Como poupar nas despesas com animais de estimação
Índice de conteúdos:
- Quais as despesas e custos médios a considerar?
- Como poupar nas despesas com animais de estimação?
- Quais os direitos e deveres de quem tem animais?
Ter um animal de estimação é, para muitos, sinónimo de amor incondicional, companhia e bem-estar emocional. No entanto, cuidar de um cão, gato ou outro animal implica também um compromisso financeiro.
Entre alimentação, cuidados médico-veterinários, higiene e acessórios, as despesas com animais podem acumular-se rapidamente. Mas será que é possível poupar sem comprometer a saúde e a felicidade dos nossos amigos de quatro patas? A resposta é sim.
Com alguma organização e escolhas conscientes, conseguirá gerir melhor o orçamento familiar e garantir qualidade de vida ao seu animal. Explico-lhe como neste artigo.
Quais as principais despesas e custos médios a considerar?
Antes de falarmos em poupança, é importante perceber onde se concentram as maiores despesas com animais de estimação:
- Alimentação;
- Cuidados médico-veterinários;
- Vacinação e desparasitação;
- Higiene e grooming;
- Acessórios (coleiras, camas, brinquedos, etc.);
- Creches ou hotéis em período de férias;
- Licenciamento e identificação eletrónica.
Segundo a DECO Proteste, em Portugal, um cão de porte médio pode representar uma despesa anual de 600 a 1.000 euros. Para gatos, os valores podem variar entre os 400 e 800 euros anuais. Caso surjam problemas de saúde inesperados, estes valores podem aumentar significativamente, tornando ainda mais importante a procura por formas de poupança.
7 dicas para poupar nas despesas com animais de estimação
Pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença nas despesas com animais domésticos. Conheça algumas estratégias e dicas práticas para conseguir poupar, sem comprometer o bem-estar do seu companheiro de quatro patas.
1. Adote em vez de comprar
Adotar não é só uma escolha ética e responsável, mas também uma forma de reduzir alguns custos. Isto porque muitos abrigos entregam os animais já vacinados, desparasitados e esterilizados, minimizando estes custos iniciais.
Além disso, geneticamente, os animais de raça podem estar mais predispostos a determinadas doenças e, consequentemente, podem necessitar de alimentação específica ou de mais tratamentos e visitas veterinárias, o que se reflete num aumento dos custos anuais.
2. Compre em maior quantidade
Optar por comprar sacos grandes de ração ou produtos em embalagens económicas reduz significativamente o custo por quilo.
Este tipo de compras pode ser feito em lojas físicas e online, que muitas vezes oferecem promoções para quem compra em grande volume.
3. Aproveite as promoções e compare preços
Monitorizar campanhas e promoções sazonais, subscrever newsletters de lojas especializadas e usar comparadores de preços ajuda a encontrar as melhores ofertas, o que pode fazer uma diferença relevante no final do ano.
Algumas lojas têm também programas de fidelização com descontos acumulativos em compras futuras.
4. Escolha marcas com boa relação qualidade-preço
Nem sempre a ração mais cara é a melhor. Existem marcas menos conhecidas com um bom valor nutricional e a preços mais acessíveis. Consulte um veterinário para encontrar uma opção equilibrada entre qualidade e custo.
5. Faça você mesmo
Brinquedos, camas e até snacks podem ser feitos em casa com materiais simples ou reciclados. Existem inúmeros tutoriais online que ensinam a criar brinquedos interativos, camas confortáveis ou biscoitos caseiros para cães e gatos.
6. Partilhe serviços com outros tutores
Se tem amigos ou vizinhos com animais, pode partilhar serviços como pet-sitting ou dividir compras de grande volume para beneficiar de preços de grossista.
7. Invista na prevenção
Uma das formas mais eficazes de poupar é, paradoxalmente, gastar preventivamente. Visitas regulares ao veterinário, vacinação atempada, desparasitação e alimentação equilibrada são investimentos que ajudam a evitar problemas de saúde no futuro.
A esterilização, por exemplo, previne diversas doenças reprodutivas e comportamentos de risco, como fugas, lutas ou gravidezes indesejadas, reduzindo também os custos associados.
Quais os direitos e deveres de quem tem animais de estimação?
Em Portugal, o Estatuto Jurídico dos Animais reconhece-os como seres sensíveis. Assim, quem decide acolher um animal tem de cumprir algumas responsabilidades legais, nomeadamente:
- Identificação eletrónica obrigatória (microchip);
- Registo na junta de freguesia (licenciamento anual no caso de cães);
- Vacinação anti-rábica obrigatória para cães (anual ou de três em três anos consoante a recomendação do fabricante da vacina);
- Garantir medicação, saúde e bem-estar.
Por outro lado, os tutores também têm direitos, incluindo o acesso a programas de apoio municipais, como o Cheque Veterinário criado pela Ordem dos Médicos Veterinários, e a possibilidade de deduzir despesas com animais no IRS.
Como poupar com seguros ou deduções fiscais?
Desde 2020, as despesas veterinárias e os medicamentos para animais de companhia podem ser incluídos no IRS, na categoria de “despesas de saúde e veterinárias”, com uma dedução de até 35% do IVA suportado.
Além disso, existem seguros de saúde animal que cobrem consultas, exames, cirurgias e até responsabilidade civil em caso de danos causados a terceiros. Estes seguros custam, em média, entre 10 a 30 euros por mês, funcionando como uma proteção contra gastos inesperados.
Ser um tutor consciente é também ser financeiramente responsável
Ter um animal de estimação é um compromisso para a vida, não apenas emocional, mas também financeiro. A boa notícia é que é possível reduzir as despesas sem colocar em causa a saúde e a felicidade dos nossos companheiros de quatro patas.
Adotar em vez de comprar, comparar preços, apostar na prevenção e aproveitar os apoios disponíveis são formas de garantir um equilíbrio saudável entre poupança e qualidade de vida.
Mais do que poupar, trata-se de valorizar recursos, tempo e, sobretudo, a vida do animal que decidir acolher. Porque amar um animal é também cuidar dele com responsabilidade e consciência.