PPR ou Fundos de Pensões: comece a poupar hoje.
Há quanto tempo pensa em começar a preparar a sua reforma, mas ainda não o fez? Há vários anos, possivelmente. Não é o único. Passamos a vida a adiar a resolução desta questão, seja porque o dinheiro não chega sequer para cobrir as despesas ao fim do mês, ou porque não percebemos muito do assunto. Além disso, por se tratar de uma poupança a longo prazo, achamos sempre que ainda temos tempo. O nosso foco está sempre no presente. Damos toda a importância ao dia-a-dia e quase nenhuma ao futuro.
Em primeiro lugar, é importante ter a consciência de que o dia ideal para começar a preparar a reforma, segundo os entendidos, é hoje. Quanto mais cedo, melhor, por uma simples razão: terá de poupar menos mensalmente do que se começar a poupar só quando se aproximar a idade da reforma.
Uma das razões pelas quais é fundamental constituir uma poupança para a reforma é o facto do sistema público de reformas não poder assegurar aquilo que está à espera. É certo que desconta todos os meses para esse efeito – e não é pouco – mas não tenha ilusões. Quando chegar a sua vez de se reformar, o valor da sua pensão ficará sempre aquém das suas expectativas. E a razão para isto acontecer é simples. São as pessoas no ativo que pagam pelas pessoas na reforma. Se cada vez nascem menos crianças e cada vez vivemos mais tempo, a tendência é que haja poucas pessoas no ativo, a contribuir, em relação número de reformados a “receber”. Este sistema assenta na solidariedade intergerações.
Mas a poupança para a reforma pode ter outra finalidade, na qual talvez não tenha ainda pensado: resolver uma emergência grave.
Quanto poupar?
O montante a poupar mensalmente é um dos aspetos que mais preocupa as pessoas. Muitos especialistas nesta área afirmam que cada pessoa deveria poupar no mínimo 10% dos seus rendimentos mensais para esse fim. Outros consideram que 20% é um valor que corresponderá melhor ao desejo de anos dourados na idade da reforma. Não há consenso quanto à percentagem dos rendimentos que deve destinar à poupança para a reforma, até porque é preciso ter em conta fatores como a idade atual e o seu património atual. Acima de tudo, tenha consciência de que o mais importante é não adiar e poupar sempre alguma coisa, mesmo que não seja o montante desejável. Pode sempre começar com uma pequena poupança mensal e ir aumentando o valor à medida que o tempo passa.
Uma vez tomada a decisão de começar a poupar para a reforma, a questão que se coloca é a escolha da melhor solução.
Quais as diferenças entre o Plano Poupança Reforma (PPR) e o Fundo de Pensões?
1. PLANO POUPANÇA REFORMA (PPR)
Os PPR são produtos financeiros concebidos para promover o aforro a longo prazo. Foram pensados para serem movimentados a partir da altura da reforma, mas é possível resgatar o seu capital em qualquer altura. Neste caso poderão ser aplicadas penalizações fiscais caso tenha usufruído de benefícios fiscais.
Em que situações pode resgatar o PPR sem penalizações?
- Quando fizer 60 anos;
- Quando se reformar por velhice;
- Em caso de desemprego de longa duração (12 meses);
- Em situação de declarada incapacidade permanente para o trabalho ou de doença grave do titular ou cônjuge;
- Para amortizar o seu crédito habitação.
Quais os benefícios fiscais dos PPR?
Existem os benefícios fiscais à entrada, referentes à possibilidade de deduzir à coleta uma parte do valor entregue, e os benefícios à saída, que consistem em taxas de imposto sobre as mais-valias. Relativamente aos primeiros, atualmente é permitida a dedução de até 20% das quantias aplicadas antes da reforma. Os limites de acordo com o tipo de PPR: PPR até 35 anos – 400€; PPR de 35 a 50 anos – 350€; PPR superior a 50 anos – 300€.
O que é certo é que um PPR é sempre uma excelente opção enquanto produto poupança, de uma forma geral, por uma razão simples: se precisar de movimentar o seu PPR fora das condições previstas, a taxa de imposto será sempre mais baixa do que a taxa aplicada aos restantes produtos de poupança.
Antes de aderir a um PPR
– Peça informações detalhadas. Os riscos, os custos, as potencialidades e outras características de vários produtos, para poder comparar antes de aderir.
– Escolha um banco que não cobre comissões de subscrição.
