Consolidar créditos: quais as vantagens e cuidados a ter?

Se tem vários empréstimos e quer aliviar o peso das prestações mensais, consolidar créditos pode ser uma solução eficaz. Descubra como funciona o crédito consolidado e quais as suas principais vantagens.

Comprar uma casa, fazer obras ou trocar de carro são projetos dispendiosos que, na maioria das vezes, exigem recurso a financiamento. E a verdade é que, quando se acumulam vários empréstimos, gerir o orçamento familiar pode tornar-se um verdadeiro desafio.

Se se identifica com esta situação, o crédito consolidado pode ser a resposta que procura. Ao reunir todos os seus empréstimos num só, passa a ter uma única prestação, geralmente mais baixa, conseguindo assim ganhar uma maior folga financeira. Saiba tudo neste artigo.

O que é e como funciona o crédito consolidado?

O crédito consolidado é um contrato de crédito que junta vários empréstimos anteriormente contratados junto de uma ou várias instituições financeiras. No fundo, ao consolidar os créditos estará a liquidar todos os financiamentos existentes e a criar um novo empréstimo com uma única mensalidade, geralmente mais baixa.

Esta pode ser a solução mais eficaz para evitar o sobreendividamento, uma vez que simplifica a gestão do orçamento familiar e reduz as prestações mensais, resultando numa maior poupança e num maior controlo financeiro.

Que tipos de créditos podem ser consolidados?

A consolidação de créditos pode ser aplicada a vários tipos de empréstimos, nomeadamente:

• Créditos pessoais, onde estão incluídos todos os tipos de financiamento ao consumo, como créditos automóvel, universitários, para férias, para despesas de saúde, entre outros;
• Cartões de crédito, créditos revolving, linhas de crédito e descobertos bancários;
• Créditos hipotecários, que são financiamentos garantidos por hipoteca, geralmente sobre habitação.

Quais as vantagens do crédito consolidado?

Consolidar créditos traz vários benefícios, como por exemplo:

1. Redução das mensalidades: juntar todos os créditos num só faz com que fique apenas com uma prestação mensal, que será menor;
2. Taxas de juro mais baixas: por norma, a taxa de juro do novo contrato de crédito é mais baixa do que a média das taxas de juro de todos os créditos;
3. Melhor gestão financeira: além de ter de gerir apenas um pagamento mensal a uma única entidade financeira, o crédito consolidado torna mais fácil o planeamento e a gestão do seu orçamento;
4. Acesso a novos financiamentos: como fica com uma mensalidade reduzida, a taxa de esforço também baixa, o que lhe permite aceder a novos créditos, caso seja necessário. No entanto, o foco deve estar sempre em reorganizar primeiro as suas finanças.

E as desvantagens?

Por outro lado, o crédito consolidado também apresenta algumas desvantagens:

1. Prazo de pagamento maior: ao baixar as prestações, o prazo para liquidar o crédito será necessariamente maior;
2. Montante total mais elevado: como estará a pagar o crédito durante mais tempo, a longo prazo irá pagar mais juros;
3. Pagamento de comissões: consolidar créditos implica liquidar os empréstimos anteriores para fazer um novo contrato. Assim, poderá ter de pagar comissões de reembolso antecipado;
4. Possibilidade de aumentar o endividamento: como o crédito consolidado baixa as prestações e a taxa de esforço, em teoria poderá conseguir contrair outros créditos. No entanto, recorrer a mais financiamento pode levar ao descontrolo das finanças e ao sobreendividamento.

Quando é que faz sentido consolidar créditos?

Há certas situações em que se justifica recorrer à consolidação de créditos. Por exemplo, quando as taxas de juro dos empréstimos (sobretudo cartões e linhas de crédito) são muito elevadas, a junção de todos os financiamentos num só pode fazer sentido, já que lhe permite baixar as taxas e, consequentemente, a mensalidade.

Se estiver a pensar em comprar casa e a sua taxa de esforço é muito elevada devido a outros empréstimos, é bastante provável que o banco não aprove o crédito à habitação. Nesse caso, pode ser útil consolidar os seus créditos.

