Como adotar animais: dicas e passos essenciais

Adotar animais é um ato de amor, mas também um compromisso para a vida. Por isso, antes de tomar uma decisão, deve conhecer as responsabilidades envolvidas e refletir com consciência.

Neste vídeo, o especialista Carlos Filipe – fotógrafo de animais de estimação e fundador do projeto “Amigos Imperfeitos”, explica os passos essenciais para adotar um animal de forma responsável e transformar esta escolha num verdadeiro gesto de amor.

Qual a importância da adoção responsável para combater o abandono de animais?

Carlos começa por explicar que o projeto “Amigos Imperfeitos” nasceu da vontade de mostrar que todos os animais, mesmo aqueles que têm diferenças físicas ou deficiências, merecem amor, cuidado e um lar onde possam viver felizes.

Desde então, o projeto tem ajudado a promover a adoção responsável em Portugal, onde existem mais de um milhão de animais abandonados à espera de uma nova oportunidade.

Assim, o especialista defende que adotar animais é uma das melhores formas de combater este flagelo e ajudar a reduzir a sobrelotação em associações e abrigos. 

Porquê adotar em vez de comprar?

Adotar é um ato que salva vidas. Ao optar pela adoção, está não só a dar uma segunda oportunidade a um animal, como também a libertar espaço nos abrigos para que outros animais possam ser resgatados e acolhidos. 

No entanto, é importante que esta decisão seja tomada com responsabilidade, pois ter um animal implica tempo, dedicação e estabilidade financeira. Agir por impulso pode levar a novas situações de abandono, algo que todos devemos evitar.

Que aspetos devem ser analisados antes de tomar uma decisão?

Antes de avançar com a adoção, é essencial avaliar se tem as condições necessárias para garantir o bem-estar do animal a longo prazo.

Eis os pontos mais importantes a considerar:

• Cumprir da lei: tenha em atenção que só é permitido ter até três cães e quatro gatos, num total máximo de quatro animais por habitação. No caso de outras espécies, como peixes, não existe qualquer limitação;
• Escolher o animal certo: pense na espécie, tamanho, nível de energia e compatibilidade com o seu estilo de vida;
• Avaliar a capacidade financeira: além dos custos iniciais (microchip, registo e esterilização), tenha também em conta as despesas recorrentes, como a alimentação, higiene, cuidados veterinários e, se necessário, um seguro animal;
• Analisar o espaço disponível: verifique se a sua casa oferece condições adequadas e, se for arrendada, confirme se o senhorio permite animais;
• Garantir tempo de qualidade: passeios, brincadeiras e estímulos diários são essenciais para o bem-estar físico e emocional do animal;
• Planear as ausências: durante as férias ou viagens prolongadas, pense antecipadamente em soluções seguras onde possa deixar o seu animal, como hotéis, pet sitters ou familiares e amigos da sua confiança.

Onde adotar animais e quais os requisitos a cumprir?

Pode adotar animais através de associações de proteção animal, canis e gatis municipais, ou ainda em feiras e campanhas de adoção promovidas por entidades locais. Em qualquer um destes casos, há um conjunto de passos essenciais que deve seguir:

1. Contacte a instituição e preencha o formulário de candidatura;
2. Conheça o animal e avalie se o seu perfil e estilo de vida são compatíveis;
3. Posteriormente, a instituição poderá realizar uma visita ao seu domicílio, para confirmar se as condições são adequadas;
4. Por fim, assine o termo de responsabilidade e esteja preparado para a possibilidade de ter de cobrir alguns custos iniciais, como uma taxa de adoção, vacinas, esterilização e colocação do microchip.

Ao longo de todo o processo, é fundamental que mantenha um diálogo aberto com a instituição responsável pela adoção, de modo a conhecer melhor o perfil do animal, nomeadamente o seu temperamento, energia e necessidades específicas. Desta forma, garante que a adoção é uma experiência positiva e harmoniosa para ambos. 

Como integrar o animal na rotina familiar?

A chegada de um novo membro à família exige alguma preparação e paciência. Para uma integração tranquila e positiva, tenha em conta alguns passos fundamentais:

• Crie um espaço seguro e acolhedor, com zonas destinadas à alimentação, descanso e brincadeira;
• Estabeleça uma rotina diária de alimentação, higiene e passeios, para ajudar o animal a adaptar-se mais facilmente;
• Se existirem crianças ou outros animais na habitação, faça a adaptação de forma gradual e sempre com supervisão;
• Prepare-se para custos imprevistos, como emergências veterinárias ou necessidades comportamentais;
• E lembre-se: o abandono de animais é crime punível por lei. Caso não possa continuar a cuidar do seu animal por alguma razão, procure alternativas seguras junto da instituição responsável pela adoção.

Que soluções existem para quem ajudar, mas não pode adotar?

Caso não tenha condições para adotar, mas queira ajudar, existem várias formas de apoiar a causa animal e fazer a diferença. 

Pode, por exemplo, apadrinhar um animal, ajudando a suportar as suas despesas no abrigo, ou fazer voluntariado em associações e eventos de adoção. Outra opção é contribuir com donativos, sejam eles alimentos, medicamentos, brinquedos ou até dinheiro.

No combate ao abandono de animais, cada gesto conta e pode mudar uma vida. Assista ao vídeo completo e descubra em detalhe como adotar animais de forma responsável e consciente.