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Empréstimo para obras: que soluções existem e como pedir?

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Olga Teixeira
Olga Teixeira
Senhor que pediu um empréstimo para obras

Índice de conteúdos:

  1. Que tipos de empréstimos para obras existem?
  2. Qual a melhor opção de crédito para fazer obras?
  3. Que documentos são necessários para pedir o crédito?
  4. Quais os passos a dar para pedir um crédito para obras?

Pedir um empréstimo para obras pode ser uma solução se precisa de financiamento para remodelar a sua casa ou modernizar um imóvel para arrendamento.

Se tem adiado os seus projetos por falta de liquidez, saiba a que soluções de crédito pode recorrer, como funcionam e quais os passos a dar para tornar os seus planos realidade.

Que tipos de empréstimos para obras existem?

Os empréstimos para obras abrangem soluções específicas para este fim ou opções mais abrangentes, capazes de financiar diferentes tipos de despesas – desde a compra de eletrodomésticos até à reabilitação urbana, incluindo melhorias na eficiência energética das habitações. Conheça as principais modalidades disponíveis.

Crédito Pessoal

Se o crédito pessoal não tiver uma finalidade específica (como acontece, por exemplo, no crédito pessoal para educação e formação), pode ser utilizado para financiar tanto as obras como a decoração do imóvel.

Uma das vantagens de recorrer a esta solução para obter um empréstimo para obras é que não tem de apresentar comprovativos de despesas ou orçamentos para ter aprovação.

Outra vantagem do crédito pessoal é a versatilidade: é possível pedir entre 5.000 e 50.000 euros, o que abrange tanto pequenas remodelações de uma divisão como obras mais complexas. O prazo de reembolso também é flexível, variando entre os 24 e os 84 meses (dois a sete anos), dependendo do montante. Em contrapartida, as taxas de juro são mais altas do que num crédito habitação ou com finalidade definida. 

Pode fazer uma simulação e fazer o pedido de crédito online, submetendo a documentação necessária. Posteriormente, o pedido é analisado para avaliar a capacidade financeira, mas a resposta é geralmente rápida.

Crédito Pessoal Lar e Recheio

Este crédito destina-se a quem deseja realizar remodelações, pequenas obras ou adquirir móveis e eletrodomésticos para equipar a casa.

Também pode ser um bom complemento ao crédito habitação para quem tenha adquirido um novo imóvel que, por exemplo, necessite de obras ou recheio.

É uma solução flexível porque não precisa de uma garantia hipotecária nem de apresentar orçamentos, e pode pedir um empréstimo que normalmente varia entre os 5.000 e 50.000 euros. A flexibilidade estende-se também ao prazo de reembolso, que por norma vai dos 24 aos 84 meses e que é escolhido pelo cliente no momento do pedido.

No caso do Crédito Pessoal Lar e Recheio da Cofidis, existem ainda vantagens adicionais:

Crédito Multifunções

O crédito multifunções funciona como complemento ao crédito habitação. Se comprou uma casa mas precisa de financiamento adicional para a escritura ou para fazer obras, pode fazer, na mesma instituição financeira, este empréstimo. 

Como está associado ao crédito habitação, acaba por ter algumas vantagens, como uma taxa de juro inferior à do crédito pessoal, um período de reembolso mais longo (até 40 anos) e o pagamento simultâneo das duas prestações (habitação e multifunções).

No entanto, se o objetivo é obter um empréstimo para obras e o valor de que precisa não é muito elevado, esta solução não será a mais adequada. Outra desvantagem é o facto de a casa ficar hipotecada até que salde todas as prestações.

Crédito de Reabilitação Urbana

Este tipo de empréstimo para obras destina-se à reabilitação de imóveis com mais de 30 anos que estejam localizados em áreas de reabilitação urbana (ARU), centros históricos das cidades ou em zonas consideradas como áreas de recuperação e reconversão urbanística.

Se tem uma casa (seja habitação própria permanente ou secundária) que cumpra estes critérios, esta é uma solução a ter em conta, dado que a taxa de juro é mais baixa do que num crédito pessoal.

Entre as principais características deste produto destacam-se:

  • Habitação própria permanente: financiamento até 80% do valor de avaliação e até 90% do valor das obras;
  • Habitação própria secundária: financiamento até 80% do valor de avaliação e até 80% do valor das obras;
  • Prazo de utilização: até 24 meses;
  • Prazo de reembolso: até 30 anos, desde que, no final do empréstimo, nenhum dos requerentes tenha mais de 75 anos;
  • Garantia: constituição de hipoteca sobre o imóvel. 

O empréstimo para obras de reabilitação urbana não está disponível em todos os bancos, pelo que pode ser necessário procurar informação junto de diversas instituições para o obter.

Crédito Habitação e Obras

Este tipo de empréstimo funciona, na prática, como um crédito habitação destinado a financiar simultaneamente a compra do imóvel e as obras necessárias. Tal como na modalidade anterior, é exigida a constituição de hipoteca sobre o imóvel financiado. 

