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6 destinos inteligentes para a sua devolução do IRS

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destinos inteligentes para a sua devolução do IRS

Receber o reembolso do IRS é uma lufada de ar fresco para muitas famílias que assim conseguem pagar algumas dívidas, fazer face a despesas com seguros ou com o carro, pagar o IMI ou reservar as tão desejadas férias. Em altura de crise, pode mesmo ser uma oportunidade para abater algumas dívidas que tiveram de ser adiadas. 

De acordo com o Ministério das Finanças, em 2020, o valor médio dos reembolsos é superior a mil euros – quantia que pode representar um pequeno alívio para algumas carteiras. Mas para quem tem as contas em ordem, existem alternativas que permitem rentabilizar o dinheiro.

Num pequeno inquérito realizado pelo Contas Connosco, em 30 pessoas que responderam à questão sobre que destino dariam ao reembolso de IRS, a grande maioria vai utilizar o dinheiro para equilibrar as finanças. 14 pessoas dividem-se entre utilizar o dinheiro para “pagar contas” ou fazer face a “despesas pontuais” como o seguro, a revisão do carro, o IUC ou IRC. Outras dez referem que vão “poupar” seja para constituir um fundo de emergência, guardar na conta-poupança ou para concretizar um objetivo como comprar casa. Apenas cinco referiram que pretendem “investir” e, mesmo aqui, este investimento assume diversas formas: duas pretendem investir em si próprias através de cursos de formação ou projetos pessoais e as restantes três admitem comprar ações ou reforçar uma carteira já existente. Apenas um dos inquiridos respondeu que ia aproveitar o reembolso de IRS para pagar as férias. Há também uma pessoa que escolhe repartir o montante por três objetivos: poupar, investir em educação e amortizar dívidas. 

Se ainda não sabe qual o melhor destino a dar ao seu reembolso do IRS, deixamos-lhe seis ideias para o ajudar a aplicar este rendimento extra
  1. Crie o seu fundo de emergência

Se ainda não tem um pé de meia preparado para enfrentar os imprevistos da vida, pode começar agora. Aproveite o reembolso do IRS para dar o “pontapé de saída”. Tal como o nome indica, trata-se de colocar dinheiro de parte para uma eventualidade. Desta forma, caso surja uma despesa inesperada não terá de ver o seu orçamento familiar mensal afetado. Os especialistas em finanças pessoais recomendam que este fundo tenha dinheiro suficiente para fazer face ao valor de três a seis meses de despesas. Em alguns casos, se possível, pode até juntar o suficiente para 12 meses, caso queira estar preparado para crises de maior dimensão (como a crise financeira internacional, em 2008, ou a que atravessamos atualmente por causa da pandemia de Covid-19). Ou seja, imaginando que tem 500 euros de despesas mensais, o ideal será o fundo ter entre 1500 a 3000 euros. Mesmo que não consiga, nesta fase, atingir esse montante, o fato de começar a colocar de parte esse dinheiro já é positivo. O importante é começar e ter um fundo de maneio e, de preferência, aplicar esse dinheiro em produtos com liquidez, ou seja, aos quais seja fácil aceder, como por exemplo os depósitos. Outra ideia é começar uma conta poupança, seja para si ou para o seu filho. Veja aqui como criar um fundo de emergência.

  1. Prepare a sua reforma

É uma das maiores preocupações dos portugueses: amealhar o suficiente para viver confortavelmente na reforma. Muito provavelmente, a pensão atribuída pela Segurança Social não será suficiente.

Apostar num Plano Poupança Reforma (PPR) ou reforçar o seu, se já tiver um, é sempre uma boa solução para o reembolso do IRS. A aplicação em PPR pode ser feita sob duas formas: seguros ou fundos de investimento. Os seguros são subscritos através das seguradoras e, regra geral, oferecem garantia de capital e de rendimento. Veja estes exemplos:

Quanto ao resgate do PPR, existe a ideia de que só pode ser feito na altura da reforma, mas não é bem assim. Pode levantá-lo para fazer face a situações como desemprego de longa duração, incapacidade permanente para o trabalho ou doença grave, pagar um crédito habitação, entre outras.

Como medida excecional por causa da pandemia de Covid-19, o resgate sem penalização dos PPR foi também alargado até ao final de 2020.

