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Escalões de IRS 2025: o que muda e qual o impacto na carteira?

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Olga Teixeira
Olga Teixeira
Escalões de IRS

Índice de conteúdos:

  1. O que são os escalões de IRS?
  2. Como funcionam os escalões de IRS?
  3. Como saber em que escalão está?
  4. Como saber qual a taxa que lhe é aplicada?
  5. Quais são os escalões de IRS em 2025?
  6. Quais as previsões para 2026?
  7. Qual é a diferença entre escalões de IRS e retenção na fonte?

Os escalões de IRS (ou escalões do rendimento coletável) são uma parte fundamental no cálculo do imposto a pagar ou a devolver aos contribuintes. Existem nove escalões, sendo o primeiro para os rendimentos mais baixos e o último para os valores mais elevados.

Cada escalão corresponde a um intervalo de rendimentos, com uma taxa associada. Como o IRS é um imposto progressivo, quanto mais se recebe, maior é a taxa aplicada. Uma taxa mais elevada pode levar a que pague mais imposto ou, em alguns casos, em menor reembolso, dependendo das deduções e das retenções na fonte efetuadas ao longo do ano.

Em 2025 verificou-se uma descida nas taxas dos oito primeiros escalões. Conheça os valores atualmente em vigor.

O que são os escalões de IRS?

Os escalões de IRS são intervalos de rendimentos anuais aos quais se aplicam taxas (a normal e a média), de uma forma proporcional ao volume do rendimento coletável.

A aplicação destas taxas é, por isso, importante para o cálculo do imposto, mas há outros valores que entram nas contas para saber se o contribuinte tem direito a reembolso ou se terá de pagar ao Estado.

Atualmente existem nove escalões, mas até 2017 eram apenas cinco. Desde então tem existido um desdobramento, de forma que a aplicação das taxas seja mais justa e não penalize quem recebe rendimentos médios.

O que é o rendimento coletável?

O rendimento coletável corresponde à soma de todos os rendimentos obtidos durante o ano anterior e que estão sujeitos a IRS – como rendimentos de trabalho, prediais ou de capitais – depois de subtraídas as deduções específicas para cada categoria de rendimentos.

É sobre este rendimento coletável que vão ser aplicadas as taxas correspondentes ao escalão em que se insere.

Como funcionam os escalões de IRS? 

Depois de determinado o rendimento coletável, este é encaixado num dos nove escalões de rendimentos, para perceber qual é a taxa aplicável. 

No entanto, o rendimento coletável não está todo sujeito à mesma taxa, uma vez que cada escalão tem uma taxa normal e uma taxa média. Assim, os contribuintes cujo rendimento seja superior a 8.059 euros (que é o limite para o 1.º escalão) estão sujeitos a duas taxas:

  • A taxa normal, que é aplicada à parte do rendimento que ultrapassa o limite do escalão anterior;
  • E a taxa média, que é o valor efetivo a pagar em relação ao total do escalão.

Como saber em que escalão está?

Para saber qual é o seu escalão de rendimentos tem de descobrir qual é o seu rendimento coletável, ou seja, o rendimento bruto anual, menos as deduções específicas. O valor obtido corresponde a um dos escalões e será sobre esse montante que vão depois incidir as taxas.

As deduções específicas dependem da categoria de rendimentos, mas aos que forem obtidos por trabalho dependente ou pensões aplica-se, em 2025, uma dedução específica de 4.350,24 euros.

Assim, se tiver um rendimento bruto anual de 25.000 euros em 2025, o rendimento coletável (após as deduções específicas) é de 20.649,76 euros, o que o coloca no 4.º escalão do IRS.

Os casais que optem pela tributação conjunta têm de somar os respetivos rendimentos anuais brutos, subtrair as respetivas deduções específicas e dividir o resultado por dois.

Como saber qual a taxa que lhe é aplicada?

Há que ter em conta que nem todo o rendimento coletável está sujeito à mesma taxa. De acordo com o Código do IRS, se o valor obtido num ano for superior ao 1.º escalão (até 8.059 euros), é dividido em duas partes para calcular o imposto.

