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Alternativas ao SNS: como estar protegido em momentos de aflição?

7 min
Alternativas ao SNS

Subscrever um seguro de saúde pode ser uma alternativa ao SNS. No entanto, deve analisar as suas necessidades e as coberturas antes de fazer um contrato.

A falta de médicos de família e os longos tempos de espera nos hospitais públicos são dois dos grandes problemas atuais do Serviço Nacional de Saúde. Segundo dados da Entidade Reguladora da Saúde, no segundo semestre de 2023, os tempos máximos de resposta garantidos foram ultrapassados em mais de 56% nas primeiras consultas de especialidade hospitalar, realizadas a pedido dos Cuidados de Saúde Primários.

Nas especialidades de cardiologia e oncologia, os dados não são mais animadores: o tempo máximo de resposta garantido foi ultrapassado em 92% das consultas de cardiologia e em 621,7% das consultas oncológicas realizadas.

Por isso, a procura por seguros de saúde tem vindo a aumentar. De acordo com a Associação Portuguesa de Seguradores (APS), em 2023 quase 3,7 milhões de pessoas tinham um seguro de saúde.

O aumento das subscrições mostra que, para muitos, o seguro é cada vez mais indispensável e uma alternativa ao SNS. Mas, com a grande quantidade de opções que existem no mercado, com preços e coberturas distintas, nem sempre é fácil escolher o seguro de saúde adequado.

Seguros de saúde: o que são e como funcionam

Um seguro de saúde é um contrato entre a pessoa segurada e a seguradora, que cobre os riscos relacionados com a prestação de cuidados médicos pelo setor privado. Na prática, a seguradora assume uma parte dos custos.

Mediante o pagamento de um valor (o prémio), o segurado tem acesso aos cuidados de saúde previstos no contrato a um preço mais acessível. Geralmente, os seguros de saúde incluem consultas, hospitalizações, exames, cirurgias e tratamentos. As apólices mais completas podem englobar, ainda, medicamentos, doenças graves, parto e estomatologia. Ao seguro podem ainda ser adicionados membros da família, como o cônjuge ou os filhos. O valor do prémio varia consoante a idade e as coberturas.

Cada cobertura incluída no seguro de saúde pode ter um plafond diferente. O plafond corresponde a um capital anual ou número de atos médicos, previamente definidos, a que a pessoa segurada pode recorrer. Ou seja, a seguradora só é obrigada a cobrir os gastos até esse limite.

Os seguros de saúde podem ser comercializados em três modalidades:

  • Copagamento: a pessoa segurada paga a parte da despesa que o seguro não cobre e a seguradora comparticipa o restante, pagando diretamente ao prestador. Nesta modalidade, também conhecida como regime de rede convencionado, o utente é obrigado a recorrer aos estabelecimentos com os quais a seguradora tem acordos;
  • Reembolso: a pessoa segurada pode recorrer a qualquer estabelecimento de saúde à sua escolha, mas tem de pagar a totalidade da despesa. Depois, envia as faturas e os comprovativos dos atos médicos para a seguradora, que irá reembolsar uma parte do que foi gasto. A percentagem do reembolso é definida previamente no contrato e varia consoante a cobertura;
  • Mista: é uma combinação das duas modalidades anteriores.

Coberturas e exclusões dos seguros de saúde

As coberturas mais comuns nos seguros de saúde são:

  • Hospitalização;
  • Subsídio diário em caso de internamento;
  • Ambulatório (consultas de medicina geral ou de especialidade);
  • Estomatologia;
  • Parto;
  • Próteses e ortóteses;
  • Medicamentos;
  • Segunda opinião médica;
  • Cobertura médica internacional em caso de doença grave.

No entanto, nem todas as situações estão cobertas pelos seguros de saúde. E, embora as exclusões possam variar, há situações que, geralmente, ficam sempre de fora:

  • Check-ups;
  • Doenças profissionais e acidentes de trabalho;
  • Doenças do foro psiquiátrico;
  • Perturbações causadas pelo consumo de álcool ou drogas;
  • Acidentes ou doenças resultantes de competições desportivas;
  • Tratamentos e cirurgias para emagrecimento;
  • Tratamentos de fertilização e outros métodos de fecundação artificial;
  • Transplantes de órgãos ou medula;
  • Tratamentos ou cirurgia estética, plástica ou reconstrutiva, excepto se a sua necessidade for justificada por alguma doença ou acidente coberto pelo seguro;
  • Estadias em estabelecimentos psiquiátricos, termais, casas de repouso, lares ou centros de desintoxicação.

Período de carência

O período de carência é o intervalo entre a data da contratação do seguro e a data em que o segurado começa a usufruir de todas as vantagens do produto contratado. Nesta fase, o segurado ainda não tem acesso completo às coberturas oferecidas pelo seguro e o tempo que vai ter de esperar varia, mas, por norma, é de 90 dias, à exceção do parto, que difere       entre 365 e 540 dias. O período de carência só pode ser aplicado em caso de doença e nunca de acidente.

Franquia

A franquia é o valor que fica a cargo da pessoa segurada quando o seguro é acionado pela primeira vez. O montante oscila  consoante a cobertura e o capital máximo, sendo um valor fixo ou uma percentagem do valor do ato médico ou do capital seguro. Por exemplo, se a franquia para as consultas for de 50 euros, significa que só depois de gastar esse valor é que a seguradora começa a comparticipar as despesas.