Os fundos de investimento são feitos através das gestoras de ativos e não dão essas garantias, apesar de oferecerem um potencial de retorno mais elevado, já que parte da respetiva carteira é aplicada em ações. Esta opção é mais indicada para quem está mais longe da idade da reforma. Conheça aqui em detalhe a diferença entre PPR e Fundos de Pensões.

  1. Pare de adiar despesas pontuais
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O reembolso do IRS pode ser uma oportunidade para realizar uma grande despesa que tem sido sucessivamente adiada. Pode ser, por exemplo, uma melhoria na sua casa, a revisão do carro, pagar um seguro anual, comprar uma mobília que precisa de ser renovada, entre outras. Avalie as suas prioridades em termos de despesas e aproveite o fôlego do reembolso de IRS para lhes fazer face.

  1. Amortizar créditos

Reduzir o montante das dívidas é outra das possibilidades de destino para o dinheiro do reembolso do IRS. De acordo com o Banco de Portugal, até ao final de abril já tinham sido concedidas mais de 240 mil moratórias para o crédito habitação devido à crise causada pela pandemia de Covid-19. Entretanto, o Governo aprovou uma extensão por mais 6 meses, até 31 de março de 2021, que será feita de forma automática, a menos que as famílias e empresas se oponham. Se, no seu caso, o reembolso de IRS lhe permite abater uma parte da dívida, confirme com o seu Banco ou instituição de crédito se tem a possibilidade de amortizar a moratória de forma antecipada. Mas, atenção, tal como acontece normalmente no crédito habitação, poderão existir penalizações. Fique atento. 

Quanto a outros empréstimos, apenas lhe compensa amortizar se a taxa de juro que paga do empréstimo for superior à que consegue obter num produto com baixo risco. Ou seja, caso tenha a possibilidade de investir num depósito a 3% mas o empréstimo tenha uma taxa superior, nesse caso pode compensar amortizar o empréstimo. Por exemplo, imaginando um crédito automóvel de 15.000 euros a oito anos (96 meses) com uma taxa de juro a rondar os 15%. Neste cenário, a prestação será de cerca de 269 euros. Se amortizasse este empréstimo em 1000 euros, e reduzisse o valor em dívida para 14.000 euros, a prestação baixaria para 251 euros, ou seja, menos 18 euros. Feitas as contas, e até ao final do empréstimo tinha conseguido poupar mais de 1700 euros. Neste cenário pode ainda conciliar o investimento. Ou seja, pode aproveitar a diferença (18 euros) e aplicar esse dinheiro todos os meses.

  1. Certificados do Tesouro

Os produtos de poupança do Estado são uma alternativa de baixo risco, nomeadamente os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC), com uma taxa média de 1,35%. As taxas começam nos 0,75%, no primeiro ano, e vão crescendo até atingirem os 2,25% no sétimo ano de aplicação. No entanto, a partir do segundo ano está previsto um bónus em função do crescimento médio do PIB. Em ano de crise, como se prevê que seja 2020, não recebe bónus, mas também não perde nada, uma vez que, mesmo que o PIB seja negativo, a taxa de juro pára no zero. Se houver recuperação económica a partir de 2021, já começa a ganhar. 

Contas feitas, se aplicar 1.000 euros neste produto, terá um retorno de, pelo menos, 7,5 euros ao fim do primeiro ano ou de 97,5 euros em juros brutos, ao fim dos 7 anos, que correspondem ao prazo máximo. Os CTPC implicam um investimento mínimo de mil euros e, durante o primeiro ano, não pode levantar o dinheiro. 

  1. Vá de férias (ou de mini-férias)

Se tem as suas finanças organizadas e esteve até à última hora à espera para marcar férias por causa da pandemia, esta pode ser uma boa oportunidade para gozar uns dias de descanso. Nesta fase, o ideal é ficar por cá e conhecer melhor o nosso país. Se, por acaso, já tem as férias deste ano marcadas, melhor ainda: pode planear já as do próximo ano.

Qualquer que seja o destino que dê ao seu reembolso de IRS, o ideal será sempre fazer bem as contas e ponderar qual poderá ser a aplicação mais eficiente e eficaz, para o seu orçamento.

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