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Crédito recusado: quais os motivos e como resolver?

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Olga Teixeira
Olga Teixeira
Jovem a analisar motivos de crédito recusado

Índice de conteúdos:

  1. O que é analisado na pré-aprovação de um crédito?
  2. Que motivos podem levar à reprovação de um crédito?
  3. O que fazer quando um crédito é recusado?
  4. Como reduzir as probabilidades de ter um crédito recusado?

Ter um crédito recusado significa que existe um elevado risco de não conseguir cumprir os compromissos assumidos. Os motivos para não conseguir obter um empréstimo podem estar relacionados com a situação financeira atual ou com um histórico de incumprimento.

Saiba o que fazer para evitar ter uma resposta negativa a um pedido de crédito e como agir caso o seu crédito tenha sido recusado. 

O que é analisado na pré-aprovação de um crédito?

A lei obriga as instituições financeiras a analisar a capacidade que o cliente tem para cumprir as suas obrigações. Esta avaliação de solvabilidade aplica-se aos novos contratos de crédito e aos pedidos para aumentar o valor de um crédito já contratado.

De acordo com a lei, na avaliação que é feita antes da concessão de crédito ao consumo (pessoal, automóvel, linhas de crédito) ou habitação, as instituições devem ter em conta a situação do cliente em termos de:

  • Idade;
  • Situação profissional;
  • Rendimentos e despesas regulares;
  • Informação que consta em bases de dados como a Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal;
  • Circunstâncias futuras que possam prejudicar a capacidade para cumprir o contrato de crédito.

Ou seja, além da situação atual, e sobretudo nos créditos com prazos mais longos, também devem ser tidas em conta:

  • Eventuais reduções de rendimento devido ao fim do contrato de trabalho ou reforma
  • Potencial aumento das despesas caso tenha de pagar dívidas de que é fiador ou avalista;
  • Possível aumento da prestação devido à subida da taxa de juro; 
  • Alterações no valor das prestações devido a períodos de carência ou de diferimento de capital.

Na análise de crédito são ainda considerados os limites aplicáveis ao valor a emprestar, os quais têm em conta diversos fatores, nomeadamente:

  • Loan-to-value ratio (LTV): indicador utilizado no crédito à habitação que representa a relação entre o montante do empréstimo e o valor do imóvel;
  • Debt service-to-income ratio (DSTI): rácio que mede a proporção entre o total das prestações mensais do cliente e o seu rendimento mensal líquido;
  • Prazo do empréstimo; 
  • Modalidade de reembolso.

Que documentos devem ser entregues nesta fase?

Para que se possa fazer a avaliação de solvabilidade, o cliente tem de entregar documentos que comprovem os seus rendimentos atuais, as despesas regulares e a sua identidade. Por exemplo:

O crédito só é concedido se a avaliação de solvabilidade concluir que existe uma grande probabilidade de o cliente cumprir as obrigações do contrato de crédito. Ainda assim, mesmo que a avaliação seja positiva, a instituição não é obrigada a conceder o empréstimo.

Se o crédito for recusado com base na avaliação de solvabilidade, o cliente tem de ser informado o mais depressa possível.

Quais os motivos que podem levar à reprovação de um crédito?

Há várias razões que podem fazer com que um crédito seja recusado. No entanto, estas razões só têm de ser explicadas ao cliente se estiverem relacionadas com informações obtidas nas bases de dados de responsabilidades de crédito. Conheça abaixo os motivos mais comuns.

1. Taxa de esforço demasiado elevada

Quando as prestações do crédito que pediu ou dos créditos que tem consomem uma grande parte do rendimento disponível, pode ser mais difícil obter um empréstimo.

Isto porque se a taxa de esforço (percentagem do rendimento que é usada para pagar os créditos) é elevada, o risco de incumprimento aumenta. Por isso, a probabilidade de ter um crédito recusado também é alta.

Segundo as diretrizes do Banco de Portugal, o valor das prestações não deve, em regra, exceder 50% do rendimento, já depois de descontados os impostos e as contribuições para a Segurança Social.

2. Histórico de incumprimento

Na análise de risco de um empréstimo, os analistas consultam a Central de Responsabilidade de Crédito (CRC) do Banco de Portugal. Esta base de dados, geralmente conhecida como “lista negra”, reúne todas as responsabilidades de crédito do candidato ao empréstimo (o mapa de responsabilidades de crédito), efetivas ou potenciais.

