Como funcionam os empréstimos particulares?
Independentemente da finalidade, a urgência em obter uma determinada quantia de dinheiro pode levá-lo a recorrer aos empréstimos particulares. É um processo simples e rápido, mas que exige cuidados redobrados. Eis o que tem de saber sobre este tema.
Com a inflação e o aumento do endividamento, cresce a procura por empréstimos particulares, por serem uma alternativa ao crédito bancário que promete um processo rápido e simples, critérios importantes para quem está numa situação de aperto financeiro.
A questão é que este tipo de financiamento entre particulares pode acarretar riscos. Neste artigo, explicamos quais esses riscos e que outras opções, mais fiáveis e seguras, encontra no mercado. Desta forma, poderá tomar decisões mais informadas e conscientes.
Empréstimos particulares: o que são?
Os empréstimos particulares são financiamentos concedidos entre particulares, sem o envolvimento de instituições financeiras reguladas e autorizadas a atuar em Portugal. Não quer dizer que o crédito é concedido por um indivíduo em particular, mas sim por uma pessoa ou entidade financeira que não está regulada e autorizada pelo Banco de Portugal. No fundo, é um negócio feito entre particulares, em que o negócio é a concessão de crédito.
Por norma, recorre a este tipo de empréstimos quem está numa situação complicada de endividamento, eventualmente com o nome na “lista negra” do Banco de Portugal, e sem outras alternativas viáveis para resolver uma situação financeira delicada. São pessoas que precisam de créditos urgentes, dinheiro fácil e sem burocracias.
Está desesperado e precisa de dinheiro rápido, mesmo sabendo que pode sair mais caro. Pensa que a única alternativa são os empréstimos particulares. Mas então, saiba de antemão que, quando contrata um empréstimo a um particular, este poderá colocar as condições que bem entender. E que, seguramente, essas condições vão beneficiar quem empresta o dinheiro e prejudicar o quem pede o empréstimo.
Como funcionam os empréstimos particulares
Por norma, o processo de financiamento entre particulares é muito idêntico ao de pedir um crédito bancário convencional. Aquilo que os distingue é o facto de não haver regras pré-estabelecidas que protejam ambos os lados, o que leva a que quem empresta o dinheiro defina as condições do contrato e tenha maior poder de negociação.
Neste tipo de empréstimo, as taxas de juro aplicadas pelos particulares que emprestam dinheiro podem sofrer grandes oscilações, sendo muito mais elevadas do que as legalmente definidas pelo Banco de Portugal.
Tal como as taxas de juro aplicadas, as regras de pagamento são impostas pelos intervenientes e são da responsabilidade dos envolvidos, sendo que quem empresta o dinheiro tem mais poder para impor as condições contratuais. Quem precisa do dinheiro, está disposto a pagar mais caro por ele e tem tendência a aceitar condições desfavoráveis por sentir que não tem alternativa.
Por outro lado, pode acontecer o oposto, oferecerem taxas de juro muito baixas para atrair clientes, o que normalmente indicia esquemas de burlas.
Riscos dos empréstimos entre particulares
Quem procura empréstimos particulares está geralmente numa situação de fragilidade. Como são, muitas vezes, situações urgentes, as pessoas acabam por aceitar a proposta e as condições, o que aumenta a probabilidade de virem a ser vítimas de burlas ou outro tipo de esquemas.
O risco principal reside no facto de estes financiamentos não se encontrarem dentro do sistema bancário e por isso, não serem regulados nem autorizados pelo Banco de Portugal. Ora, como não existe uma regulamentação pré-estabelecida, este tipo de negócio não apresenta qualquer tipo de salvaguarda. E em casos de fraude fiscal, burla ou extorsão, o consumidor terá dificuldade em fazer-se valer dos seus direitos.
Outras desvantagens dos empréstimos particulares
Quem empresta dinheiro está em clara vantagem e esse poder acaba por ter impacto no que toca às taxas de juro, já que não há forma de limitar os valores praticados, levando muitas vezes a um aumento exorbitante do custo do crédito.
Por outro lado, tenha em conta que, normalmente, este tipo de empréstimos envolve garantias de pagamento de grande valor, como uma casa ou um carro, de forma a ser assegurado o reembolso do montante concedido.
Atenção às burlas nos empréstimos particulares
Se procura financiamentos promovidos por particulares, parta do princípio que o barato sai caro e que pode vir a perder centenas ou milhares de euros com uma decisão precipitada e arriscada, que não tomaria numa situação normal. Para evitar ser alvo de burla, esteja atento a estes sinais:
- Promessas de dinheiro fácil e rápido;
- Dão erros de ortografia e têm uma escrita descuidada;
- Pedem-lhe algum tipo de pagamento antes de lhe transferirem dinheiro;
- Exigem que pague as prestações ou taxas em dinheiro ou então que faça as transferências para contas estrangeiras;
- Os contactos são feitos através de números de telemóvel estrangeiros ou não identificados.
Cuidados a ter nos empréstimos particulares
É frequente que este género de negócio seja publicitado online, através de redes sociais, fóruns ou plataformas de classificados. Caso opte mesmo por este tipo de financiamento, evite fóruns online e grupos de Facebook de particulares que anunciam que emprestam dinheiro urgente. Fique de pé atrás com anúncios por parte de entidades desconhecidas e pesquise sempre online informação sobre o perfil da entidade. Sugerimos que, na barra do motor de pesquisa, acrescente ao nome da entidade palavras como “fiável”, “burla” ou “queixas”, que o poderão levar até testemunhos de outras pessoas que tenham recorrido à mesma entidade para pedir crédito.
Se lhe parecer fiável e avançar, para sua segurança, solicite uma ida conjunta ao notário para assinarem um contrato de mútuo.
Alternativas aos empréstimos entre particulares
Antes de embarcar num empréstimo particular com condições desfavoráveis, saiba que pode ter outras opções mais seguras e vantajosas, nomeadamente créditos concedidos por instituições registadas no Banco de Portugal.
Crédito Pessoal
Este é, provavelmente, a melhor solução para quem quer pedir um financiamento de forma rápida e simples.
Comece por contactar a instituição financeira e conheça, de antemão, todas as condições do crédito pessoal, sendo que o financiamento nunca é garantido.
A melhor forma de aumentar a probabilidade de obter o financiamento é comparar várias propostas e perceber qual é a mais vantajosa, fazendo várias simulações de montantes e prazos, tendo em conta a sua situação financeira.
Cartão de crédito
Esta pode ser uma boa solução se não precisa de um financiamento muito avultado. Neste caso, é possível fazer o pedido online, de forma simples e rápida.
Será definido um plafond para o cartão de crédito e pode utilizar o dinheiro até atingir o limite máximo estabelecido, com a hipótese de fazer o reembolso em várias mensalidades, fixas ou percentuais.
Crédito consolidado
Para quem já tem vários créditos e está sem capacidade financeira para pagar as prestações, o crédito consolidado é uma boa alternativa e pode reduzir os seus encargos financeiros em até 60%, dando-lhe ainda a possibilidade de pedir um financiamento extra.
Esta modalidade permite juntar todos os seus créditos num só, cuja prestação é mais reduzida. Pode consolidar créditos pessoais, automóveis, cartões de crédito e, dependendo da entidade, o crédito habitação. Nesta última, a aprovação pode ser mais fácil, já que a habitação é utilizada como garantia e ainda lhe permite contratar melhores taxas de juro.
Antes de contratar um produto ou serviço financeiro certifique-se de que a instituição está registada no Banco de Portugal.