Impostos

Escalões de IRS 2025: o que muda e qual o impacto na carteira?

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Olga Teixeira
Olga Teixeira
Escalões de IRS 2025

Índice de conteúdos:

  1. O que são os escalões de IRS?
  2. Como saber em que escalão está?
  3. Como saber qual a taxa que lhe é aplicada?
  4. Quais são os escalões de IRS em 2024?
  5. Quais são os escalões de IRS em 2025?
  6. Qual é a diferença entre escalões de IRS e retenção na fonte?

Os escalões de IRS (ou escalões do rendimento coletável) são uma parte fundamental no cálculo do imposto a pagar ou a devolver aos contribuintes. Existem nove escalões, sendo o primeiro para os rendimentos mais baixos e o último para os valores mais elevados.

Cada escalão corresponde a um intervalo de rendimentos, com uma taxa associada. Como o IRS é um imposto progressivo, quanto mais se recebe, maior é a taxa aplicada, o que pode resultar em um maior imposto a pagar ou, em alguns casos, em menor reembolso, dependendo das deduções e das retenções na fonte efetuadas ao longo do ano.

Em 2025, há uma atualização dos escalões em cerca de 4,6%. No entanto, o cálculo do IRS a entregar em 2025 terá como base os escalões em vigor durante 2024, uma vez que a declaração se refere aos rendimentos obtidos nesse ano.

O que são os escalões de IRS?

Os escalões de IRS são intervalos de rendimentos anuais aos quais se aplicam taxas (a normal e a média), de uma forma proporcional ao volume do rendimento. A aplicação destas taxas é, por isso, importante para o cálculo do imposto, mas há outros valores que entram nas contas para saber se o contribuinte tem direito a reembolso ou se terá de pagar ao Estado.

Atualmente existem nove escalões, mas até 2017 eram apenas cinco. Desde então tem existido um desdobramento, de forma que a aplicação das taxas seja mais justa e não penalize quem recebe rendimentos médios.

Como saber em que escalão está?

Para saber qual é o seu escalão de rendimentos tem de descobrir qual é o seu rendimento coletável, ou seja, o rendimento bruto anual, menos as deduções específicas. O valor obtido corresponde a um dos escalões e será sobre esse montante que vão depois incidir as taxas.

As deduções específicas dependem da categoria de rendimentos, mas aos que forem obtidos por trabalho dependente ou pensões aplica-se, em 2025, uma dedução específica de 4.350,24€.

Assim, se tiver um rendimento bruto anual de 25.000 euros em 2025, o rendimento coletável (após as deduções específicas), é de 20.649,76, o que coloca esse contribuinte no 4.º escalão do IRS.

Os casais que optem pela tributação conjunta têm de somar os respetivos rendimentos anuais brutos, subtrair as respetivas deduções específicas e dividir o resultado por dois.

Como saber qual a taxa que lhe é aplicada?

Há que ter em conta que nem todo o rendimento coletável é sujeito à mesma taxa. De acordo com o Código do IRS, se o valor obtido num ano for superior ao 1.º escalão (até 8.059 euros), é dividido em duas partes para calcular o imposto. Ou seja, o rendimento coletável pode ser dividido entre escalões, sendo que a parte que cabe dentro de um escalão é tributada pela taxa correspondente a esse escalão, e a parte que excede esse limite é tributada pela taxa do escalão imediatamente superior.

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Por exemplo para um rendimento coletável de 25.000 euros:

  • a 22.306 euros vai ser aplicada a taxa média do 4.º escalão, que é de 18,419%, o que corresponde a 4.108 euros;
  • ao valor excedente (2.694 euros) é aplicada a taxa normal do 5.º escalão (32%), o que dá um valor de 862 euros.

Somando os dois valores, o contribuinte fica com uma coleta de 4.970 euros. Este é o valor do imposto que poderá ter de pagar, mas serão ainda subtraídos os valores já descontados através de retenção na fonte e as deduções à coleta (por exemplo, com despesas de saúde ou de acordo com o número de dependentes) apresentadas na declaração de IRS. Depois de feitas as contas, a Autoridade Tributária determina se há lugar a reembolso ou se é necessário pagar imposto.

Quais são os escalões de IRS em 2025?

Os escalões de IRS em 2025 têm, em relação ao ano anterior, um aumento de 4.6% nos seus limites. Segundo o Orçamento do Estado, o objetivo é assegurar a neutralidade fiscal das atualizações salariais. Ou seja, evitar que, devido a um pequeno aumento no salário, o contribuinte avance para outro escalão de IRS e o seu rendimento passe a estar sujeito a uma tributação mais elevada.

As taxas média e normal são as mesmas de 2024. Assim, os rendimentos obtidos em 2025 vão ser distribuídos por nove escalões, da seguinte forma:

EscalãoRendimento coletável (€)Taxa normal (%)Taxa média (%)
Até 8 05913%13%
2.º8 059 até 12 16016,5%14,180%
3.º12 160 até 17 23322%16,482%
4.º17 233 até 22 30625%18,419%
5.º22 306 até 28 40032%21,334%
6.º28 400 até 41 62935,5%25,835%
7.º41 629 até 44 98743,5%27,154%
8.º44 987 até 83 69645%35,408%
9.ºMais de 83 69648%

Escalões do IRS em 2024

Os escalões de rendimentos em vigor em 2024 – e que vão contar para o cálculo do IRS a entregar em 2025 – são estes:

EscalãoRendimento coletável (€)Taxa normal (%)Taxa média (%)
 Até 7 70313%13%
2.º 7 703 até 11 623 16,5%14,180%
3.º11 623 até 16 47222%16,482%
4.º 16 472 até 21 321 25%18,419%
5.º 21 321 até 27 146 32%21,334%
6.º 27 146 até 39 79135,5%25,835%
7.º 39 791 até 43 00043,5%27,154%
8.º 43 000 até 80 00045%35,408%
9.ºMais de 80 00048%

Qual é a diferença entre escalões de IRS e retenção na fonte?

Por vezes, existe alguma confusão entre escalões de IRS e tabelas de retenção na fonte. Embora ambos digam respeito ao mesmo imposto e sejam usados no cálculo do imposto a pagar, são coisas diferentes.

Os escalões são, como vimos, uma forma de calcular, mediante a aplicação de diferentes taxas consoante os rendimentos, qual o valor que o contribuinte pode ter de pagar no fim do ano fiscal, após entregar a sua declaração de IRS.

Já as tabelas de retenção na fonte determinam qual o valor a descontar mensalmente e que tem em conta não só o tipo de rendimento (por exemplo, trabalho dependente ou pensões), mas também o facto de o contribuinte ser ou não casado, o número de dependentes ou ser portador de deficiência.

Assim, a retenção na fonte é uma forma de determinar os descontos mensais, de forma a antecipar o que deve ser o imposto anual a pagar. No entanto, o valor final só é apurado quando se entrega a declaração, com base nos rendimentos anuais declarados e nas deduções e fazendo a comparação entre esse montante e o valor das retenções.

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