Como aplicar os seus subsídios
Para muitos portugueses que trabalham por conta de outrem, a chegada da altura das férias e do Natal representa dinheiro extra para a família através dos subsídios. A criação da contribuição especial, que foi deduzida no subsídio de Natal do ano passado, assim como o sistema de pagamentos em duodécimos, representaram uma quebra de rendimento para as famílias nestes subsídios, obrigando a uma gestão mais cuidada deste valor.
Muitos portugueses aproveitam este dinheiro para férias e para comprar presentes de Natal. No entanto, já são cada vez mais as famílias que, tendo este rendimento extra, optam por poupar ou pagar algumas dívidas. Se tem dúvidas sobre como aplicar o seu subsídio de férias ou de Natal, deixamos-lhe três sugestões:
1. Poupar
Aproveitar o subsídio para poupar tem sido uma opção a que muitas famílias têm recorrido, e que, inclusivamente, contribuiu para o aumento da taxa de poupança das famílias no último ano. Para quem não tem qualquer tipo de poupança, esta é uma boa forma de começar a colocar algum dinheiro de parte, quer seja para a constituição de um fundo de emergência, ou mesmo para poupar para um determinado objectivo (ir de férias, mudar os móveis da casa, para o futuro dos filhos, ou outra meta).
Para quem já tem alguma poupança, poderá aproveitar este dinheiro para reforçar o seu fundo de emergência. É recomendável que as famílias, sempre que possível, procurem ter um “pé-de-meia” para alguma eventualidade. Desta forma conseguem garantir que perante um imprevisto, como a avaria de um carro, uma situação de saúde ou outro cenário, não ficarão numa situação financeiramente complicada. O ideal é que este fundo tenha pelo menos o equivalente a três meses do rendimento habitual da família. Mesmo que possa parecer difícil, começar já é um bom princípio, e destinar o subsídio para este propósito é uma opção a considerar.
2. Investir
Se prefere optar por uma poupança de médio e longo prazo, para a compra de casa, a universidade dos filhos ou mesmo para a reforma, investir o subsídio é uma opção a ter em conta. A aplicação de dinheiro em produtos de investimento deve obedecer essencialmente ao seu perfil de risco – conservador, moderado, arriscado. Os depósitos ou Planos Poupança Reforma sob a forma de seguros garantem o capital mas dão menos retorno. Caso opte por investir, por exemplo, em fundos ou ações, embora possa vir a conseguir uma maior rentabilidade, o risco também é maior. Em todo o caso, o importante é informar-se sobre os vários produtos e opções de investimento e ter sempre em atenção que, o ideal, será conseguir um rendimento, pelo menos, acima do valor da inflação, caso contrário não estará a rentabilizar verdadeiramente o seu dinheiro.
3. Amortizar dívida
Aproveitar o rendimento extra do subsídio para amortizar parcial, ou totalmente, uma dívida,deve ser sempre uma hipótese a considerar. Caso consiga eliminar, por exemplo, o pagamento de um cartão de crédito será uma boa forma de conseguir ganhar uma folga no seu orçamento, além de estar a contribuir para o seu desendividamento. Caso tenha mais do que um empréstimo e tem dúvidas sobre qual abater, deve começar por aqueles que apresentam taxas de juro mais elevadas. Imaginando um empréstimo de 10.000 euros a 84 meses, com uma taxa a rondar os 18%, significa que a prestação irá rondar os 210 euros. Caso, por exemplo, amortize 2000 euros desta dívida, a prestação desce para 168 euros, ou seja, passa a pagar menos 42 euros por mês. Ao fim de um ano representa uma poupança de 504 euros que poderá utilizar para outra finalidade.
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