8 dicas para fazer um crédito responsável e não se endividar
Os empréstimos devem ser pedidos de forma consciente e com ponderação. Conheça algumas sugestões para contrair um crédito responsável.
Por vezes, a palavra “empréstimo” ainda tem uma conotação negativa. No entanto, o recurso ao crédito é o que permite a muitas pessoas comprar certos bens a que, de outra forma, não teriam acesso, como uma casa.
Além disso, fazer um crédito – e pagá-lo a tempo e horas – é benéfico para o seu perfil financeiro. O credit score, ou pontuação de crédito, é um número que reflete a sua capacidade de cumprir os pagamentos das prestações. Este valor, calculado tendo em conta o seu histórico de crédito e outros aspetos financeiros, é utilizado para avaliar o risco quando lhe concedem um empréstimo: quanto mais alto for, mais credibilidade financeira tem junto das instituições.
Ainda assim, é importante não esquecer que um financiamento é uma grande responsabilidade e um compromisso que tem de ser mantido até a dívida estar liquidada. Por isso, o recurso ao crédito é uma opção que tem de ser bem ponderada e analisada caso a caso, tendo em conta a sua situação financeira.
Neste artigo apresentamos alguns aspetos que deve considerar para garantir que faz um crédito responsável.
As condições que deve cumprir para pedir crédito
Além de ajudarem a cumprir objetivos, os créditos podem ser uma boa ferramenta para gerir o dinheiro. Mas, então, porque é que nem toda a gente tem acesso a crédito?
Para um empréstimo poder ser concedido, é necessário que o cliente cumpra certas condições.
Como refere o Banco de Portugal, antes da concessão do crédito, a instituição deve avaliar a capacidade do cliente cumprir as suas obrigações, ou seja, pagar o montante emprestado. Isto é importante para evitar os incumprimentos e o sobreendividamento.
Alguns dos critérios a ter em conta na avaliação do risco são:
- A estabilidade de rendimentos: deve avaliar se os seus rendimentos são suficientes para assegurar o pagamento da dívida que vai contrair;
- A ausência de incumprimentos: se tiver alguma dívida, será muito mais difícil conseguir um crédito;
- A taxa de esforço: corresponde à percentagem dos rendimentos destinada ao pagamento de prestações de créditos. Quanto maior for a taxa de esforço, maior o risco de incumprimento.
O que considerar para pedir um crédito responsável
Antes de se precipitar a pedir um empréstimo, deve analisar muito bem a situação e ponderar se está a tomar a decisão certa. Afinal, estará a assumir um compromisso financeiro que terá impacto no seu orçamento mensal.
1. Avalie se o crédito é mesmo necessário
Nem todos os empréstimos são absolutamente indispensáveis. Por isso, antes de avançar para a contratação de crédito, pese os prós e os contras e pense se precisa mesmo do financiamento ou se consegue arranjar uma alternativa (por exemplo, pode criar uma poupança e esperar até ter dinheiro suficiente).
É que, na realidade, os créditos não são todos iguais. Uma “boa dívida” é um investimento em algo que cria valor ou que, a longo prazo, ajuda a produzir riqueza.
É o caso dos créditos para obras, que ajudam a aumentar o valor da sua propriedade, ou um crédito para formação, que pode permitir-lhe conseguir uma promoção ou um emprego mais bem pago.
Já o mau crédito está relacionado com os empréstimos para compras que perdem valor. Por exemplo, o crédito para fazer uma viagem, que é um bem de consumo imediato, logo de valor não recuperável.
2. Considere o impacto da prestação mensal no seu orçamento
Antes de celebrar um contrato de crédito, é fundamental que faça contas e avalie o impacto das prestações no seu orçamento familiar. Aliás, o Banco de Portugal refere que é um dever do cliente ponderar se os rendimentos são suficientes para assegurar o pagamento da dívida.
Lembre-se que as prestações constituem uma despesa mensal, que vão acrescer aos gastos que já tem habitualmente, e aumentar a sua taxa de esforço.
Para calcular a sua taxa de esforço, deve dividir os encargos financeiros mensais pelo rendimento e multiplicar esse valor por 100. O Banco de Portugal considera uma taxa de esforço de 50% como já sendo “significativa”.
