Seguro contra sismos: proteja a sua casa de fenómenos sísmicos
Um terremoto pode acontecer a qualquer momento, por isso é melhor prevenir do que remediar. Como? Através de um seguro contra sismos. Descubra como funciona e o que cobre.
Portugal tem registado ao longo dos últimos séculos vários sismos, sendo o de 1755 o mais devastador, com uma magnitude de 8,7 a 9,0 na escala de Richter. Seguido de um tsunami e um incêndio, este sismo destruiu a cidade de Lisboa quase na totalidade. E embora não tenha acontecido mais nenhum desta magnitude desde então, os especialistas alertam para a possibilidade de a terra voltar a tremer com bastante intensidade.
Devido à sua localização na fronteira das placas tectónicas Euro-Asiática e Africana, Portugal corre um elevado risco sísmico. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, todo o território português é propenso à ocorrência de terramotos, mas estas são as zonas onde o risco é maior: Vale do Tejo, Évora, Algarve e Açores.
Além disso, grande parte dos edifícios não estão preparados para suportar um sismo de grande intensidade. Na região de Lisboa, por exemplo, 68% das casas foram construídas antes da publicação da lei de proteção sísmica. E segundo os dados da Associação Portuguesa de Seguradores (ASP), apenas 19% das habitações em Portugal (pouco mais de um milhão num universo de seis milhões de casas) têm seguro com cobertura de risco sísmico.
Sendo este um fenómeno impossível de prever, a melhor forma de garantir a proteção da sua casa e dos seus bens é mesmo com um seguro contra sismos.
O que é a cobertura de risco sísmico?
É uma cobertura extra e opcional, que pode ser adicionada ao seguro multirriscos habitação e garante os danos causados aos bens seguros na sequência de tremores de terra, terremotos, erupções vulcânicas, maremotos, fogo subterrâneo e incêndios que resultem destes fenómenos.
As seguradoras consideram como um único sinistro os fenómenos sísmicos que ocorram num período de 72 horas após a constatação dos primeiros prejuízos verificados nos bens seguros.
O que está incluído nesta cobertura?
Na eventualidade de um tremor de terra, o seguro contra sismos protege os bens seguros (o edifício, o recheio ou ambos dependendo da apólice contratada) e assegura:
- A demolição e remoção de escombros;
- O recheio do imóvel;
- A reconstrução do imóvel (pode utilizar o simulador da ASP para calcular o valor de reconstrução).
A seguradora suporta o valor até ao limite do capital contratado. No entanto, existe sempre uma franquia mínima de 5% ou 10% do capital seguro, que diz respeito ao valor que terá de ficar a cargo do segurado em caso de sinistro.
Caso a sua casa fique totalmente destruída, pode optar por ser reembolsado do valor que lhe é devido e comprar outro imóvel.
Quanto custa ter um seguro contra sismos?
Não existe um valor fixo, uma vez que cada seguradora é livre de fixar o preço que quiser para a cobertura. No entanto, há fatores a ter em conta para o cálculo do prémio: o ano de construção do imóvel, a zona em que foi construído e o risco sísmico associado, o valor do capital seguro e a franquia. Ou seja, quanto mais antigo for o edifício e quanto maior for o risco sísmico, mais cara será a cobertura.
A idade do imóvel e as zonas de risco sísmico
A Associação Portuguesa de Seguradores dividiu Portugal em cinco zonas, consoante o risco de ocorrência de sismos. Estas zonas vão de A, onde o risco é mais elevado, logo, o prémio será mais caro (é o caso dos distritos de Faro e Santarém), a E, de menor risco (por exemplo, Bragança e Vila Real). A estas cinco zonas correspondem três tarifas diferentes.
Quanto à idade, a ASP classificou os edifícios em três categorias, por data de construção: anteriores a 1960, entre 1960 e 1985 e posteriores a 1985.
É o cruzamento destes dois elementos que dá origem às tarifas a aplicar aos edifícios. No caso do recheio, basta dividir a tarifa por dois.
O capital seguro e a franquia
O risco tem de ser sempre repartido entre a seguradora e o cliente. Por isso é que são impostas franquias. No caso da cobertura anti-sismo, é geralmente aplicada uma franquia de 5% ou 10%. Há também o cosseguro, que implica que o cliente assuma a cobertura de 10%, 20% ou 30% dos bens. Nesta modalidade o prémio é bastante mais reduzido, mas a indemnização também será menor.