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Na CRC estão, por exemplo: 

  • Empréstimos;
  • Descobertos bancários;
  • Operações de leasing;
  • Valores utilizados e não utilizados de cartões de crédito;
  • Fianças e avales;
  • Facilidades de crédito que podem ser convertidas em dívidas.

Mas a CRC inclui também os episódios de incumprimento. Se o candidato ao crédito tiver essas “manchas” no seu histórico, é mais difícil ter uma resposta positiva.

3. Falta de estabilidade financeira ou profissional

Os comprovativos de rendimentos enviados permitem aos analistas de crédito perceber a saúde financeira do candidato. Se este tiver baixos rendimentos, se estes não forem regulares (como acontece com os trabalhadores independentes) ou se estiver com um contrato a termo, o risco de incumprimento é maior e a concessão de crédito mais difícil. 

4. Endividamento excessivo ou vários créditos ativos

A informação do mapa de responsabilidades de crédito permite perceber se a mesma pessoa tem vários créditos para pagar ou se está em risco de sobreendividamento. Se tal acontecer, pode ver o seu crédito recusado.

5. Informação insuficiente ou incorreta

Ao pedir um empréstimo é essencial entregar toda a documentação pedida e garantir que está válida e atualizada. Se não entregar os documentos ou se der informações falsas ou desatualizadas, o crédito é recusado. 

6. Outros fatores de risco

Um crédito recusado também pode ter como motivo a inexistência de um fiador ou de outra garantia que possa ser acionada em caso de incumprimento.

A idade avançada, a existência de penhoras ou de outros problemas financeiros, como insolvências, problemas com jogo, etc. também podem ser razões para que o empréstimo não seja concedido.

O que fazer quando um crédito é recusado?

Caso o seu crédito tenha sido recusado, analise os motivos que estiveram na origem da resposta negativa e procure resolver essas questões. Estas são algumas formas de ultrapassar eventuais obstáculos:

  • Procure esclarecer junto da instituição financeira o motivo ou motivos concretos da recusa;
  • Verifique o seu Mapa de Responsabilidades de Crédito para perceber o ponto da situação em relação a eventuais dívidas e confirmar que não tem lapsos; 
  • Analise o seu perfil financeiro, revendo despesas que pode reduzir e dívidas que tem de pagar de forma prioritária;
  • Regularize eventuais incumprimentos, renegociando dívidas ou pagamentos em atraso;
  • Reforce a sua capacidade financeira, procurando formas de reduzir os créditos ativos e de aumentar os rendimentos;
  • Pondere alterar as condições quando pedir um novo empréstimo. Por exemplo, pode solicitar um valor mais baixo para reduzir a taxa de esforço ou pedir o crédito em conjunto com outro titular;
  • Aguarde algum tempo antes de voltar a pedir um crédito;
  • Apresente um fiador ou outra garantia. 

O que fazer para reduzir as probabilidades de ter um crédito recusado? 

Se vai pedir um crédito e quer aumentar a probabilidade de aprovação, há várias formas de aumentar a sua credibilidade perante a entidade financiadora e de se tornar um bom candidato ao empréstimo:

  • Evite o incumprimento, pagando todas as despesas e prestações dentro do prazo;
  • Mantenha um histórico financeiro positivo e estável;
  • Organize os seus documentos e registos financeiros, paras saber sempre em que ponto estão as suas finanças; 
  • Se o crédito tem como objetivo a compra de um automóvel ou de uma casa, junte algum dinheiro para a entrada;
  • Simule o crédito antes de o pedir e simule a taxa de esforço;
  • Compare propostas de crédito;
  • Pondere contratar um seguro de proteção ao crédito para garantir o pagamento de prestações em situações como desemprego, doença ou falecimento;
  • Evite ter demasiados créditos ativos;
  • Se a taxa de esforço for muito elevada, pondere fazer uma renegociação ou consolidação de créditos.

A consolidação de créditos é uma forma de reduzir o peso dos empréstimos no seu orçamento. É a junção de todos os créditos num só, passando a ter apenas uma prestação e uma entidade credora. Com menos encargos será mais fácil ter o “sim” do seu banco. Conheça o Crédito Consolidado Cofidis e veja quanto pode poupar por mês. 

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