Precisa de um empréstimo para obras?
Fazer obras em casa é quase sempre sinónimo de uma grande despesa, que não está ao alcance de qualquer carteira. Explicamos-lhe as várias soluções de crédito que existem, para que possa tirar os seus planos do papel.
Fazer obras em casa é um processo que implica uma logística muito grande, tanto a nível pessoal, como a nível financeiro. Por essa razão, muitas vezes as obras são adiadas por tempo indeterminado, levando a que o estado geral da casa vá piorando. As paredes a precisarem de ser pintadas, aquela infiltração que deixou o teto manchado, os tacos de madeira do chão a levantarem, as janelas pouco eficientes que não ajudam a mantar o calor, o frigorífico que está a deitar água, o forno avariado ou a casa de banho a precisar de uma remodelação fazem parte da realidade em muitas casas portuguesas, muitas vezes por falta de disponibilidade financeira.
Que tipos de crédito posso pedir para fazer obras?
Se chegou a hora de fazer uma intervenção na sua casa e não quer adiar mais esse passo, seja para dar uma nova configuração à casa, para valorizá-la ou simplesmente por uma questão de manutenção, saiba que existem soluções de crédito para fazer face a estas despesas.
Crédito Pessoal
Este é um tipo de financiamentos que pode contratar sem ter de especificar a finalidade, além de que não precisará de apresentar quaisquer comprovativos de despesas ou orçamentos para ver o crédito aprovado e utilizar o dinheiro, ao contrário de outros empréstimos. Ou seja, pode aplicar o dinheiro nas obras ou em outras finalidades. Em contrapartida, as taxas de juro serão mais altas. Portanto, apesar de ser um processo mais simples, quando o objetivo é fazer obras, recorrer a um crédito pessoal simples pode não lhe compensar.
Por norma, os valores podem ir dos 2.500 aos 50.000 euros, sendo que o prazo para pagamento pode prolongar-se até aos sete anos, ou seja, 84 meses.
Crédito para Obras ou Crédito Lar e Recheio
Aquilo que o diferencia do crédito pessoal em termos de burocracias é que, para obter este tipo de empréstimo, pode ser preciso apresentar um orçamento realizado por um profissional, para saber qual o montante a disponibilizar, bem como comprovativos de despesas dos materiais e mão de obra utilizados nas obras.
Pode encontrar este tipo de crédito no mercado sob várias designações, como por exemplo Crédito Multifunções ou Crédito Pessoal Lar e Recheio. No caso deste último, conseguirá um crédito sem comissão de abertura, com prazos, taxas e mensalidades fixas, com a possibilidade de fazer um seguro de proteção ao crédito e a opção de tratar do processo inteiramente online. Simule aqui quanto ficará a pagar mediante o montante de que necessita.
Tal como o crédito pessoal, o limite para o Crédito Lar e Recheio são 50.000 euros, sendo que o prazo de pagamento pode ir igualmente 84 meses. A diferença é que o crédito para obras acaba por ser mais vantajoso em termos de condições. Ao oferecer taxas mais baixas, as mensalidades serão mais em conta.
Crédito Reabilitação Urbana
Pedir este tipo de financiamento só é possível se for proprietário de uma habitação própria e permanente ou secundária e se o imóvel tiver mais de 30 anos. Além disso, a casa deve estar situada numa área de reabilitação urbana (ARU), nos centros históricos das cidades ou áreas de recuperação e/ou reconversão urbanística.
Em termos de financiamento, se se tratar de uma habitação própria e permanente, o montante financiado vai corresponder a 80% do valor de avaliação, podendo chegar até 90% do valor de investimento. Se em causa estiver uma habitação secundária, o valor máximo de financiamento é de 80% do valor e avaliação, até 80% do valor de investimento.
Crédito Habitação e Obras
Se o seu objetivo é comprar uma casa que precisa de obras, então a melhor solução é optar pelo crédito Habitação e Obras, que junta o valor da compra da casa com o valor das obras a realizar. Neste caso, a garantia é, regra geral, a hipoteca do imóvel.
Apesar de ser um financiamento mais completo, tem acesso a taxas de juro mais acessíveis e a prazos de reembolso maiores, quando comparados com os restantes produtos de crédito, cujos prazos vão até aos 84 meses. Além disso, este tipo de crédito implica dar menos dinheiro de entrada inicial do que num crédito habitação para um imóvel já reabilitado.
