Finanças pessoais: como evitar a sobrecarga financeira pós-festas
Olga TeixeiraTerminada a época natalícia, as finanças pessoais atravessam, frequentemente, uma fase de sobrecarga financeira. Os gastos – por vezes excessivos – deixam marcas no orçamento e, quando isto acontece, o mês de janeiro pode parecer interminável.
Em alturas como o Natal e a passagem de ano, é comum que os gastos se descontrolem um pouco. Presentes de última hora, o desejo de ter uma mesa farta e os constantes apelos ao consumo típicos desta época fazem com que as despesas se avolumem. Identifica-se com esta realidade? Então descubra algumas formas de ultrapassar esta fase sem causar mais danos às suas finanças pessoais.
Sobrecarga financeira no início do ano: como ultrapassar?
O mês de dezembro foi intenso: presentes, jantares de Natal com amigos e colegas, a consoada e, para terminar, um réveillon animado ou, até, uma viagem para entrar no novo ano com um espírito renovado. E há ainda quem não resista aos saldos e promoções pós-festas.
Em janeiro, a situação pode parecer menos promissora, porque às despesas normais juntam-se os pagamentos de cartões de crédito ou uma nova prestação do crédito pessoal que fez em dezembro.
Se não conseguiu fazer uma poupança no final do ano, o primeiro mês do ano – e o momento de receber um novo salário – pode mesmo parecer interminável.
Ano novo, contas novas. Veja algumas formas de aliviar a sobrecarga financeira sobre as suas finanças pessoais.
Cartão de crédito e finanças pessoais
O cartão de crédito, que tão útil foi durante a época festiva, pode ser uma dor de cabeça nos meses seguintes. No entanto, há formas de reduzir a sobrecarga financeira que as compras a crédito trouxeram às finanças pessoais.
Uma das formas de não sentir tanto o peso dos pagamentos e de não aglomerar todas as despesas num único mês é repartir esses custos pelos próximos meses, alargando o período de reembolso.
Esta solução vai aliviar temporariamente o orçamento, mas o objetivo não é adiar repetidamente o pagamento do cartão. Quanto mais tempo demorar, mais elevada será a dívida, devido aos juros.
Assim, se o seu cartão de crédito permite pagamentos em prestações, aproveite esta possibilidade para aliviar um pouco o orçamento pós-festas. Mas, assim que possível, deve reembolsar o montante em dívida, voltando a ter o máximo de plafond disponível.
Se o seu cartão de crédito não permite pagamentos fracionados, pode tentar mudar para uma modalidade em que seja possível. É importante ter sempre em vista que esta forma de pagamento funciona como um empréstimo e que os valores (usados e disponíveis), constam do seu mapa de responsabilidades de crédito.
Caso tenha um cartão de crédito com cashback (ou seja, em que uma parte do que gastou é devolvida), use o montante a receber para ajudar a pagar a dívida do cartão.
Enquanto as suas finanças pessoais sofrerem de sobrecarga financeira, não use o cartão de crédito, de forma a não aumentar a sua dívida. Controlar gastos é, nesta fase, uma prioridade.
Como evitar a sobrecarga financeira com uma linha de crédito
Se contratou uma linha de crédito e gastou um pouco mais do que devia durante o período das festas, pode sentir alguma dificuldade para repor a totalidade dessa despesa em janeiro.
Nesse caso, também pode tirar partido dos pagamentos faseados, ou repor o que usou durante um período de tempo mais alargado.
Nas linhas de crédito Cofidis, tem a possibilidade de alterar o valor da prestação para que se ajuste às condições da sua vida. Ou seja, se prevê que os próximos meses sejam mais complicados em termos financeiros, negoceie uma prestação mais baixa, que reduza a taxa de esforço.
Tal como acontece com o cartão de crédito, a ideia é usar esta estratégia como exceção e não como regra. Assim que for possível, amortize a dívida e evite acumular prestações e dívidas, que possam ameaçar o seu equilíbrio financeiro.
Como reduzir despesas após as festas
Depois dos excessos das festas, há que voltar a ficar em forma. Este é um lema que se pode aplicar também às suas finanças pessoais.
Comece por “cortar as gorduras”, ou seja, todas as despesas desnecessárias, o que inclui as subscrições que não usa, demasiadas refeições fora de casa ou pequenos gastos supérfluos.
Esta é também uma boa altura para olhar para as suas despesas fixas e perceber se e como pode reduzi-las. Renegociar contratos de eletricidade e de seguros, consolidar créditos ou usar mais os transportes públicos são algumas formas de gastar menos.
Como organizar as suas finanças pessoais para evitar a sobrecarga financeira
Um novo ano é sempre uma boa ocasião para reorganizar as suas finanças, de forma a que os próximos meses tenham menos sobressaltos financeiros e menos dores de cabeça para pagar as contas.
Uma das resoluções mais importantes tem a ver com a poupança. Criar um fundo de emergência – equivalente a três ou seis meses de despesas – a que possa recorrer numa situação de quebra de rendimentos é um passo importante para garantir que consegue cumprir os compromissos financeiros em situações de maior instabilidade. Use o reembolso do IRS ou uma parte do subsídio de férias para começar a construir esta poupança.
Subscrever um plano de poupança, como um PPR (Plano Poupança Reforma) é uma forma de começar a planear a sua reforma e de aproveitar benefícios fiscais, poupando no IRS.
A organização das finanças pessoais pode passar também por um corte nas despesas, algo que será mais fácil de conseguir se elaborar um orçamento familiar que identifique claramente em que está a ser gasto o seu dinheiro.
Outra forma de manter as finanças pessoais equilibradas é aumentar o rendimento. Algo que pode ser feito com um segundo emprego ou rentabilizando um hobby (por exemplo, fazendo bolos para fora ou vendendo artesanato que faz nas horas vagas). Fazer babysitting, dar explicações, passear cães ou trabalhar como TVDE são apenas algumas soluções que pode usar para ganhar um pouco mais ao fim do mês.