Aumento de preços em 2025: conheça as principais subidas
Daniela CunhaCom a chegada de um novo ano, chega também o aumento de preços. Saiba o que vai ficar mais caro e o que lhe vai dar mais dinheiro na carteira ao final do mês.
Ano novo, preços novos. Já é tradição a viragem do ano trazer aumentos e 2025 não é exceção. Bens alimentares, portagens, gás ou eletricidade são alguns dos produtos e serviços que vão sofrer um aumento de preços. Por outro lado, os salários, as reformas e alguns subsídios dados pelo Estado também vão subir.
Neste artigo explicamos com que aumentos pode contar neste novo ano, para que possa preparar o seu orçamento familiar.
Aumentos nos rendimentos
Ainda que haja produtos e serviços a ficar mais caros, 2025 também traz alguns aumentos benéficos, que ajudam a fazer crescer o rendimento das famílias.
Salários
O salário mínimo nacional, no Continente, passa de 820 euros para 870 euros em 2025. São mais 50 euros por mês, o que representa um aumento de cerca de 6%. Já na Madeira, o valor é atualizado para 915 euros e nos Açores para 913,50 euros.
O acordo assinado entre o Governo e os sindicatos também prevê o aumento do valor de referência do salário médio, que sobe cerca de 5% para 1.580 euros, com o objetivo de chegar aos 1890 em 2028.
Subsídio de alimentação
O Orçamento do Estado para 2025 prevê o aumento do valor do subsídio de refeição isento de IRS. Assim, quando pago em cartão, o valor que não está sujeito a imposto passa de 9,60 euros para 10,20 euros.
Pensões
As reformas dos pensionistas são atualizadas todos os anos, como prevê a lei, tendo em conta fatores como a taxa de inflação média, sem habitação, de novembro e a média do crescimento económico dos últimos dois anos.
Este ano, além da atualização já prevista, as pensões até três vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS), ou seja até 1.567,50 euros, vão ter um aumento adicional permanente de 1,25%. Assim:
- Pensões até 1.045 euros vão subir 3,85%
- Pensões entre 1.045 euros e 1.567,50 euros vão subir 3,35%;
- Pensões entre 1.567,50 euros e 3.135 euros vão subir 2,10%;
- Pensões entre 3.135 euros e 6.270 euros vão subir 1,85%.
As reformas superiores a 6.270 euros mensais não vão ter aumento.
Atualização dos escalões de IRS
O IRS também sofreu várias alterações que, na prática, traduzem-se numa subida do rendimento líquido. Os limites dos escalões de rendimento coletável foram atualizados em 4,6% e o valor isento de IRS para um trabalhador não casado sem dependentes ou casado com dois titulares é, agora, de 870 euros (o valor do salário mínimo nacional). Já um trabalhador casado e que seja o único titular de rendimentos do casal, está isento de IRS se auferir até 957 euros por mês.
Também de acordo com as novas tabelas, e a título de exemplo, um trabalhador não casado sem dependentes que ganhe até 992 euros por mês, desconta, agora, 13% (anteriormente quem auferia até 935 euros descontava 13,25%).
Quem trabalha por conta própria, passa a reter 23% de IRS em vez de 25%.
IRS Jovem
Com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2025, também passou a vigorar o novo modelo de IRS Jovem, que contempla quatro alterações:
- A idade máxima é alargada dos 30 para os 35 anos;
- É aplicável durante os primeiros 10 anos de obtenção de rendimentos, em vez de cinco;
- O acesso ao regime deixa de depender das habilitações académicas;
- O limite de isenção aumenta para 55 vezes o valor do IAS, ou seja, cerca de 28 700 mil euros anuais.
A isenção é de 100% no primeiro ano, 75% entre o segundo e o quarto, 50% do quinto ao sétimo e de 25% entre o oitavo e o décimo ano. Assim, um jovem que receba, por exemplo, 1.000 euros mensais, conseguirá poupar cerca de 800 euros em imposto no primeiro ano e, ao fim dos 10 anos, a poupança pode ultrapassar os 7.200 euros.
Indexante de Apoios Sociais
O valor do IAS, que serve de referência para o cálculo de prestações como o Rendimento Social de Inserção ou o subsídio social de desemprego também sobe em 2025 de 509,26 euros para 522,50 euros.
Subsídio de desemprego
Com a atualização do IAS, os valores mínimos e máximos do subsídio de desemprego também aumentam. Os montantes mínimos garantidos que, dependendo do valor líquido da remuneração de referência, correspondem a uma vez ou 1,15 vezes o valor do IAS, passam a ser, respetivamente, de 522,50 euros e 600,86 euros. Já o montante máximo do subsídio de desemprego, que equivale a 2,5 vezes o IAS, passa para 1.306,25 euros.
