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Já sabe o que fazer com o reembolso do IRS? Damos-lhe 5 sugestões

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Rapariga faz contas para perceber se tem direito a reembolso de IRS

Uma das melhores notícias do ano: ter direito a reembolso do IRS. Para muitas famílias, é um balão de oxigénio que permite aliviar as limitações do orçamento.

O dinheiro extra pode ser útil para pagar algumas dívidas ou impostos, fazer face a despesas com seguros ou com o carro, ou marcar as tão desejadas férias. No entanto, ter direito a receber IRS não quer dizer que o Estado lhe está a dar dinheiro. Na verdade, significa que, durante o ano, lhe foi retido mais imposto do que o devido.

Quando entrega a declaração de IRS, são feitos os cálculos entre o imposto que terá de pagar e aquele que lhe foi retido durante o ano. A esta conta, são ainda retiradas as deduções relativas às despesas que efetuou, como as de saúde e educação, e ainda as relativas à composição do seu agregado familiar. Só depois de se obter o resultado desta equação, se apura se terá direito a reembolso, se tem de pagar IRS ou se não recebe nem paga nada.

Ainda assim, o reembolso de IRS é sempre bem-vindo. E se não precisar de o utilizar para pagamentos urgentes, pode pô-lo a render para o  futuro ou investi-lo. Se não sabe o que fazer com o reembolso do IRS damos-lhe cinco sugestões.

Criar um fundo de emergência

Aproveitar o reembolso do IRS para criar ou aumentar o fundo de emergência é uma opção equacionada por muitas famílias. O objetivo deste “pé-de-meia” é ajudá-lo a manter o equilíbrio financeiro, mesmo quando surgem despesas inesperadas.

Os especialistas em finanças pessoais recomendam que este fundo tenha o montante equivalente a quatro ou seis salários. Claro que tudo dependerá das suas necessidades: se tiver encargos com filhos ou créditos poderá precisar de um fundo de emergência mais elevado do que quem não tem esse tipo de despesas. E mesmo que não consiga, nesta fase, atingir esse montante, o facto de começar a colocar de parte esse dinheiro já é positivo.

Amortizar créditos

Reduzir o montante das dívidas é outra possibilidade para usar o reembolso do IRS. No entanto, se tem mais do que um crédito, é possível que fique na dúvida sobre qual amortizar primeiro. Regra geral, opta-se pelo que tem as taxas de juro mais altas, como os cartões de crédito. Contudo, pode ser vantajoso reduzir a dívida do crédito à habitação, por ser de longa duração e de valor elevado.

Se optar por amortizar créditos, deve ter em atenção que apenas lhe compensa se a taxa de juro que paga do empréstimo for superior à que consegue num produto com baixo risco. Ou seja, caso tenha a possibilidade de investir num depósito a 3% mas o empréstimo tenha uma taxa superior, nesse caso pode compensar amortizá-lo.

Vamos a um exemplo prático. Imagine que tem um crédito automóvel de 15.000 euros a oito anos (96 meses) com uma taxa de juro a rondar os 15%. Neste cenário, a prestação será de cerca de 269 euros. Se amortizar este empréstimo em 1.000 euros e reduzir o valor em dívida para 14.000 euros, a prestação irá baixar para 251 euros, ou seja, menos 18 euros mensais.

Feitas as contas, até ao final do empréstimo consegue poupar mais de 1.700 euros. Pode, ainda, aproveitar os 18 euros de diferença e aplicar esse dinheiro todos os meses num investimento.

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Subscrever um seguro de saúde

Nunca se sabe quando é que um problema de saúde pode aparecer, por isso pode ser prudente aplicar o reembolso do IRS num seguro de saúde. Este dá-lhe segurança no caso de surgir alguma doença grave e ajuda-o a manter as suas finanças equilibradas.

Antes de subscrever um seguro, deve analisar bem as coberturas e perceber o que é mais vantajoso para si e para a sua família. A Cofidis, por exemplo, oferece opções de seguro de saúde e seguro de saúde dental.

Fazer investimentos 

Também pode aproveitar o seu reembolso do IRS para fazer um investimento e pôr o dinheiro a trabalhar para si. Pode investir, por exemplo, num PPR ou em produtos de dívida pública, como os certificados de aforro ou do tesouro.

Plano Poupança Reforma

Investir num PPR é uma boa opção para garantir o futuro e preparar uma reforma mais folgada. Assim, poderá  usar o dinheiro do IRS para reforçar o seu plano poupança reforma ou, se ainda não tem um,  fazer uma subscrição.

A aplicação em PPR pode ser feita de duas formas: seguros ou fundos de investimento.

Os seguros são subscritos através das seguradoras e, regra geral, oferecem garantia de capital e de rendimento. Os fundos de investimento são feitos através das gestoras de ativos e não dão essas garantias, apesar de oferecerem um potencial de retorno mais elevado, já que parte do portfólio é composto por ações. Esta opção é mais indicada para quem está mais longe da idade da reforma.

Certificados de Aforro e do Tesouro

Se prefere opções de baixo risco e com capital garantido, pode aplicar o  dinheiro em produtos da dívida pública. Os Certificados de Aforro, que vão na série F, têm um mínimo de subscrição baixo (100 euros) e só não poderá fazer resgates durante os primeiros três meses de subscrição.

A taxa de base dos Certificados de Aforro está indexada à Euribor a três meses e oferece um prémio de permanência que começa nos 0,25% entre o segundo e o quinto ano, e pode chegar aos 1,75% nos últimos dois anos. Os juros são pagos de três em três meses e capitalizados durante um máximo de 15 anos.

Os Certificados do Tesouro Poupança Valor são outra opção viável, embora o montante mínimo de subscrição ou de reforço suba para os 1.000 euros. Os juros são pagos anualmente a uma taxa de base crescente, entre 0,70%, no primeiro ano, e 1,60% no sétimo ano. Estes certificados oferecem, ainda, um prémio de remuneração a partir do terceiro ano, em função do crescimento médio do PIB. No entanto, não podem ser levantados durante o primeiro ano.

Investir em formação

Se já pensou em voltar a estudar, esta pode ser uma boa oportunidade. Pode aplicar o reembolso do IRS num curso de línguas, por exemplo, ou para aprender uma nova competência que o faça progredir na carreira.

Qualquer que seja o destino que dê ao seu reembolso do IRS, o ideal será sempre, primeiro, fazer bem as contas para poder decidir qual é a aplicação mais eficiente e eficaz para o seu caso.

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