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Ou seja, o rendimento coletável pode ser dividido entre escalões, sendo que a parte que cabe dentro de um escalão é tributada pela taxa correspondente a esse escalão, e a parte que excede esse limite é tributada pela taxa do escalão imediatamente superior.

Por exemplo, para um rendimento coletável de 25.000 euros:

  • A 22.306 euros vai ser aplicada a taxa média do 4.º escalão, que é de 17,897%, o que corresponde a 3.992,10 euros;
  • Ao valor excedente (2.694 euros) é aplicada a taxa normal do 5.º escalão (31,40%), o que dá um valor de 845,91 euros.

Somando os dois valores, o contribuinte fica com uma coleta de 4.838 euros. Este é o valor do imposto que poderá ter de pagar, mas serão ainda subtraídos os valores já descontados através de retenção na fonte e as deduções à coleta (por exemplo, com despesas de saúde ou de acordo com o número de dependentes) apresentadas na declaração de IRS.

Depois de feitas as contas, a Autoridade Tributária determina se há lugar a reembolso ou se é necessário pagar imposto.

Quais são os escalões de IRS em 2025?

Em julho de 2025 foram feitas alterações nas taxas dos primeiros oito escalões de IRS. Esta mudança acabou também por ter impacto no 9.º e último escalão, devido à descida das taxas nos patamares inferiores.

Assim, verificou-se uma descida de 0,5% do 1.º ao 3.º escalão, de 0,6% do 4.º ao 6.º escalão e de 0,4% do 7.º ao 8.º escalão.

Estes são os escalões de IRS atualmente em vigor:

EscalãoRendimento coletável (€)Taxa normal (%)Taxa média (%)
1.ºAté 8.059€12,50%12,500%
2.º8.059€ – 12.160€16,00%13,680%
3.º12.160€ – 17.233€21,50%15,982%
4.º17.233€ – 22.306€24,40%17,897%
5.º22.306€ – 28.400€31,40%20,794%
6.º28.400€ – 41.629€34,90%25,277%
7.º41.629€ – 44.987€43,10%26,607%
8.º44.987€ – 83.696€44,60%34,929%
9.ºMais de 83.696€48,00%N/A

Como será em 2026?

Os escalões de rendimento podem ter mais mudanças em 2026. Na mesma lei em que são alterados os escalões em 2025, o Governo compromete-se a “em sede de Orçamento do Estado para 2026, reduzir, adicionalmente, em 0,3 pontos percentuais as taxas marginais do 2.º ao 5.º escalão”.

Ou seja, é provável que a partir de 1 de janeiro de 2026 entrem em vigor novos escalões. 

Qual é a diferença entre escalões de IRS e retenção na fonte?

Por vezes, existe alguma confusão entre escalões de IRS e tabelas de retenção na fonte. Embora ambos digam respeito ao mesmo imposto e sejam usados no cálculo do imposto a pagar, são coisas diferentes.

Os escalões são, como vimos, uma forma de calcular, mediante a aplicação de diferentes taxas consoante os rendimentos, qual o valor que o contribuinte pode ter de pagar no fim do ano fiscal, após entregar a sua declaração de IRS.

Já as tabelas de retenção na fonte determinam qual o valor a descontar mensalmente. Este valor tem em conta não só o tipo de rendimento (por exemplo, trabalho dependente ou pensões), mas também o facto de o contribuinte ser ou não casado, o número de dependentes ou ser portador de deficiência.

Assim, a retenção na fonte é uma forma de determinar os descontos mensais, de forma a antecipar o que deve ser o imposto anual a pagar. No entanto, o valor final só é apurado quando se entrega a declaração, com base nos rendimentos anuais declarados e nas deduções e fazendo a comparação entre esse montante e o valor das retenções.

As tabelas de retenção na fonte também foram alteradas no decorrer de 2025, gerando algum alívio fiscal em agosto e setembro, mas que pode ter como causa um reembolso de IRS menor no próximo ano.

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