Vantagens e desvantagens

A principal vantagem dos seguros de saúde está relacionada com o facto de ter uma grande variedade de coberturas. Mas há outras:

  • Permitem reduzir o tempo de espera para a realização de consultas, exames e tratamentos, sendo, por isso, uma boa alternativa ao SNS;
  • Dão acesso a um conjunto de possibilidades mais amplo do que as opções públicas;
  • Dependendo da modalidade que se contrata, dão liberdade ao portador do seguro para escolher os estabelecimentos e os profissionais da sua preferência.
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No entanto, nem tudo é positivo. Estas são as principais desvantagens:

  • Existe um limite máximo de idade para fazer a adesão a um seguro de saúde – normalmente, 60 anos;
  • Geralmente é exigido um período de carência;
  • O prémio anual aumenta consoante a idade e caso haja risco grave de doença;
  • A maioria das ofertas exclui as doenças pré-existentes.

Seguro de saúde vs plano de saúde

Muitas pessoas confundem seguro de saúde com plano de saúde. Embora tenham o mesmo propósito – dar acesso a cuidados médicos no setor privado a preços mais acessíveis -, há muitas diferenças entre os dois.

Ao contrário dos seguros, um plano de saúde não é um contrato, logo não tem de cumprir as regras previstas na lei para os seguros.  Pode ser comparado a um cartão de       descontos, que permite pagar valores mais económicos em consultas e exames, na rede de prestadores previamente definida.

Os planos de saúde não cobrem hospitalizações nem partos e também não preveem reembolsos. Por outro lado, ao contrário dos seguros, não têm coberturas nem exclusões, não estão associados a períodos de carência ou franquias e não têm plafond anual. Além disso, não impõem limite de idade para adesão ou permanência e não é necessário declarar doenças pré-existentes. Outra vantagem dos planos de saúde é o preço: por norma, é mais baixo e não aumenta à medida que o utente envelhece.

7 aspetos a considerar antes de escolher um seguro

Além do preço, existem vários fatores que devem ser analisados antes de se contratar um seguro de saúde.

Necessidades médicas

A quantas consultas tenciona ir por ano e quais são as especialidades de que mais precisa são duas das perguntas que deve fazer antes de optar por um seguro. O seu historial clínico, as doenças pré-existentes, a regularidade com que pretende fazer exames de diagnóstico e, no caso de ser mulher, se pretende engravidar são outros aspetos a ter em conta.

Coberturas e exclusões

Os seguros não abrangem todos os cuidados de saúde possíveis. Por isso, para perceber se vai ao encontro das suas necessidades, é fundamental que saiba, primeiro, o que está ou não coberto. Nalguns casos é possível “personalizar” o seguro e acrescentar outras coberturas. No entanto, isso implica um aumento do preço.

Período de carência

Normalmente, todos os seguros de saúde têm um período de carência. Por isso, tendo em conta as suas necessidades – por exemplo, se tenciona engravidar – analise se o período de carência é adequado.

Idade

Quanto mais idade tiver      , maior será o prémio do seguro. Além disso, a maioria das companhias não aceita adesões de quem tem mais de 60 anos e não renovam o seguro quando a pessoa segurada chega aos 65.

Franquias e capital seguro

As franquias e o plafond – valor máximo que a seguradora paga por cada cobertura – também são aspetos importantes a ter em conta. Quanto mais altas forem as franquias, por exemplo, mais dinheiro tem de       gastar até que a seguradora comece a comparticipar os atos médicos.

Rede de prestadores

Se já tem o hábito de recorrer aos serviços de saúde privados e quer manter os médicos e estabelecimentos, deve verificar qual é a rede de prestadores com quem a companhia de seguros tem acordo. Caso não integrem a rede convencionada, ainda que seja reembolsado, poderá ter de pagar mais pelos serviços. A rede de prestadores é ainda mais importante se viver fora dos grandes centros urbanos, onde a oferta de serviços de saúde é menor.

Forma de pagamento, descontos e modalidades de reembolso

Por regra, os seguros podem ser pagos mensal, trimestral, semestral ou anualmente. O pagamento anual é, por norma, mais vantajoso, mas analise todas as opções para escolher a mais adequada ao seu caso. Além disso, há companhias que oferecem descontos caso já tenha outro seguro subscrito ou se incluir algum elemento do agregado familiar. Equacione a hipótese e verifique se compensa e é uma boa ideia para o seu orçamento.

O método de pagamento também deve ser analisado. Se não for um entrave recorrer exclusivamente à rede de prestadores com que a companhia tem acordo, então o copagamento ou regime de rede convencionado pode ser o mais indicado para si. Se escolher a modalidade de reembolso paga mais por cada ato médico, mas, em contrapartida, pode escolher o hospital, clínica ou médico que quiser.

A grande cobertura na oferta de serviços e o menor tempo de espera fazem com que os seguros de saúde sejam uma das melhores alternativas ao SNS.

Na Cofidis pode subscrever o Seguro de Saúde Médis Light, que lhe dá acesso, por exemplo, a consultas médicas a partir de 20 euros, médico online e ao domicílio e descontos em óticas. Além disso, não tem limite de idade nem período de carência.

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