Investimentos

Como assegurar a diversificação da carteira de investimentos?

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Olga Teixeira
Olga Teixeira
diversificar da sua carteira de investimentos

Índice de conteúdos:

  1. O que é uma carteira de investimentos?
  2. Que tipos de carteiras existem?
  3. Qual a importância da diversificação?
  4. Como garantir uma diversificação eficaz?
  5. Dicas para diversificar a carteira de investimentos

A diversificação da carteira de investimentos é um dos conselhos mais comuns para qualquer investidor. Mas para quem está a dar os primeiros passos no mundo dos investimentos, nem sempre é fácil perceber o que significa esta dica ou como pô-la em prática. 

A forma mais simples de explicar a diversificação da carteira de investimentos é dizer que não é aconselhável “pôr todos os ovos no mesmo cesto”. Ou seja, para evitar perdas, é aconselhável aplicar o seu dinheiro em diferentes tipos de produtos financeiros. Vamos explicar como e porquê.

O que é uma carteira de investimentos?

A carteira de investimentos é o conjunto de investimentos (ou ativos) que tem. Pode ser composta, por exemplo, por ações, criptomoedas, participações em fundos de investimento, imóveis, certificados de aforro, entre outros. 

Uma boa carteira de investimentos deve ser diversificada, o que implica não só ter diferentes produtos, mas também ativos que se alinhem com o perfil do investidor

A seleção da carteira de investimento deve ter em conta as oportunidades que surgem, mas também algum conhecimento do mercado e da sua evolução. É, por isso, uma decisão estratégica, que pode contar com a ajuda de intermediários financeiros.

Que tipos de carteiras de investimento existem? 

Há vários tipos de carteiras de investimento, de acordo com os objetivos financeiros e o perfil do investidor.  

Carteira de investimentos conservadora

É a carteira mais adequada para um investidor com um perfil mais conservador, ou seja, mais avesso ao risco e menos disponível para perder parte ou a totalidade do que investiu. Também é comum em quem está a começar a investir e prefere estudar o mercado antes de arriscar.

O objetivo deste investidor é “jogar pelo seguro”, protegendo o seu património e garantindo liquidez, mesmo em períodos em que o mercado está mais volátil. Certificados de aforro, depósitos a prazo ou obrigações a curto prazo são alguns dos produtos financeiros mais comuns neste tipo de carteira de investimentos. 

Carteira de investimentos moderada/equilibrada

Neste caso, os investidores já admitem algum grau de risco, desde que a contrapartida seja uma valorização mais significativa dos seus investimentos a médio e longo prazo.  

Aliar a estabilidade a algum risco – ainda que moderado – faz com que os investidores apliquem o seu dinheiro em fundos de investimento imobiliário, mercados e setores emergentes, ações e obrigações corporativas.  

Carteira de investimentos agressiva 

Mais risco e mais retorno. Este é o lema dos investidores que preferem carteiras de investimento em que o risco de perda é grande, mas existe igualmente um elevado potencial de retorno. 

Criptomoedas, ações, mercados emergentes e voláteis ou start-ups estão geralmente no horizonte destes investidores.  

Qual a importância de ter uma carteira de investimentos diversificada?

A diversificação da carteira de investimentos é importante porque permite um certo equilíbrio perante o desempenho dos produtos financeiros em que aplica dinheiro.

Assim, se num determinado momento uma parte dos ativos estiver a gerar perdas – por exemplo, se a bolsa de valores estiver em queda – os ganhos com outros ativos (como investimento em ouro ou imóveis) podem ajudar a “equilibrar a balança”.

Por outro lado, a diversificação da carteira de investimentos permite, caso seja necessário, obter liquidez imediata numa situação em que precise de dinheiro com alguma urgência. Algo que não será possível se a totalidade da carteira for constituída por investimentos de difícil mobilização.  

