações e comparar propostas
Para encontrar o crédito pessoal para jovens mais adequado aos seus objetivos e situação financeira, deve comparar várias opções, mesmo dentro da mesma entidade financiadora.
Ao fazer simulações online consegue ajustar os prazos e os montantes até chegar aos valores mais confortáveis para a sua situação financeira. Peça várias propostas, estude os diversos cenários e escolha a opção mais adequada tendo em conta as suas necessidades.
Analisar a taxa de esforço
Um dos fatores mais importantes na avaliação de solvabilidade (ou seja, na avaliação da capacidade de um candidato pagar o empréstimo) é a taxa de esforço.
Se as prestações de um ou mais créditos consumirem uma grande parte dos seus rendimentos mensais, a taxa de esforço é alta e pode ser mais difícil ver o seu empréstimo aprovado. Simular a sua taxa de esforço é uma boa forma de perceber qual é o peso dos créditos no seu orçamento mensal.
Avaliar o período de carência
Alguns créditos para jovens permitem beneficiar de um período de carência, o que tem vantagens e desvantagens. Se, por um lado, esta possibilidade permite começar a pagar o empréstimo mais tarde (por exemplo, quando acabar o curso e começar a trabalhar), por outro vai colocar uma carga financeira maior nesta fase inicial da vida profissional em que os salários tendem a ser mais baixos.
Assim, é importante ponderar se vale a pena usufruir deste período ou se tem meios para começar desde logo a reembolsar o crédito.
Numa perspetiva semelhante, também é útil avaliar os prazos de reembolso: se demorar mais tempo a pagar o seu crédito, este fica “mais caro”, mas a prestação é menor. Ao contrário, se escolher um prazo curto, acaba de pagar mais depressa, mas a despesa com a mensalidade é maior. Ao simular, tenha este aspeto em consideração.
Antecipar os riscos de incumprimento
Por norma, os créditos para jovens são pedidos numa altura em que existe ainda alguma incerteza quanto ao futuro. Será que vai conseguir um emprego estável? Quanto tempo terá de esperar por um aumento de salário?
Para acautelar estas situações e reduzir o risco de incumprimento, pondere fazer um seguro de proteção de crédito que garanta o pagamento das prestações em caso de desemprego ou doença. Além disso, ter um fiador ou outro tipo de garantia não só facilita a aprovação do crédito, como salvaguarda situações em que pode ser mais difícil cumprir os compromissos financeiros.