A consolidação também pode fazer sentido quando há uma quebra acentuada de rendimentos, de forma a reduzir os gastos mensais, e quando as despesas aumentam exponencialmente, por exemplo, com o nascimento de um bebé ou a ida de um filho para a universidade.

Quais os requisitos para aceder ao crédito consolidado?

Quando pede a consolidação de créditos, a sua situação financeira será necessariamente avaliada para verificar se tem condições de pagar o novo empréstimo. Assim, é necessário que cumpra alguns requisitos para poder ter acesso ao crédito consolidado:

• Não pode ter prestações em atraso. Ou seja, deve pedir a consolidação antes de entrar em incumprimento e não pode constar da chamada “lista negra” do Banco de Portugal;
• A capacidade financeira deve ser estável. Isto é, não pode estar em situação de desemprego ou ter uma taxa de esforço demasiado elevada;
• Pode ter de apresentar garantias. Em alguns casos, a instituição de crédito pode exigir garantias como um fiador ou a hipoteca de um imóvel.

Quais os documentos necessários?

Os documentos pedidos podem variar dependendo da instituição escolhida e do tipo de crédito consolidado (se é hipotecário ou não). No entanto, por norma, é necessário:

• Documento de identificação;
• Comprovativo de IBAN;
• Comprovativo de morada;
• Comprovativo de rendimentos;
• Mapa de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, que pode ser pedido aqui.

Quais os cuidados a ter ao consolidar créditos?

Antes de contratar um crédito consolidado, é importante que tenha atenção a alguns aspetos:

1. Verifique a reputação da instituição financeira: consulte o site do Banco de Portugal para saber se a instituição a que está a pensar recorrer é uma entidade autorizada;
2. Faça simulações: peça várias simulações a diferentes bancos e compare as condições que cada um oferece;
3. Analise o impacto do novo crédito: avalie o custo do empréstimo tendo em conta a TAEG e o MTIC e veja qual será a sua taxa de esforço e quanto poderá poupar mensalmente;
4. Negocie as condições: como a taxa de juro, os prazos e os seguros;
5. Leia com atenção a FIN: a Ficha de Informação Normalizada é um documento que tem de ser obrigatoriamente disponibilizado pela instituição financeira sempre que faz uma simulação ou contrata um crédito. Este documento contém toda a informação sobre as condições do empréstimo, por isso é essencial que o leia atentamente.

4 perguntas frequentes sobre a consolidação de créditos

Se ainda tem dúvidas sobre como funciona o crédito consolidado, consulte abaixo as respostas a algumas das questões mais comuns.

É possível consolidar créditos com prestações em atraso?

Não. Para poder ter acesso à consolidação de créditos, um dos critérios que tem de cumprir é não estar em incumprimento com nenhuma instituição financeira. Ou seja, não pode ter mensalidades em atraso.

Pode-se consolidar créditos de diferentes instituições?

Sim. Os empréstimos que quer consolidar podem ser de diferentes bancos ou entidades financeiras. Para fazer a consolidação, deve contratar uma instituição que irá, no fundo, “comprar” as suas dívidas e fazer um novo contrato.

Se pedir a consolidação de créditos tenho de juntar todos os meus empréstimos?

Não. Pode escolher as dívidas que quer incluir no processo. Por exemplo, pode consolidar apenas créditos pessoais e continuar com o crédito à habitação à parte. Tudo depende dos seus objetivos e do que for mais vantajoso.

O crédito consolidado afeta o score de crédito?

Não. Pelo contrário, consolidar os empréstimos ajuda a melhorar a pontuação de crédito.

O credit score é uma avaliação interna que os bancos fazem para determinar o nível de confiança num cliente quando este pede financiamento. Quanto mais alto for o score, melhor. Ao consolidar os empréstimos, fica com uma única prestação e reduz a sua taxa de esforço, o que faz com que a sua pontuação de crédito suba.

Antes de contratar um crédito consolidado, pondere outras soluções, como renegociar as condições dos empréstimos ou transferir o financiamento para outro banco. Se quer seguir o caminho da consolidação, procure uma entidade financeira que lhe ofereça condições vantajosas. O Crédito Consolidado da Cofidis, por exemplo, permite reduzir as prestações em até 70%.