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Eletrodomésticos: comprar usado compensa?

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Eletrodomésticos usados

Anualmente são produzidos no mundo cerca de 50 milhões de toneladas de resíduos eletrónicos. Destes, muitas componentes não permitem qualquer reciclagem, traduzindo-se em resíduos para os quais não é possível encontrar uma nova vida.

Segundo uma sondagem da Deco, em 2020, dos portugueses que substituíram um pequeno eletrodoméstico (máquina de café, ferro de engomar ou aspirador, por exemplo) apenas 28% o fez porque o anterior estava avariado e sem possibilidade de reparação. Já no que diz respeito a grandes eletrodomésticos, este número desce para 19%. Isto significa que muitos dos eletrodomésticos trocados poderiam, na verdade, ter sido arranjados e ver a sua vida prolongada.

Qual é o tempo de vida de um eletrodoméstico?

É certo que são apenas valores de referência, mas cada tipologia de eletrodoméstico tem o seu tempo de vida aproximadamente identificado, e que normalmente é influenciado pelas caraterísticas específicas de cada eletrodoméstico, a sua função, o seu uso e desgaste previsto. Assim:

Frigorífico – 13 anos

Forno elétrico – 12 anos

Forno a gás – 20 anos

Micro-ondas – 9 anos

Máquina lavar louça – 9 anos

Máquina de lavar roupa – 10 anos

Ar condicionado – 15 anos

Para estimular uma vida ainda mais longa dos eletrodomésticos, em 2021, entrou em vigor uma série de regras definidas pela Comissão Europeia, que visam sobretudo contribuir para a descarbonização do planeta. Assim, os novos eletrodomésticos que chegam ao mercado devem obedecer a vários aspetos, que os tornam mais duradouros, fáceis de reparar e, portanto, mais sustentáveis.

De acordo com a Comissão Europeia, estas medidas têm como objetivo “contribuir para os objetivos da economia circular, melhorando a vida útil, a manutenção, a reutilização, a atualização, a reciclagem e o manuseio de resíduos dos aparelhos”. Na prática, as marcas passam a ter a obrigação de garantir que as peças para substituição estão disponíveis durante, no mínimo sete a dez anos, e por isto será mais fácil arranjar um eletrodoméstico e prolongar o ciclo útil do mesmo.

Comprar ou reparar?

Seja por preocupações ambientais ou económicas, são cada vez mais as famílias que antes de decidirem trocar um eletrodoméstico avaliam a possibilidade de o arranjar. Uma hipótese que ganha ainda mais força com as decisões recentes da Comissão Europeia.

Mas quando chamar um técnico de reparação de eletrodomésticos e quando trocar? Por um lado, reparar é normalmente mais económico – além de muito mais sustentável; no entanto, se se tratar de um equipamento já com muitos anos, pode não ser uma opção muito eficiente.

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Caso o seu equipamento já não esteja na garantia e não tenha contratado um serviço de reparação de eletrodomésticos, comece por pedir um orçamento a um técnico ou empresa de reparação. Com o valor em mãos, poderá decidir se o seu eletrodoméstico ainda justifica esse investimento. Ou se chegou mesmo a altura de o trocar.

Comprar novo ou usado?

Durante muitos anos, comprar um eletrodoméstico usado não era propriamente uma prática com muitos fãs entre os portugueses. No entanto, há cada vez mais famílias portuguesas a tomarem esta opção. E há cada vez mais lojas e plataformas a permitirem estas compras e vendas com segurança. Outra hipótese que deve considerar se procura um eletrodoméstico mais económico, são os aparelhos com defeito, que hoje em dia existem à venda mesmo em lojas correntes

Mas afinal quais são os aspetos que fazem da compra de um eletrodoméstico usado uma boa opção?

  • É mais barato: apesar de promoções e até facilidades de pagamento, dificilmente conseguirá comprar um eletrodoméstico novo mais económico que um usado
  • Pode comprar um modelo superior: como os eletrodomésticos usados são mais baratos, vai poder comprar um modelo melhor, que provavelmente não conseguiria comprar na versão novo
  • Também tem direito a garantia: os eletrodomésticos usados também têm garantia. Segundo a lei o período definido é de dois anos, mas pode variar mediante acordo entre vendedor e comprador
  • É mais sustentável: prolongar a vida dos eletrodomésticos é fundamental para diminuir a pegada de carbono.
  • Se está convencido e pretende mesmo comprar um eletrodoméstico usado, tenha em conta aspetos como:
  • Quantos anos tem o aparelho – um eletrodoméstico que esteja já perto do seu tempo de vida de referência poderá não ser uma boa opção. Além disto, um equipamento mais velho é provavelmente de uma classe energética mais baixas e, portanto, vai consumir mais energia
  • Se possível, opte por comprar numa loja, física ou online, certificada. Não só terá direito a garantia – ainda que mais curta do que num eletrodoméstico novo – como está mais seguro na sua compra
  • Se comprar a um privado – através de plataformas como o OLX – peça ao vendedor para fazer uma demonstração do equipamento