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Encontrou o seu carro vandalizado? Saiba se o seguro cobre

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Olga Teixeira
Olga Teixeira
Carro vandalizado, vidro partido

Um carro vandalizado pode resultar da falta de cuidado de outro condutor ou de atos de vandalismo cujo objetivo é mesmo causar danos. Em qualquer dos casos, é sempre motivo para preocupações e prejuízos.

Será que o seguro automóvel pode ajudar nestes casos? O que fazer se encontrar o seu carro vandalizado, com vidros ou espelhos partidos ou, até, incendiado? Saiba o que deve fazer e que coberturas deve contratar para poder ser indemnizado pelos prejuízos.

O seguro automóvel cobre atos de vandalismo?

Tudo vai depender do seguro automóvel que tiver sido contratado. Quando se opta pelo mais básico e obrigatório – o seguro de responsabilidade civil automóvel ou “seguro contra terceiros” – este não inclui os danos sofridos no próprio veículo. Abrange apenas danos materiais e corporais a terceiros. Logo, situações como vandalismo ou furto não estão cobertas.

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Para poder acionar o seguro perante um carro vandalizado, é necessário ter um seguro de danos próprios que inclua a cobertura de atos de vandalismo ou atos maliciosos.

Conhecido como “seguro contra todos os riscos” – o que é um mito, já que nenhum seguro cobre todas as situações – é um produto mais abrangente. É útil se o carro for vandalizado, mas só se tiver a cobertura de atos de vandalismo. Esta cobertura pode ser acionada nas situações em que existem danos causados por terceiros de forma intencional e maliciosa, mesmo que resultem de tumultos, greves, motins ou alterações da ordem pública.

Danos como riscos na pintura, vidros e espelhos partidos, amolgadelas e peças arrancadas estão geralmente cobertos, mas para confirmar as coberturas e exclusões deve consultar a apólice (contrato de seguro).

Caso a viatura tenha de ser transportada para a oficina, é igualmente importante ter a cobertura de assistência em viagem.

O que fazer se encontrar o seu carro vandalizado?

Se, ao chegar ao carro, perceber que este foi vandalizado, não o retire do local antes de seguir todos os passos abaixo que podem ser decisivos para resolver o assunto da melhor forma.

Embora a situação seja séria e tenha razões para se enervar, é importante agir com alguma frieza. Só assim conseguirá fazer tudo o que é necessário.

1. Documentar

Mantenha o veículo no local onde o encontrou e faça fotografias e vídeos dos danos, já que estes vão ser importantes para eventuais participações ao seguro e queixas junto das autoridades.

Anote todos os dados relevantes, como o dia, hora ou local. Se os atos de vandalismo ocorreram durante uma janela de tempo específica – por exemplo, enquanto foi às compras ao supermercado – tente lembrar-se da hora em que deixou a viatura.

Nesta fase também é importante falar com outras pessoas que estejam no local, para perceber se viram o sucedido ou se notaram atividades suspeitas junto das viaturas. Se conseguir testemunhas guarde os seus dados, como nome, número de telefone, morada ou outros que queiram disponibilizar.

Caso o incidente tenha ocorrido num local público, procure perceber se existem câmaras de videovigilância, para que possam ser solicitadas imagens (normalmente terá de recorrer às autoridades ou à via judicial para as obter).

Se o ato de vandalismo aconteceu num parque de estacionamento, deve entrar em contacto com os vigilantes e com os responsáveis pela gestão. Poderá existir um seguro que cubra os danos e que possa ser acionado. 

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2. Contactar as autoridades

Mesmo que não seja possível identificar imediatamente o autor ou autores dos danos causados no seu automóvel, é essencial chamar as autoridades policiais para apresentar uma queixa.

Colabore com a polícia, partilhando todas as informações que conseguiu obter. Por vezes, as autoridades já foram alertadas para situações semelhantes, pelo que a sua queixa será útil para ajudar a encontrar os culpados e, eventualmente, levá-los à justiça. 

3. Participar ao seguro

Fazer a participação do sinistro ao seguro é essencial para dar início ao processo de indemnização.

É importante que o faça assim que possível – no prazo de oito dias ou assim que tome conhecimento da situação – e que indique todas as informações necessárias sobre o sucedido. Disponibilize todas as provas e documentos que conseguiu reunir. 

Geralmente é possível fazer a participação online ou pelo telefone, o que simplifica este procedimento. A seguradora vai então enviar um perito para análise dos danos e das condições em que ocorreu o sinistro.

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4. Cumprir os prazos

Após receber a participação, a seguradora tem de contactar o segurado no prazo de dois dias úteis e agendar a peritagem, que tem de estar concluída em oito dias úteis. Se for necessário desmontar o veículo, o prazo máximo é alargado para 12 dias úteis.

Concluída a peritagem, os respetivos relatórios devem ser disponibilizados em quatro dias úteis.

No prazo de 30 dias úteis após o primeiro contacto com o segurado, a empresa tem de comunicar, por escrito (carta ou e-mail) se assume ou não a responsabilidade.

É possível recorrer ao Fundo de Garantia Automóvel?

O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) é usado para reparar danos corporais e materiais nas seguintes situações:

  • Danos corporais, se o responsável pelo acidente é desconhecido ou não tem seguro de responsabilidade civil automóvel;
  • Danos materiais quando o responsável pelo acidente é conhecido, mas a sua viatura não tem seguro de responsabilidade civil automóvel;
  • Danos materiais quando o responsável é desconhecido e existem danos corporais significativos. Se o veículo causador do acidente foi abandonado no local e a autoridade policial confirma a sua presença no auto de notícia ou existem provas incontestáveis quanto à matrícula do veículo causador do acidente.

No caso específico de um carro vandalizado, não é possível acionar o FGA, uma vez que a situação não se encaixa nos requisitos necessários.

Que cuidados ter ao escolher um seguro automóvel?

A escolha do seguro automóvel mais adequado não pode nem deve limitar-se ao valor do prémio, porque, em situações como a de um carro vandalizado, o barato sai mesmo mais caro.

Ou seja, se tiver apenas as coberturas básicas do seguro de responsabilidade civil automóvel, o seu carro não está protegido e o condutor não está abrangido pelo seguro.

Assim, antes de escolher é importante comparar opções e analisar o que está coberto, bem como o preço de coberturas extra, como a de atos de vandalismo.

Deve ainda ter em conta fatores como:

  • Exclusões, ou seja, os riscos que o seguro não cobre; 
  • Valorizações e penalizações (sistema bónus-malus);
  • Países onde as coberturas são válidas;
  • Franquias (valor dos danos que fica a cargo do segurado;
  • Sistema usado para atualizar o valor do automóvel.

Escolher um seguro automóvel mais completo é a melhor solução para assegurar que o condutor, os passageiros e o veículo estão protegidos mesmo nas situações mais inesperadas ou complicadas.

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