O crédito habitação e obras tem como principais características:

  • Taxa de juro mais baixa;
  • Prazo de reembolso até 30 ou 35 anos, dependendo do banco e da idade do requerente;
  • Financiamento para obras na primeira habitação até 85% do valor de avaliação e para obras na segunda habitação até 80% do valor de avaliação, sendo que o montante do empréstimo não pode exceder o custo das obras;
  • Existência de valores mínimos de empréstimo, definidos por cada instituição financeira;
  • Geralmente, existe a necessidade de contratar um seguro de vida e um seguro multirriscos.
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Qual a melhor opção de crédito para fazer obras?

A melhor solução de empréstimo para obras vai depender, acima de tudo, do tipo de intervenção que vai fazer no imóvel e da sua capacidade financeira.

Por exemplo, se tiver uma casa com mais de 30 anos que cumpra os requisitos em termos de localização, o Crédito de Reabilitação Urbana pode fazer sentido, desde que o valor do empréstimo o justifique. Ou seja, como o investimento é grande, vale a pena beneficiar de uma taxa de juro mais baixa e de um prazo de reembolso alargado, mesmo que tenha de fazer uma hipoteca como garantia.

Por outro lado, se o objetivo for remodelar ou decorar a casa, o crédito pessoal ou o crédito lar e recheio são soluções mais adequadas, porque lhe garantem mais flexibilidade. Pode pedir o valor que quiser, sem ter de apresentar orçamentos ou justificar a despesa. 

De qualquer forma, se algo mudar tem a possibilidade de alterar as condições no decorrer dos contratos de crédito ou, se tiver mais do que um empréstimo, optar pela consolidação dos mesmos desde que exista a aprovação da instituição financeira.

Que documentos são necessários para pedir um empréstimo para obras?

Se vai pedir um empréstimo para obras, deve reunir alguns documentos que comprovem a sua identidade (verifique se estão válidos), residência e os seus rendimentos. Assim, vai precisar de:

Para alguns empréstimos especificamente destinados a obras, e dependendo da instituição de crédito, pode também ter de entregar orçamentos e/ou faturas.

9 passos para pedir um crédito para obras

Se vai fazer obras em casa e precisa de um empréstimo para avançar, há alguns pontos a avaliar antes de tomar uma decisão. Assim, garante que o processo é mais rápido e que a sua estabilidade financeira não é afetada pelo crédito.

1. Analisar necessidades e definir o tipo de crédito

Como existem vários tipos de empréstimos para obras, é importante garantir que escolhe o mais adequado para o seu caso e necessidades.

Avalie o tipo de intervenção que precisa: pequenos trabalhos não justificam um crédito hipotecário, mas se a ideia é remodelar toda a casa, já pode valer a pena uma solução deste tipo.

2. Pedir orçamentos e estipular o montante necessário

Pedir vários orçamentos é essencial para perceber quanto vai gastar, mas também para assegurar que não vai gastar mais do que aquilo que pode.

Ao comparar propostas, tenha em atenção o tipo de material, prazos e outros detalhes importantes. Não se foque apenas no preço.

3. Ter um bom histórico de crédito

Todos os empréstimos, mesmo que estejam em causa valores mais baixos, passam por uma análise quanto ao risco de incumprimento. Um histórico de crédito com episódios negativos (prestações que não foram pagas ou insolvência) vai dificultar a aprovação do empréstimo para obras.

O mapa de responsabilidades de crédito permite verificar os créditos em seu nome junto do Banco de Portugal.

4. Reunir a documentação necessária

Para evitar atrasos devido à falta de documentos, antes de avançar para o pedido de empréstimo, reúna todos os documentos e comprovativos necessários. Vai precisar deles, mesmo que o pedido seja feito online.

5. Fazer simulações e comparar propostas

Sabe de quanto precisa para as suas obras, mas para ter uma ideia mais clara de quanto vai pagar por mês, o melhor é fazer simulações e comparar diferentes propostas.

No caso dos créditos pessoais, por exemplo, pode fazer simulações online para avaliar diferentes prazos e montantes necessários e, assim, encontrar uma prestação cujo valor se adeque à sua capacidade financeira.

Além disso, ter várias propostas permite-lhe também comparar as taxas de juro para perceber qual é o crédito mais “barato”.

6. Avaliar a taxa de esforço mensal

A taxa de esforço é um indicador importante não só para a aprovação do empréstimo, mas também para perceber qual o impacto da prestação no seu rendimento mensal. Caso tenha mais créditos ativos, estes devem ser considerados nos cálculos.

7. Ponderar sobre o prazo de pagamento

Prazos mais longos reduzem o valor da prestação mensal, aliviando a taxa de esforço, mas implicam o pagamento de mais juros. Contudo, se o montante do empréstimo para obras for elevado, compensa aproveitar um período de reembolso mais extenso. 

8. Analisar a possibilidade de dar garantias

Como já observámos, os empréstimos para obras no âmbito do crédito habitação implicam a hipoteca do imóvel. Isto é, a casa serve como garantia para cobrir um eventual incumprimento.

Já no caso dos créditos pessoais, caso a taxa de esforço seja elevada, podem ser pedidas garantias, como um fiador.

9. Antecipar os riscos de incumprimento

Um empréstimo é um compromisso financeiro e, como tal, há que garantir que tem as condições necessárias para o assumir.

No processo de contratação, é importante antecipar eventuais cenários em que possam existir dificuldades financeiras e encontrar formas de minimizar esses riscos. Por exemplo, pondere criar um fundo de emergência ou fazer um seguro de proteção de crédito.

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