Quais os principais riscos de investimento?
Ao aplicar o seu dinheiro em produtos financeiros, corre sempre alguns riscos de investimento. No entanto, conhecê-los é meio caminho andado para escolher os produtos mais adequados aos seus objetivos e perfil de investidor.
Como os investimentos têm diferentes graus e tipos de riscos, a informação é a ferramenta mais importante para os investidores, sobretudo para os menos experientes.
Índice de conteúdos:
- Qual a relação entre risco de investimento e retorno?
- Que tipos de riscos de investimento existem?
- Como minimizar o grau de risco?
Qual a relação entre risco de investimento e retorno?
Geralmente, os produtos com maior rendibilidade estão associados a um grau maior de risco, que pode implicar, por exemplo, perder parte ou a totalidade do que se investiu.
Embora esta relação não seja linear, enquanto investidor é importante estar consciente que, por vezes, um produto financeiro com maior potencial de retorno pode implicar perdas. Também pode acontecer que a rendibilidade acabe por ser mais baixa do que esperava, porque depende de fatores imprevisíveis.
Por isso, é fundamental conhecer o seu perfil de investidor, de forma a perceber quais são os instrumentos financeiros que melhor se adaptam às suas expectativas ou necessidades.
Que tipos de riscos de investimento existem?
Quem investe procura aumentar o seu rendimento, mas nem sempre esse objetivo é conseguido. Outras vezes, a rendibilidade é menor ou implica que se prescinda da liquidez imediata, mantendo o investimento durante um longo período de tempo. Estes são alguns dos riscos de investimento que deve conhecer.
Risco de capital
É, provavelmente, o risco a que os investidores mais cautelosos e menos experientes devem ter especial atenção.
Um investimento com risco de capital significa que se pode perder parte ou tudo o que se investiu em determinada aplicação financeira. Se o investimento tiver capital garantido, esse risco não existe.
Geralmente, o risco de capital está associado a produtos financeiros com maior rendibilidade, em que as próprias características da aplicação não permitem garantir o capital, como é o caso das ações. Mas também existem produtos aparentemente menos arriscados, como alguns PPR (Planos Poupança Reforma), que também não têm capital garantido.
Entre as aplicações financeiras com capital garantido, estão, por exemplo, os depósitos bancários (até 100 mil euros) ou os PPR com garantia de capital. Os certificados de aforro e do tesouro também estão nesta categoria.
Risco de crédito
Existe risco de crédito num investimento quando a entidade que recebe os fundos pode entrar em insolvência. É o que acontece, por exemplo, se a empresa que emitiu ações ou obrigações falir e os investidores não receberem o capital investido ou a remuneração prevista.
No caso dos depósitos bancários, o risco de insolvência só ocorre se o valor depositado ultrapassar os 100 mil euros, já que até esse montante o depósito está coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos.
Risco de mercado
O risco de mercado está associado à volatilidade das aplicações financeiras cujo valor depende da oferta e da procura, como é o caso das ações e das obrigações.
O preço destes ativos é influenciado por diversos fatores, que vão do desempenho da empresa à própria evolução do mercado. Este, por sua vez, sofre influência de fatores como indicadores económicos ou até acontecimentos sociais e políticos. O risco de mercado é, assim, o risco de perda de valor do investimento.
Risco de remuneração
Significa que existe uma incerteza quanto à remuneração do investimento, porque esta não está definida à partida. Neste caso, o investidor não sabe se vai receber remuneração ou se esta vai ao encontro das suas expectativas.
Aplicações financeiras cuja remuneração depende da evolução de um indexante, como a Euribor — como é o caso de certos depósitos ou obrigações com taxa variável — podem apresentar maior incerteza quanto ao rendimento, ainda que o risco de perda de capital continue, em muitos casos, reduzido.
Risco de liquidez
Ter liquidez significa dispor do dinheiro quase imediatamente se tal for necessário. Num investimento com risco de liquidez, o investidor pode não conseguir ter acesso ao capital que investiu antes de determinada data ou ter despesas elevadas para o conseguir.
O risco de liquidez pode ser causado pelas restrições de mobilização do investimento – por exemplo, os depósitos a prazo que não podem ser levantados antes de determinada data ou os fundos de investimento cujo rendimento só é obtido após a liquidação – ou pelas características do mercado em que é transacionado.
Por exemplo, se quiser vender ações, mas não exista comprador, pode não conseguir obter liquidez ou perder dinheiro porque vai vender a um preço mais baixo.
Risco de reinvestimento
O risco de reinvestimento está relacionado com as taxas de juro, pelo que é comum em investimentos cuja remuneração depende dessas taxas, como é o caso de depósitos ou obrigações.
Como a remuneração não é definida à partida, na data de vencimento essa aplicação financeira pode vir a render menos do que na fase inicial. Uma forma de evitar esse risco é, por exemplo, investir em depósitos com capitalização automática de juros, em que os juros obtidos em cada período são adicionados ao capital inicial.
Risco cambial
Os investidores que aplicam o seu dinheiro em moedas estrangeiras correm o risco cambial, porque o rendimento que vão obter depende da taxa de câmbio entre o euro e essa divisa. Pode acontecer que, na data de vencimento, essa moeda tenha desvalorizado face ao euro, o que reduz potenciais ganhos.
Risco de inflação
Se investir um determinado valor e, na data de vencimento, a taxa de juro for inferior à inflação, perdeu poder de compra, pelo que não obteve rendimento. Este é um dos riscos de investimento a que está sujeito, que se verifica sempre que a taxa nominal é inferior à da inflação.
Como minimizar o grau de risco de investimento
Embora existam riscos de investimento e haja, quase sempre, um certo grau de incerteza quanto à rendibilidade que é possível obter, existem formas de minimizar esses aspetos menos positivos. Conheça algumas formas de o conseguir:
- Informar-se: antes de investir, certifique-se que conhece o grau de risco do investimento que vai fazer. Se não compreender como funciona o produto, opte por outro.
- Diversificar: optar por produtos com diferentes prazos, riscos e rentabilidades permite atenuar e até compensar eventuais perdas.
- Acompanhar: depois de investir, deve ter disponibilidade para acompanhar regularmente o desempenho dos produtos financeiros escolhidos.
- Poupar: mesmo que os investimentos compensem, garanta que uma parte do que ganha serve para reforçar as suas poupanças.
- Adequar o investimento ao seu perfil: se não gosta de correr riscos, não deve investir em produtos sem capital garantido; mas se privilegia a rendibilidade, então pode escolher produtos financeiros com menos garantias. Os investimentos devem adequar-se ao seu perfil de investidor e não o contrário.