8 dicas para fazer compras em segunda mão
As compras em segunda mão trazem vantagens não só para quem compra, mas também para quem vende. Conheça algumas sugestões para fazer os melhores negócios.
Nos últimos anos, as compras em segunda mão têm vindo a ganhar cada vez mais adeptos. Segundo um estudo da Wallapop, em parceria com a MuP Research, 90% dos inquiridos, em Portugal, já venderam pelo menos um artigo usado. E é fácil perceber a atratividade deste segmento: para quem vende, é uma oportunidade de conseguir um rendimento extra e quem compra consegue artigos de qualidade a um preço reduzido.
Além de boas notícias para a sua carteira, as compras em segunda mão também promovem a economia circular e o consumo responsável, já que evitam que muitos artigos em bom estado acabem no lixo. No entanto, há alguns cuidados que deve ter na hora de fazer negócio.
Que artigos pode comprar em segunda mão?
Roupas e acessórios, tecnologia, eletrodomésticos, mobiliário, livros, carros e até antiguidades e artigos de coleção: hoje em dia é possível encontrar praticamente tudo nos sites e lojas de produtos em segunda mão.
De acordo com o estudo realizado para a Wallapop, quem vende artigos usados vende, sobretudo, peças de vestuário. A seguir na lista vêm os produtos de decoração para a casa e, em terceiro lugar, estão os jogos e brinquedos.
Onde pode fazer compras em segunda mão?
Com o mercado de produtos usados a crescer, não faltam lojas, sites e aplicações para comprar e vender artigos em segunda mão. Dependendo do que procura, existem plataformas especializadas num determinado tipo de produto e outras que vendem de tudo. Estes são apenas alguns dos sites e apps disponíveis em Portugal, onde pode comprar, vender e até trocar artigos:
OLX: é possível comprar e vender produtos de várias categorias, incluindo moda, desporto, lazer, tecnologia, bebés e crianças, móveis e carros.
Vinted: especializada, sobretudo, em artigos de moda. Mas também é possível comercializar produtos para animais, para a casa e entretenimento.
Wallapop: as categorias principais são casa e jardim, consolas e videojogos, filmes, livros e música, telemóveis e acessórios e computação, mas também tem disponíveis artigos de moda, produtos para bebé e até artigos de coleção.
Cash Converters: são o único franchising mundial de compra e venda de artigos em segunda mão. Além da loja online, em Portugal têm lojas físicas em Lisboa e no Porto. Negoceiam, sobretudo, artigos tecnológicos, mas também é possível vender e adquirir objetos como relógios, joias, livros ou CDs.
CustoJusto.pt: é uma plataforma de anúncios classificados que permite comprar e vender produtos em segunda mão. Foca-se, principalmente, em carros e imobiliário, mas é possível fazer negócio com artigos de praticamente todas as categorias.
Kid to Kid: é uma loja especializada em artigos para criança e pré-mamã onde pode vender os produtos que os seus filhos já não usam e comprar outros que precise. A Kid to Kid é um franchising e tem lojas espalhadas por todo o país.
Swappie: loja online especializada no recondicionamento e compra e venda de telemóveis usados.
StandVirtual:site para compra e venda de automóveis usados. É possível negociar carros, motas, barcos, veículos pesados, autocaravanas e até peças para os carros.
Pisca Pisca: plataforma para anúncios de carros. Pode negociar com stands ou diretamente com particulares.
Trade Stories: plataforma para compra e venda de livros usados.
eBay: é um dos maiores sites de comércio eletrónico do mundo. Além de produtos novos, também é possível comprar e vender produtos usados de várias categorias e até licitar nalguns artigos.
Retry: é uma plataforma online portuguesa que se dedica à compra e venda de roupas e acessórios em segunda mão para senhora, homem e crianças.
Micolet:site português que compra e vende roupa usada. A diferença para outras plataformas é que na Micolet é a empresa que recolhe os artigos na casa dos clientes, e lhes atribui um preço.
Além destes sites e apps, pode fazer compras em segunda mão nos marketplaces próprios de marcas como a Fnac, Worten, Sportzone, Wook ou Facebook. Se prefere as lojas tradicionais, consulte o “Em segunda mão”, um diretório de lojas que vendem produtos usados em todo o país.
Quais são as vantagens de comprar artigos usados?
