14 dicas de poupança para famílias numerosas
Faz parte do grupo de famílias numerosas? Conheça as nossas sugestões de poupança para reduzir as despesas do dia a dia.
A par do encargo financeiro acrescido, ter três ou mais filhos implica uma logística familiar bastante diferente. E, talvez por isso, sejam poucos os casais que, hoje em dia, decidem ir além das duas crianças.
No entanto, gerir uma família numerosa e todas as despesas associadas não tem de ser uma dor de cabeça. Com organização, definição de prioridades e dicas de poupança, é possível otimizar o orçamento familiar sem ter de fazer grandes cortes ou muitos sacrifícios.
1. Faça um orçamento e planeie as suas despesas
Organização é a palavra de ordem quando se tem muitos gastos. Por isso, ter um orçamento mensal bem definido é essencial para garantir que nada lhe escapa e que não gasta mais do que aquilo que pode.
Identifique todos os rendimentos da família e todas as despesas fixas e variáveis, como a prestação ou a renda da casa, as compras de supermercado, as contas da água, luz, gás e telecomunicações, a educação das crianças e os gastos com transportes.
Além do orçamento mensal, também é importante ter um anual para considerar rendimentos extra, como os subsídios de férias e Natal ou o reembolso do IRS, e as despesas que acontecem duas ou três vezes por ano, como os seguros, o IMI e o IUC.
Este exercício irá ajudar a sua família a saber qual é o saldo entre rendimentos e despesas e quais são os encargos prioritários e os indispensáveis. Assim, é mais fácil conseguir cortar custos supérfluos e poupar algum dinheiro.
O montante economizado pode ser colocado num fundo de emergência, ideal para lidar com despesas imprevistas.
2. Inscreva-se na Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) é uma entidade sem fins lucrativos que dá apoio às famílias com três ou mais filhos. Ao inscrever-se como associado, tem acesso a várias vantagens, como descontos em parceiros ou oportunidades de negócios em segunda mão. A APFN disponibiliza também informações sobre tarifas da água e da luz, apoios do Estado e impostos.
A quota anual é de 35 euros, à qual acresce, na primeira inscrição, um valor de 10 euros (de que pode ficar isento se optar pelo débito direto).
3. Adira ao Cartão Municipal de Família Numerosa
Se mora numa das 19 autarquias que disponibilizam o Cartão Municipal de Família Numerosa, pode ter acesso a mais alguns benefícios.
As vantagens oferecidas por este cartão dependem do município, mas podem dar, entre outras coisas, descontos em eventos culturais e desportivos, redução do preço de acesso a equipamentos municipais como campos de ténis e piscinas, descontos nos campos de férias promovidos pelas autarquias e até apoios ao arrendamento.
4. Peça as tarifas familiares de água e eletricidade
As famílias numerosas têm direito a tarifas especiais de água e eletricidade. No caso da água, os tarifários familiares impõem escalões de consumo de acordo com o número de elementos do agregado e não com o consumo da casa. Mas atenção: as tarifas de água são decididas a nível municipal e nem todas as autarquias têm disponível esta medida. No site da APFN pode saber que municípios adotaram a tarifa familiar da água.
Quanto à eletricidade, as famílias numerosas que tenham uma potência contratada igual ou inferior a 6,9kVA, podem beneficiar de um alargamento da taxa de 6% de IVA até aos primeiros 150 kWh consumidos em cada mês (o restante consumo continua a ser taxado a 23%). Para terem acesso a esta majoração, as famílias numerosas devem comprovar a sua condição junto do fornecedor de eletricidade.
5. Consolide os seus créditos
Se tem encargos com vários créditos, pondere consolidá-los. Esta solução permite-lhe juntar todos os empréstimos (de diferentes tipos e entidades) num só, o que significa que fica a pagar apenas uma mensalidade, que será mais baixa do que se pagasse todas as prestações em separado.
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6. Aproveite os descontos em impostos
As famílias numerosas podem beneficiar de alguns descontos e isenções em impostos, como o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o Imposto sobre Veículos (ISV).
Desde 2016, a lei possibilita que as autarquias possam aplicar uma redução da taxa de IMI em função da dimensão do agregado familiar. O benefício fiscal é fixo e varia entre 30 euros para famílias com um filho, 70 euros para quem tem dois dependentes e 140 euros para famílias com três ou mais crianças a cargo.
No entanto, sendo este um imposto municipal, a atribuição do desconto fica ao critério das autarquias: algumas não dão qualquer benefício e outras só têm disponível o apoio para famílias com três ou mais filhos. Consulte o simulador da APFN para saber quais são os municípios aderentes e os descontos que aplicam.
Para ter direito ao IMI familiar, há alguns requisitos a cumprir:
- Os seus filhos têm de ter menos de 25 anos e não auferir quaisquer rendimentos;
- A casa tem de ser destinada a habitação própria e permanente e tem de estar registada como morada fiscal da família;
- A família tem de ser a proprietária exclusiva do imóvel.