Ao diversificar investimentos consegue ainda reduzir o impacto de certos riscos relacionados com os investimentos, como por exemplo: 

  • Risco de mercado; 
  • Risco de capital; 
  • Risco de liquidez; 
  • Risco de crédito.
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Como garantir a diversificação da carteira de investimentos? 

A diversificação da carteira de investimentos pode ser feita de várias formas. O mais importante é que tenha consciência dos riscos associados a cada tipo de investimento e que garanta que os produtos financeiros correspondem ao seu perfil e à sua capacidade financeira.

Eis algumas estratégias para diversificar investimentos.

Diversificar por tipo de ativos

Por exemplo, pode juntar, na mesma carteira, investimentos mais estáveis, como as obrigações e outros com um rendimento variável, como é o caso das ações. Investir simultaneamente em depósitos a prazo, metais preciosos ou fundos de investimento ajuda a ter uma carteira de investimentos mais alargada.  

Diversificar por setores

A ideia é que os seus investimentos fiquem menos expostos a problemas numa determinada área. Por exemplo, numa altura de crise imobiliária, os ativos relacionados com imóveis implicam perdas. 

Assim, o ideal é ter “um pouco de tudo”, investindo em áreas tão diferentes como a saúde, a energia ou a tecnologia.  

Diversificar por áreas geográficas

Atualmente é ainda mais fácil investir em diferentes partes do mundo. Desta forma, os riscos associados a eventos menos positivos numa determinada zona geográfica são diluídos, porque também investe noutros pontos.

Por outro lado, ao diversificar a carteira de investimentos em diferentes regiões está também a expô-la a diversos ciclos de crescimento económico: por exemplo, uma crise na Europa pode ser compensada pelo crescimento de economias emergentes.

A diversificação geográfica permite, também, a diversificação cambial. Ao investir noutras moedas, estará a salvaguardar a sua carteira quanto aos riscos associados, por exemplo, a uma eventual queda do euro.

4 dicas para criar uma carteira de investimentos diversificada 

Há algumas dicas a ter em conta para conseguir investimentos diversificados e alcançar mais facilmente os seus objetivos financeiros, quer se trate de poupar para a reforma ou de ter uma fonte extra de rendimento

1. Definir objetivos financeiros 

Para investir com segurança e garantir que as suas metas são atingidas – de preferência com o mínimo de perdas – comece por definir os seus objetivos financeiros através de perguntas como: 

  • Qual é o objetivo do investimento?  
  • Quanto pode investir?
  • Quais são os custos (fixos e variáveis)? 
  • Qual o nível de risco que está disposto a suportar?  

2. Ter em conta a duração do investimento 

Nem todos os investimentos são imediatamente mobilizáveis – isto é, pode não ter acesso imediato ao dinheiro que aplicou – e este é um fator que deve ter em conta. Noutros casos, existem penalizações por movimentar o dinheiro antes do prazo previsto. 

Por isso, ao investir é essencial perceber se e quando pode precisar de liquidez, diversificando os seus investimentos de acordo com a maturidade (duração do investimento).  

3. Não esquecer os cuidados antes de investir 

Mesmo que não seja a primeira vez que investe, há uma série de cuidados que nunca devem ser esquecidos:

  • Conhecer as características dos instrumentos financeiros;
  • Estar consciente dos os riscos envolvidos; 
  • Ter em conta os custos associados, como comissões e impostos; 
  • Conhecer as condições e penalizações para pedir o reembolso antecipado ou vender ativos; 
  • Garantir que está a trabalhar com um intermediário financeiro autorizado
  • Esclarecer todas as dúvidas antes de aplicar o seu dinheiro. 

4. Rever periodicamente a carteira de investimentos

Para garantir que a sua carteira de investimentos está realmente a ter o efeito desejado, é necessário fazer um acompanhamento regular do seu desempenho (quanto valorizou ou desvalorizou determinado ativo?). 

Assim, se está a ganhar menos do que esperava, avalie os custos de “desinvestir” e de aplicar o seu dinheiro noutro tipo de ativo. 

O que achou?