Dinheiro

Tão novo e já com conta no banco? Conheça as vantagens das contas-jovem

4 min
vantagens das contas-jovem

Todos os bancos têm contas dedicadas aos mais novos. Entenda como funcionam estas contas, a que idades se dirigem e quais as vantagens.

Com as mesadas e os presentes em dinheiro vem o primeiro contacto com a poupança, os gastos e a gestão do dinheiro. As contas-jovem existem em todas as instituições bancárias e são direcionadas aos mais novos, menores de idade ou não. São uma forma de construir literacia financeira desde cedo, com pouquíssimos (ou até nenhuns) encargos na sua manutenção. Além disto, têm vantagens para estudantes e podem ajudar a poupar os primeiros ordenados. Saiba mais sobre todas as vantagens das contas-jovem.

A partir de que idade pode ter-se uma conta-jovem?

Muitos bancos não definem uma idade mínima para a abertura destas contas, outros exigem que o primeiro titular tenha, no mínimo, 13 anos. Até aos 18, a conta tem de ser criada com a supervisão dos pais ou outros representantes legais. A atribuição de um cartão de débito fica também dependente da sua autorização. Com a maioridade, qualquer um pode abrir uma conta-jovem autonomamente.

Assista a este vídeo e aproveite para conhecer algumas dicas para ensinar os seus filhos a lidares com o dinheiro.

Sérgio Rodrigues, especialista em finanças pessoais, fala neste vídeo sobre a relação das crianças com o dinheiro.

Quanta custa manter estas contas?

Na maioria dos casos é gratuito. As entidades bancárias assumem que um jovem não tem rendimentos regulares, que recebe e gasta pouco e por isso estas contas não têm, em geral, comissões de manutenção ou taxas. Também por estas razões, a maioria destas contas pode estar “a zeros” ou inativa sem que o titular seja penalizado por isso.

Como posso controlar as despesas da conta?

Qualquer banco disponibiliza sistemas online para monitorar as contas-jovens. Alguns destes produtos têm mesmo aplicações de telemóvel próprias, intuitivas e com uma linguagem descomplicada que ajuda os mais novos a identificar as atividades em que gastam mais dinheiro e até a poupar. Além da gestão feita pelo jovem, é também possível que os pais ou representantes legais estabeleçam um valor máximo a ser gasto diariamente pelo cartão de débito da conta, balizando o orçamento mensal.

Que estratégias usar para não esquecer as contas de todos os meses?

A noção de despesa fixa pode ser apreendida em tenra idade. A maioria das contas-jovem permite domiciliar gratuitamente alguns pagamentos e, assim, assumir a responsabilidade de encargos regulares, como o tarifário do telefone ou a mensalidade do ginásio.

Como incentivar a poupança?

Alguns bancos disponibilizam contas-poupança associadas às contas-jovens à ordem. Pode ser importante para perceber o que são e como funcionam os juros ou incentivar o jovem a fazer reforços da poupança (que em alguns bancos podem ser apenas de um euro). No entanto, se o intuito é fazer um investimento o mais rentável possível, verifique as contas-poupança convencionais, que não envolvem títulos como “júnior”, “jovem” ou “estudante” – grosso modo têm juros mais vantajosos.

Leia mais  IRS para quem tem filhos: o que ter em conta na declaração

E vantagens para quem estuda?

Para estudantes do ensino superior, as contas-jovem podem facilitar o acesso a créditos pessoais para formação. Aplicam-se assim spreads bonificados aos estudantes que podem usar este financiamento não só em propinas, mas também em material informático e de apoio ou aluguer de residência.

Além dos créditos, há ainda algumas opções de contas-estudante, com vantagens muito semelhantes às contas-jovem. Para as abrir é preciso, normalmente, um comprovativo de frequência do ensino superior e respeitar o limite de idade imposto pelo banco. Podem assim estender-se as vantagens das contas-jovem por mais uns anos.

Até quando dura a juventude?

Se está a pensar que contas-jovem são só para gerir mesadas, desengane-se. Em alguns bancos a juventude vai até aos 30 anos e, nesses casos, pode aproveitar os benefícios destas contas para poupar nos primeiros anos de trabalho. Quando a idade admitida pela conta-jovem chega ao fim, esta passa automaticamente a uma conta básica, com as condições gerais do banco em questão. 

Prefiro que o meu filho não tenha um vínculo a um banco. É possível?

É possível menorizar esse vínculo através de um cartão pré-pago. São cartões recarregáveis e, embora sejam emitidos por uma entidade bancária, não estão associados a uma conta. Para funcionarem, basta um carregamento feito no Multibanco ou na app do banco. A partir daí, usam-se como um cartão de débito comum.

Há várias opções no mercado e, ao compará-las, há que ter em conta a anuidade (em alguns casos pode ser inexistente), os custos de emissão, qual o valor mínimo de carregamentos (anda entre os cinco e os dez euros) e se há ou não um limite de carregamentos. A generalidade dos pré-pagos não tem limites de idade para a sua utilização, mas alguns são pensados especificamente para jovens: impõem uma idade máxima ao seu titular, e oferecem aplicações para telemóvel que facilitam a gestão do dinheiro no cartão e até têm a opção de pedir dinheiro aos pais.

Quase todos os bancos portugueses têm esta modalidade de conta-jovem e, antes de tomar uma decisão, o ideal é fazer algumas pesquisas, começando naturalmente pelos bancos com os quais já tem uma ligação. Compare as várias ofertas disponíveis e tome uma decisão tendo em conta o que pretende para o seu filho. Idealmente envolva-o no processo de decisão.