Complemento Solidário para Idosos
O valor do Complemento Solidário para Idosos aumenta 30 euros em 2025, podendo chegar a um máximo de 630 euros.
Impostos
Os bens alimentares infantis, como a comida para bebés e as fórmulas de transição passam a ter IVA à taxa mínima de 6%.
Em relação ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), a maioria das autarquias decidiu aplicar a taxa mínima de 0,3% e vai, ainda, atribuir o desconto no IMI para as famílias residentes com dependentes.
Os escalões do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) foram atualizados em 2,3%, para acompanhar a inflação, e a isenção total no caso do IMT Jovem passa a aplicar-se a imóveis até 324.058 euros.
Eletricidade
Os preços da eletricidade, quer no mercado regulado, quer no liberalizado, devem baixar em 2025. De acordo com a atualização da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), as famílias portuguesas deveriam ter um aumento tarifário de 2,1%, no entanto, vão beneficiar de reduções entre os 0,85 e 0,91 euros, graças à alteração legislativa que ampliou a aplicação da taxa reduzida de IVA (6%) no consumo de eletricidade.
Aumentos de preços
Como já é habitual, há produtos e serviços que vão ficar mais caros em 2025. Rendas, bens alimentares ou telecomunicações são algumas das áreas que vão sofrer um aumento de preços.
Rendas
Em 2025, os senhorios vão poder aumentar as rendas até 2,16%, seguindo o indicador da inflação divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este aumento equivale a 2,16 euros por cada 100 euros, o que significa que uma renda de 500 euros pode ficar 10,80 euros mais cara.
Os senhorios que não atualizaram as rendas nos últimos três anos, podem fazê-lo em 2025, desde que os coeficientes sejam relativos a esses anos. Nestes casos, o aumento pode chegar aos 11%.
Gás
Para 2025, a ERSE atualizou as tarifas e preços do gás natural. Assim, as famílias que se encontram no mercado regulado podem contar com um aumento de 6,9% face ao que pagavam no ano passado.
Telecomunicações
Na área das telecomunicações, a única empresa que anunciou que vai aumentar os preços foi a Altice Portugal, dona da MEO. Está previsto um aumento mínimo de 0,50 euros nas mensalidades, à exceção dos segmentos low cost (marca Uzo) e jovem (Moche).
A NOS decidiu não atualizar os tarifários em 2025 e a Vodafone admite realizar aumentos pontuais à inflação, limitados a um número reduzido de produtos e serviços.
Transportes
Na Área Metropolitana de Lisboa, os passes Navegante e os bilhetes ocasionais da Carris Metropolitana vão manter os preços. No entanto, o bilhete ocasional da Carris/Metro aumenta cinco cêntimos.
Na Área Metropolitana do Porto, os preços do Andante e do passe Municipal também não sofrem alterações, mas os bilhetes comprados a bordo na rede Unir vão aumentar: 0,10 euros nas distâncias curtas, 0,20 euros nas intermédias e 0,30 euros nas mais longas.
Portagens
A Brisa anunciou um aumento de 2,21% em 52 das 93 taxas de portagem aplicadas aos veículos de classe 1. A título de exemplo, as viagens Porto-Lisboa na A1 ficam 0,70 euros mais caras, ir de Lisboa ao Algarve pela A2 passa a custar mais 0,70 euros e viajar do Porto até Valença, pela A3, fica 0,20 euros mais caro.
Por outro lado, vai deixar de se pagar portagens nas antigas SCUT na A4, A13 e 13-1, A22, A23, A24, A25 e A28.
Bens alimentares
Alguns bens essenciais também vão sofrer um aumento de preços em 2025. O leite, os produtos lácteos e o pão devem ficar mais caros, devido ao aumento dos custos de produção e do salário mínimo nacional.
Já o café pode ficar 5% mais caro, e a carne de novilho, que subiu quase 30% em 2024, deve manter a tendência de subida.
Cultura
2025 traz também aumentos na área da cultura. A Museus e Monumentos de Portugal atualizou a tabela de preços para o novo ano e, assim, os bilhetes de entrada nalguns equipamentos culturais sobem entre dois e sete euros.
Ainda que estejam previstos alguns aumentos que podem ajudar as famílias a ter um rendimento mensal maior, é fundamental não esquecer a subida de preços dos produtos e serviços. Para fazer face ao aumento da despesa, é essencial que planeie o seu orçamento familiar com cuidado e que privilegie a poupança, sempre que possível.
Aproveite o início do ano para rever as suas despesas, ver onde é que pode eliminar ou reduzir custos e, até, renegociar alguns contratos para tentar baixar mensalidades.