Para que seja aprovado, a avaliação do imóvel tem de considerar as obras realizadas, pelo que terá de apresentar um projeto ou orçamento das obras, de forma a que o banco obtenha uma estimativa do imóvel já pronto. Só depois da entrega da documentação, é que o perito pode proceder à avaliação da casa.
Uma particularidade deste tipo de crédito é que o montante destinado apenas para as obras é disponibilizado por fases, mediante vistorias regulares, que também implicam alguns custos.
Quais os documentos necessários para pedir um empréstimo para obras?
Para pedir qualquer um destes financiamentos, é necessário apresentar alguma documentação:
- O documento de identificação;
- Um comprovativo de morada fiscal (como por exemplo, uma fatura da luz, água, gás ou telecomunicações);
- O comprovativo de IBAN;
- Os últimos 3 recibos de vencimento;
- A última declaração de IRS;
- Mapa de Responsabilidades do Banco de Portugal;
- O orçamento da obra ou comprovativos de despesas, caso a instituição financeira assim o exija.
Uma nota: é importante que tenha um bom historial de crédito para provar que consegue assegurar o pagamento do crédito que vai pedir.
Qual a melhor opção de crédito para fazer obras?
A escolha do melhor tipo de crédito depende de vários fatores relacionados com a casa, mas também com a sua situação financeira, já que vai representar mais um encargo no seu orçamento.
Em primeiro lugar, deve considerar o próprio imóvel, para avaliar a antiguidade, a localização e o próprio estado, e perceber qual das modalidades lhe é mais conveniente. Por exemplo, se for uma casa com mais de 30 anos, que cumpra os requisitos de localização, talvez seja melhor optar pelo Crédito Reabilitação Urbana.
Caso pretenda comprar um imóvel para reabilitação, a melhor opção pode passar pelo Crédito Habitação e Obras, que engloba os valores da compra e das obras num só financiamento.
Por outro lado, se quiser remodelar a sua casa ou outra que tenha adquirido, fará sentido pedir um crédito pessoal ou o crédito Lar e Recheio . Este último deverá ser geralmente mais vantajoso, porque exige determinados requisitos que permitem oferecer taxas de juro mais baixas e prazos de reembolso mais longos.
Tenha sempre presente que os imprevistos acontecem e que a vida pode mudar de um momento para o outro. A boa notícia é que também é possível alterar as condições no decorrer dos contrato de crédito. Basta contactar a sua instituição para todas as dúvidas que possa ter e informar sempre com antecedência se pretender fazer uma amortização, uma opção que também tem sempre disponível.
Como comparar as várias propostas de crédito?
A forma mais simples e rápida de comparar várias propostas de crédito é olhar para o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor). O MTIC indica qual o valor total que vai devolver à instituição a quem contrata o crédito, incluindo juros, comissões, impostos e outros encargos.
Ou seja, a TAN, o juro que a instituição cobra pelo empréstimo, acaba por ser o menos importante quando precisa de comprar propostas.
Relativamente ao tipo de taxa, caso opte por um crédito com taxas de juro fixas, quanto mais elevado for o juro ou mais longo for o prazo do crédito, mais elevado será o MTIC. Já se a taxa de juro for variável, o valor do MTIC está sujeito às variações da taxa durante o prazo do crédito. De qualquer forma, esta opção deve ser tomada à luz da atualidade, em função da evolução do respetivo indexante.
Se vai pedir um crédito para obras, tenha isto em conta
Independentemente da sua escolha, há sempre alguns fatores a considerar. Tais como:
- O valor do empréstimo. Quanto maior for o financiamento, mais tempo vai provavelmente demorar a amortizar a dívida e mais juros terá de pagar;
- Perceba se consegue dar garantias no crédito, uma vez que se o fizer, os juros a pagar podem ser menores;
- Avalie qual a sua taxa de esforço mensal, para saber se consegue suportar a prestação. Só assim vai conseguir definir o prazo de pagamento do crédito. Lembre-se que quanto maior for o prazo, menor será a prestação mensal, mas maior será o Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC), ou seja, o valor total que irá pagar pelo dinheiro que vai pedir;
- Subscrever outros produtos financeiros na mesma instituição pode ajudar a reduzir a prestação mensal. Dependendo da entidade de crédito e o tipo de financiamento, pode conseguir diminuir a TAEG ou obter descontos nas comissões de avaliação;
- Peça várias propostas. Só assim vai conseguir comprar valores e condições e perceber qual a que se adequa melhor às necessidades pessoais e ao seu projeto.