Crédito

Como calcular a taxa de esforço de um crédito?

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Olga Teixeira
Olga Teixeira
Senhora a calcular a taxa de esforço de um crédito

Índice de conteúdos:

  1. O que é a taxa de esforço?
  2. Qual a taxa limite recomendada?
  3. Como é feito o cálculo?
  4. Dicas para baixar a taxa de esforço

A taxa de esforço representa o impacto que um crédito (ou a soma dos vários créditos) vai ter no seu orçamento mensal. Por isso, antes de fazer um empréstimo ou durante o seu reembolso, deve fazer bem as contas.

Uma taxa de esforço equilibrada permite pagar as prestações de créditos, as restantes contas e despesas e ainda ficar com uma margem para poupar. Por outro lado, se for demasiado elevada, há um risco maior de incumprimento. Como gerir? E qual a taxa de esforço máxima recomendada? Veja como calculá-la e organizar as suas finanças.

O que é a taxa de esforço? 

A taxa de esforço é a percentagem do rendimento familiar usada para pagar as prestações dos créditos contratados.

Este é um indicador muito importante, porque se a taxa for muito alta, significa que grande parte do rendimento recebido serve para pagar as mensalidades dos empréstimos. O que, por consequência, aumenta o risco de ter dificuldade para pagar as restantes despesas mensais ou ter problemas financeiros em caso de desemprego ou doença.

Assim, ao fazer um crédito, tenha em conta que os gastos com as prestações vão manter-se durante alguns anos (dependendo do prazo de reembolso e do tipo de crédito).

Por outro lado, se tiver um crédito com taxa variável como é o caso dos créditos habitação indexados à Euribor, pode existir um agravamento, porque se a taxa de juro subir, o valor da mensalidade aumenta muito.

Existe ainda outra forma de designar a relação entre créditos e rendimentos. O Banco de Portugal (BdP) usa a expressão “Debt Service-To-Income” (DSTI) para se referir ao rácio entre o valor das prestações mensais e o rendimento mensal líquido (isto é, o dinheiro que efetivamente recebe depois dos descontos para o IRS e para a Segurança Social).

Qual a taxa de esforço recomendada? 

Não existe um número que se adapte a todos os empréstimos, até porque uma taxa de esforço de 40% tem um peso diferente numa família que ganhe 1.000 euros do que numa que receba 3.500 euros.

Assim, a taxa de esforço ideal é a que permite pagar as prestações e ficar ainda com a maior parte do rendimento disponível. Por isso, uma taxa na ordem dos 30% a 33% pode ser considerada boa, porque ainda restam dois terços do que recebe para fazer face a outras despesas.

O BdP, que supervisiona as instituições que concedem crédito, impõe limites a estas entidades, impedindo-as de aprovar empréstimos em que o DSTI seja muito elevado. O limite estabelecido é de 50%, permitindo estas exceções:

  • Até 10% dos créditos podem ser concedidos a clientes com um DSTI até 60%;
  • Os limites só podem ser excedidos no máximo em 5% dos empréstimos.

Ou seja, se quer pedir um crédito, tenha em conta que a prestação desse empréstimo e de outros que possa ter não deve ultrapassar os 50% dos seus rendimentos.

Para que o empréstimo seja aprovado, podem ainda ser pedidas outras garantias como um fiador ou um seguro de proteção de crédito.

Como calcular a taxa de esforço?

Para calcular a taxa de esforço deve usar a seguinte fórmula:

Taxa de esforço = (Encargos financeiros mensais / Rendimento) x 100

Vejamos um exemplo prático:

  • A Joana e o Pedro têm rendimentos mensais líquidos de 2.500 euros e, no momento, têm dois créditos automóveis cujo valor mensal é de 500 euros;
  • A sua taxa de esforço atual é de 20% ((500€/ 2.500€) x 100);
  • No entanto, estão a pensar comprar casa e a simulação que fizeram prevê uma prestação mensal de 800 euros. Neste caso, a taxa de esforço será de 52% (1.300€ /2.500€ x 100). Isto significa que mais de metade do que recebem passa a ter como destino o pagamento de prestações de crédito.
Leia maisLinha de crédito: uma solução prática e mais rápida

Se precisa de calcular a sua taxa de esforço, pode recorrer a este simulador e testar várias opções até encontrar um valor que seja confortável para o seu orçamento.

5 dicas para baixar a taxa de esforço

Baixar a taxa de esforço, ou seja, libertar rendimentos para pagar outras despesas ou para construir um fundo de emergência, é um exercício que deve ser feito a qualquer altura e não apenas quando a situação económica já é difícil. Deixamos-lhe algumas dicas para o conseguir.

1. Ajustar rendimentos e gastos mensais

Como a taxa de esforço depende dos rendimentos, uma das formas de a baixar é procurar aumentar o valor que recebe mensalmente. Para o conseguir, pode tentar negociar o seu salário, mudar de emprego ou ganhar dinheiro através de um hobby.

Outra alternativa é reduzir despesas, o que pode conseguir se, por exemplo:

2. Renegociar as condições do crédito

Para baixar as prestações pode tentar renegociar os seus contratos de crédito, encontrando uma solução que permita gastar menos todos os meses.

Tenha em atenção que a renegociação só é possível se a instituição de crédito concordar e pode incluir algumas mudanças no contrato, como por exemplo:

  • Aumentar o prazo do empréstimo;
  • Baixar o spread (margem de lucro do banco); 
  • Transformar a taxa variável em taxa  fixa. 

Também pode renegociar os valores a pagar pelos seguros associados aos seus créditos (como o seguro de incêndio/multirriscos, seguro automóvel, seguro de vida e seguro de proteção de crédito) ou transferi-los para outras seguradoras.

No entanto, caso os seguros tenham sido feitos na seguradora associada ao banco, esta opção pode aumentar o spread. Faça as contas para ver o que é mais vantajoso para o seu caso.

3. Amortizar o crédito

Se recebeu um dinheiro extra ou se conseguiu juntar uma poupança significativa, use parte ou a totalidade desse dinheiro para amortizar um ou vários créditos. Assim, ao reduzir o valor em dívida, a prestação será mais baixa e a taxa de esforço menor.

4. Transferir o crédito para outra instituição

A transferência de um ou mais créditos para outra instituição que ofereça condições mais vantajosas é outra forma de conseguir reduzir a taxa de esforço, já que, na prática, vai pagar menos pelos seus empréstimos.

Antes de tomar esta decisão faça várias simulações, leia com atenção todas as condições do crédito e compare opções para perceber se realmente compensa mudar.

5. Consolidar créditos

A consolidação de créditos permite-lhe juntar todos os empréstimos num só, ficando apenas com uma prestação e pagando unicamente as comissões associadas à mesma. Assim, consegue reduzir o valor a pagar mensalmente e, consequentemente, a taxa de esforço.

Outra das vantagens do crédito consolidado é que, como só tem uma prestação, torna-se mais fácil gerir as despesas mensais.

Para saber quanto pode poupar se recorrer, por exemplo, ao Crédito Consolidado Cofidis, utilize este simulador

simulador credito consolidado

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