3. Analise as diferentes opções de crédito
Outro aspeto que deve considerar são os vários tipos de créditos, de forma a adequar o empréstimo à finalidade a que se destina. Isto é importante porque as condições específicas e os custos associados podem variar significativamente entre cada modalidade de crédito.
As principais categorias de financiamento são:
- Crédito à habitação, para a compra de casa;
- Crédito automóvel, para comprar um carro ou outro tipo de veículo;
- Crédito pessoal, para diferentes fins, como compra de mobiliário e eletrodomésticos, financiamento de viagens, despesas de educação, etc.;
- Linha de crédito, contrato de duração indeterminada em que é estabelecido um limite máximo de crédito, disponibilizado na conta do cliente.
Também é fundamental que faça simulações em várias instituições de crédito para perceber qual é a opção mais vantajosa.
4. Forneça informações verdadeiras e completas sobre a sua situação financeira
Antes de lhe ser concedido um empréstimo, a instituição de crédito tem de avaliar a sua solvabilidade, isto é, a sua situação económica e, consequentemente, o risco do financiamento. Assim, é crucial que disponibilize todos os documentos e informações que lhe solicitarem relacionados com os seus rendimentos e despesas.
Enquanto vigorar o crédito, também deve informar a instituição de qualquer atualização relevante para o processo (mudança de morada ou alterações de rendimentos, por exemplo).
5. Analise atentamente a minuta do contrato e esclareça todas as dúvidas
Enquanto cliente, tem direito a receber informações claras e completas sobre o empréstimo, como as condições e o custo total do financiamento.
Essas informações devem constar da Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE), caso se trate de um crédito hipotecário (como o crédito à habitação), ou da Ficha de Informação Normalizada (FIN) para os créditos ao consumidor.
Estes documentos, que são de entrega obrigatória pela instituição de crédito, servem para facilitar a comparação entre diferentes propostas. Também tem o direito a receber uma minuta do contrato antes de assinar e uma cópia do mesmo, no momento em que contrata o crédito.
Antes de avançar para o empréstimo, é fundamental que analise detalhadamente todos estes documentos e que esclareça qualquer dúvida que tenha com a instituição de crédito, que tem o dever de apresentar uma avaliação rigorosa dos riscos que corre.
6. Planeie um fundo de emergência
Os imprevistos acontecem, por isso é importante que considere criar um fundo de emergência para não ter de depender exclusivamente de créditos.
Este pé-de-meia – que alguns especialistas aconselham a que seja equivalente a seis meses de ordenados – serve para fazer face a despesas inesperadas, que têm impacto no orçamento familiar, como situações de desemprego ou de doença grave.
7. Planeie as amortizações
Ao contratar um crédito, tem o direito de o amortizar – parcial ou totalmente – antes do prazo previsto no contrato. E, na verdade, quanto mais cedo conseguir pagar o empréstimo, melhor.
Por isso, se tiver possibilidade, vá pondo algum dinheiro de lado para abater à sua dívida. Sempre que quiser amortizar o crédito, deve notificar previamente a instituição e, dependendo do tipo de empréstimo, pode ter de pagar uma comissão de reembolso (os créditos à habitação continuam isentos desta comissão durante, pelo menos, mais um ano).
8. Limite a exposição ao risco
A prevenção é sempre o melhor remédio, por isso, considere subscrever um seguro de proteção do risco de crédito para assegurar qualquer imprevisto.
Estes seguros, normalmente subscritos no momento da contratação do crédito, dão duas garantias:
- O pagamento do capital em dívida, em caso de morte ou invalidez absoluta e permanente do cliente;
- O pagamento das mensalidades, em caso de incapacidade temporária absoluta para o trabalho por doença ou acidente, desemprego ou hospitalização.
Depois de analisar todos estes aspetos, pode, então, decidir se avança para o empréstimo. Caso o decida fazer, conheça as soluções de crédito Cofidis. Assim que tiver acesso ao crédito, é importante que faça uma gestão atenta das suas finanças para não correr o risco de entrar em incumprimento.
E, se começar a ter dificuldades financeiras, é importante que contacte de imediato a instituição de crédito para que lhe sejam dadas soluções, como a renegociação da dívida.