Em relação ao ISV, os agregados familiares que tenham três dependentes (dois dos quais com idade inferior a oito anos) ou mais de três dependentes (independentemente da idade), têm direito a um desconto de 50% no imposto.
A isenção é aplicada a apenas um veículo por agregado familiar e até ao limite de 7.800 euros. Para ter direito ao desconto, o automóvel tem de ser um ligeiro de passageiros com mais de cinco lugares e cumprir os limites de emissões de CO2.
7. Tire partido da majoração da dedução à coleta no IRS
Primeiro, é importante que peça sempre faturas com número de contribuinte para que possa fazer o máximo de deduções possíveis no IRS, tendo em conta o seu agregado familiar:
- 600 euros por cada filho com mais de três anos;
- 726 euros por cada dependente com idade igual ou inferior a três anos;
- 900 euros a partir do segundo filho com idade até três anos.
Além disso, as famílias numerosas ainda beneficiam de uma majoração do limite máximo aplicável em 5% por dependente nas deduções relativas às despesas de saúde, educação, imóveis, pensão de alimentos, encargos com lares e exigência de fatura.
8. Poupe na alimentação
Alimentar uma família numerosa é sempre mais dispendioso. No entanto, há formas de não gastar uma fortuna em refeições todos os meses. Reserve um dia para planear o menu semanal (inclua pequenos-almoços, almoços, jantares e lanches). Depois, faça uma lista dos ingredientes que vai precisar para essas refeições. Desta forma, evita comprar coisas desnecessárias que vão pesar no orçamento.
Antes de ir ao supermercado, dê uma vista de olhos online para comparar preços e veja se há alguma loja com promoções que valham a pena. Sempre que possível, opte pelos produtos de marca própria ou branca, que geralmente são mais económicos.
Para conseguir poupar mais algum dinheiro, evite as refeições em restaurantes e prefira levar marmitas para o trabalho e para a escola.
9. Ensine os seus filhos a pouparem luz e água
Economizar luz e água é sempre uma boa ideia, qualquer que seja a situação do agregado familiar: além de reduzir o valor da conta, ajuda o meio ambiente. Se ainda não o faz, comece a adotar boas práticas e ensine os seus filhos a fazer o mesmo. Deixamos-lhe algumas ideias:
- Desligue as luzes das divisões que não estão a ser utilizadas;
- Desligue os aparelhos das tomadas para não ficarem em stand-by;
- Utilize as máquinas da loiça e da roupa apenas com carga completa e prefira os programas eco que, apesar de serem mais demorados, economizam água e eletricidade;
- Prefira o estendal à máquina de secar;
- Opte por eletrodomésticos de classe energética A;
- Opte por um tarifário de eletricidade mais vantajoso;
- Tome duches rápidos;
- Feche a torneira sempre que não estiver a utilizar a água (ao ensaboar-se e lavar os dentes, por exemplo);
- Instale redutores de caudal.
10. Reutilize, aproveite os saldos e compre em segunda mão
Roupa, calçado, brinquedos e material escolar para várias crianças pode sair bastante caro. Por isso, sempre que possível, reaproveite o que estiver em bom estado e passe os artigos de uns irmãos para os outros.
Se precisar de comprar algumas coisas, aproveite a época de saldos ou então compre em segunda mão. No site da APFN, por exemplo, existe uma área dedicada a anúncios de produtos usados que estão a ser vendidos ou oferecidos.
11. Tire partido dos passes família
Caso a sua família utilize os transportes públicos, pode subscrever os passes familiares, que saem mais em conta. O Passe Navegante Família, da zona de Lisboa, e o Andante Família, no Porto, permitem que cada agregado pague no máximo o valor equivalente a dois passes para todos os membros.
12. Faça programas familiares mais em conta
Levar toda a família a passear pode sair caro. Assim, opte pelos programas mais amigos da sua carteira, como piqueniques no parque, passeios de bicicleta ou idas à praia.
Se quiser fazer algo diferente com as crianças, como visitar um museu, ir ao teatro ou ao cinema, aproveite os packs família. Além disso, em vários museus, como os da rede pública, a entrada é gratuita para os menores de 12 anos ou para os residentes, e pode ainda haver descontos ou isenções para os agregados familiares.
13. Planeie as férias com antecedência
Ir de férias é sempre um momento muito aguardado por miúdos e graúdos. Para garantir que consegue os melhores preços, comece a planear os dias de descanso com alguns meses de antecedência (assim também consegue ir poupando dinheiro para as férias).
14. Aproveite outros apoios e benefícios fiscais
Se a sua é uma das muitas famílias numerosas que existem em Portugal, saiba ainda que existem vários apoios sociais e benefícios fiscais a que pode recorrer.
E porque os imprevistos acontecem, se precisar, pode recorrer ao Crédito Pessoal Despesas da Cofidis, que não tem comissão de abertura e os prazos, taxas e prestações são fixas, dando-lhe uma maior flexibilidade para equilibrar o orçamento familiar.