No fundo, quanto maior for o valor do capital seguro, mais terá de pagar mensalmente e quanto mais alta for a franquia, menor será o preço da cobertura. Mas tenha atenção: se o capital contratado for inferior ao valor de reconstrução da casa, além de ter de pagar a franquia, a indemnização não será suficiente para cobrir os custos, o que significa que ainda terá de pôr dinheiro do seu bolso para pagar os prejuízos.
Ainda que não seja possível definir um valor para o seguro contra sismos, a ASP estima que a cobertura possa aumentar o preço do seguro multirriscos habitação em cerca de 50 euros por ano. Este é um valor médio, já que o preço pode oscilar consoante a zona e o risco associado.
Como se proteger em caso de sismo
Além das regras de segurança a seguir durante e depois de um sismo, também é fundamental definir medidas preventivas para evitar que o pior aconteça.
Antes do sismo
De acordo com a Cruz Vermelha, como prevenção deve:
- Reunir a família e falar sobre o que devem fazer em caso de sismo;
- Fazer um reconhecimento da casa, identificando os lugares de maior perigo;
- Evitar colocar camas perto das janelas ou debaixo de candeeiros;
- Fixar o mobiliário pesado às paredes e prender bem os candeeiros ao teto;
- Colocar os objetos mais pesados na parte inferior das estantes e armários;
- Libertar as portas e os corredores de móveis ou objetos que dificultem a saída;
- Ter um extintor em casa;
- Construir um kit de emergência suficiente para todos os membros da família (pode incluir um rádio a pilhas, uma lanterna, um apito, um canivete, óculos, máscaras e luvas de proteção, uma manta isotérmica, um kit de primeiros socorros, alimentos e água).
Durante o sismo
Na eventualidade de um sismo, o mais importante é que mantenha a calma e tenha em mente três palavras essenciais: baixar, proteger e aguardar.
Se estiver em casa:
- Dirija-se para uma zona segura, como vãos de portas (de preferência de paredes mestras), cantos de salas ou debaixo de mesas ou camas. Evite as zonas de perigo como janelas, espelhos, chaminés, paredes com prateleiras, debaixo de candeeiros, no meio das salas, nas varandas ou nos elevadores.
- Ajoelhe-se e proteja a cabeça com os braços;
- Aguarde até passar o abalo e garanta que só sai de casa quando for seguro.
Já se estiver na rua:
- Dirija-se para um local aberto, afastado de edifícios, muros, postes de eletricidade, antenas e outros objetos que possam cair;
- Baixe-se ou deite-se no chão para evitar cair e proteja a cabeça com os braços;
- Se estiver perto do mar, dirija-se para um local elevado para se proteger de um possível tsunami;
- Se estiver a conduzir, pare o carro longe de edifícios altos e aguarde dentro do carro até o sismo passar. Não tente fugir de carro, pois além do risco de acidente, pode ficar preso no automóvel ou obstruir o trânsito, dificultando a circulação dos meios de salvamento.
Depois do sismo
Quando o abalo terminar, mantenha a calma e não se precipite, pois podem surgir réplicas. Se estiver em casa, avalie os estragos e caso a habitação não ofereça segurança, saia imediatamente. No entanto, caso as condições o permitam, antes de sair de casa garanta que:
- Fecha o gás, a eletricidade e a água;
- Veste calças, camisolas de mangas compridas e calçado resistente;
- Reúne tudo o que é importante, como medicamentos indispensáveis;
- Ajuda eventuais feridos e liga para o 112 em caso de urgência;
- Solta os seus animais e os leva consigo;
- Se aplicável, utiliza as escadas (nunca os elevadores) e desce encostado à parede sem correr. Quando já estiver na rua, fique atento às informações oficiais e não volte a casa enquanto não for seguro.
E por último, mas não menos importante: não adie a segurança da sua casa e dos seus bens. O Seguro Multirriscos Habitação Casa Segura oferece dois planos (Casa e Casa+), ambos com a possibilidade de adicionar a cobertura de fenómenos sísmicos.