– Seja exigente na altura de determinar o valor a poupar. Se geralmente não sobra quase nada ao fim do mês, saiba que poupar a partir de €10 por mês é melhor do que nada. E depois pode sempre fazer reforços pontuais ou periódicos.
Quem gere os Planos Poupança Reforma?
Os PPR podem ser geridos por diversas entidades: bancos, companhias seguradoras ou outras sociedade gestoras de fundos de pensões ou de fundos de investimento mobiliário.
Como escolher?
Nem sempre é fácil encontrar a melhor opção, já que existem largas dezenas de ofertas disponíveis no mercado e os PPR não são todos iguais. Se uns proporcionam mais rendimentos, outros implicam maior risco. Um fator a ter em conta é que, à medida que a idade da reforma se aproxima, deve ser mais cauteloso nas suas escolhas, preferindo investimentos de menor risco. Obtenha aqui uma boa ajuda.
Para quem já tem um PPR: simule e descubra se deve mudar
Pode mudar o seu Plano Poupança Reforma a qualquer altura, ser ter de esperar pelo fim do ano. Simplificamos-lhe a vida com esta dica: faça a simulação em www.ganhemaisnoppr.pt, compare o seu plano com outros existentes no mercado e descubra se deve, ou não, transferi-lo.
Só pagará uma pequena comissão de transferência se tiver o seu PPR sob a forma de seguro com capital garantido.
2. FUNDOS DE PENSÕES
Os Fundos de Pensões são uma alternativa ao Plano Poupança Reforma e têm vindo a registar uma importância crescente enquanto veículo de financiamento dos complementos de reforma. Hoje, são produtos procurados, tanto por pessoas individuais para financiar um complemento de reforma, como por empresas que procuram promover planos de pensões para os seus colaboradores.
Como funcionam os Fundos de Pensões?
De forma simples, este fundo de investimento funciona da seguinte forma: entrega a gestão do seu dinheiro a uma equipa de gestores profissional que fica responsável por investir o dinheiro de acordo com regras que são definidas à partida.
Os Fundos de Pensões também têm benefícios?
Sim. Os benefícios fiscais dos fundos de pensões são em tudo semelhantes aos dos PPR. Existem os benefícios à entrada, que permitem deduzir à coleta até 20% das quantias aplicadas , com os seguintes limites: PPR até 35 anos – 400€; PPR de 35 a 50 anos – 350€; PPR superior a 50 anos – 300€. E estão também contemplados os designados benefícios à saída, que representam uma vantagem na medida que os lucros só são tributados no momento da reforma.
Que tipos de Fundos de Pensões existem?
a) Fundos de Pensões Fechados. Respeita apenas a um associado ou, existindo vários associados, deverá haver entre estes um vínculo de natureza empresarial, associativo, profissional ou social, sendo que a inclusão de novos associados no fundo depende do seu acordo.
b) Fundos de Pensões Abertos. Pode ser de adesão individual ou coletiva. Não é exigida a existência de qualquer vínculo entre os diferentes aderentes ao fundo e as novas adesões dependem apenas da aceitação por parte da entidade gestora.
Quem gere os Fundos de Pensões?
Por lei, um fundo de pensões apenas pode ser gerido por entidades constituídas exclusivamente para esse efeito, vulgarmente denominadas “Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões”, e por empresas de seguros que em Portugal explorem legalmente o ramo “Vida”. Pode obter mais informação junto da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP).
E agora: PPR ou Fundos de Pensões?
Se ainda está indeciso entre investir num Plano Poupança Reforma ou num Fundo de Pensões, considere estas duas variáveis:
– Se a sua empresa complementa o fundo de pensões dos seus colaboradores e, adicionalmente, o colaborador fizer as suas próprias contribuições, poderá acontecer que a empresa reforce os seus investimentos. Neste o caso, o fundo de pensões poderá ser mais interessante que o PPR;
– Quanto à movimentação, os fundos de pensões tem regra mais restritivas do que os PPR. Por exemplo, é possível utilizar o valor dos PPR para amortizar o seu crédito habitação, algo que não é permitido no caso dos fundos de pensões.
Seja qual for a sua opção, o importante é que comece a poupar desde já, para garantir um complemento da reforma que irá receber da Segurança Social durante aquela parte da sua vida em que vai querer não só descansar, mas também usufruir, depois de muitos anos de trabalho.