Poupar dinheiro é uma das principais razões (e benefícios) das compras em segunda mão. Mas há muitos outros motivos para optar pelos artigos usados na hora de ir às compras:
- É mais sustentável: a indústria têxtil é uma das mais poluentes. De acordo com o Parlamento Europeu, em 2020, o consumo médio de têxteis por pessoa na União Europeia provocou uma pegada carbónica de 270kg. Ao optar por roupas em segunda mão, evita o consumo de água e as emissões de CO2 que são necessárias para produzir e transportar artigos novos;
- Promove a economia circular: já todos nós deitamos fora produtos em bom estado, simplesmente porque já não nos são úteis ou deixamos de gostar deles. No entanto, esta prática tem um impacto enorme no planeta. Segundo as Nações Unidas, todos os anos geramos cerca de dois mil milhões de toneladas de lixo. Se vender os artigos que já não usa e comprar outros em segunda mão, estará a promover um consumo mais consciente e responsável;
- Consegue comprar peças únicas: ao comprar em segunda mão, é possível que encontre artigos vintage e até peças exclusivas, como roupas de designer, que talvez não tivesse possibilidade de comprar se fossem novas;
- Encontra artigos de qualidade: nas lojas e sites de produtos usados consegue encontrar artigos em bom estado e de qualidade a um preço muito mais baixo.
Cuidados a ter ao fazer compras em segunda mão
Ainda que tenha muitas vantagens, comprar em segunda mão também apresenta riscos. Por isso, é essencial ter alguns cuidados, não só na escolha do produto, mas também na altura de pagar.
1. Avalie o artigo
Se comprar numa loja física, será muito mais fácil avaliar o estado do produto para perceber se está em boas condições ou se tem algum defeito ou imperfeições. No caso das compras online, analise as fotografias que o vendedor publica e, caso tenha dúvidas, peça para lhe enviarem mais imagens.
2. Compare preços
Antes de se decidir por um determinado artigo, pesquise quanto é que ele custa novo para garantir que a compra é vantajosa. Não se esqueça, também, de procurar em vários sites e plataformas para perceber se consegue encontrar o mesmo produto mais barato.
3. Tente saber qual é o motivo da venda
Especialmente no caso de artigos de eletrónica, tecnológicos ou eletrodomésticos, tente perceber, se possível, qual é a razão para a venda. Ao fazer esta pergunta, pode ficar a conhecer informações importantes sobre a qualidade dos produtos e pode, até, conseguir negociar o preço.
4. Desconfie quando o preço é muito baixo
Tenha cuidado quando um artigo está a ser vendido a um preço muito inferior quando comparado com o seu valor de mercado ou até com outros artigos iguais em segunda mão. Pode ser uma tentativa de burla ou pode estar a comprar uma falsificação.
5. Confirme a identidade e avaliações do vendedor
Nas plataformas online, é importante que verifique a identidade do vendedor. Veja a antiguidade do perfil (um perfil mais antigo é, à partida, mais fidedigno), procure por sinais de que possa ser falso e leia os comentários de outros compradores, se existirem, para perceber como foram as experiências de compra anteriores.
6. Peça prova de compra
Peça para ver o talão de compra original, em especial se se tratar de um produto de valor elevado, para garantir que o artigo é mesmo do vendedor e que não está a comprar nada contrafeito ou que possa ter sido roubado.
7. Opte pela entrega em mãos
Se possível, prefira que o artigo lhe seja entregue em mãos. Assim, pode confirmar o estado do produto antes de fazer a compra. Combine sempre num local público e tente não ir sozinho.
8. Escolha formas de pagamento seguras
As burlas online estão cada vez mais sofisticadas, por isso, é importante que tenha muito cuidado na altura de pagar. Se combinar um encontro com o vendedor para fazer o negócio, pode optar por pagar em dinheiro depois de confirmar que o produto está em bom estado.
No entanto, há situações em que terá obrigatoriamente de pagar antes de receber o artigo. A Vinted, por exemplo, exige o pagamento antecipado, mas retém o dinheiro até que o comprador receba o que comprou.
Ao fazer pagamentos de forma digital, opte sempre pelas formas mais seguras, como o PayPal, o SPIN ou o MB Way. A DECO também recomenda que utilize os cartões de crédito virtuais, que permitem impor um limite de valor e podem ser utilizados para uma única transação. Se não souber trabalhar com estas aplicações ou não se sentir seguro, opte por outro meio de pagamento ou peça ajuda a alguém da sua confiança para evitar ser burlado.
E se tiver algum problema depois de comprar o produto?
Se se tratar de uma compra entre particulares, os produtos em segunda mão não estão abrangidos por garantia. Por isso é que é muito importante que verifique o estado dos artigos antes de fazer o negócio. Pode, também, tentar falar com o vendedor, caso detete algum problema, para perceber se este aceita uma devolução.
Especialmente no caso de artigos tecnológicos ou eletrodomésticos, se estes ainda estiverem dentro da garantia, não se esqueça de pedir o talão de compra original para poder usufruir do tempo que falta até que a garantia termine.
Nas compras de bens novos, o prazo de garantia é normalmente de três anos, mas nos usados caso haja acordo entre o vendedor e o comprador, podem ser vendidos com apenas um ano de garantia.