Investimentos

12 dicas para aplicar bem as suas poupanças

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Com o aumento da inflação a fazer-se sentir, as suas poupanças estão a perder valor. Neste artigo, partilhamos consigo 12 dicas de ouro para decidir o que fazer com o seu dinheiro e conseguir assim rentabilizar as suas poupanças.

Aplicar bem as suas poupanças é um tema a que deve dar especial atenção, especialmente em contextos de subida da inflação. Ter o dinheiro parado, em contas à ordem ou em depósitos a prazo com taxas de 0% ou quase, não é a melhor opção. É que, além de não ganhar nada, ainda tem de contar com as despesas de manutenção de conta que paga mensalmente.

O aumento da inflação aliado a uma má rentabilização das poupanças leva à perda do poder de compra e a que o seu dinheiro perca valor real. Basta pensar que, com o mesmo dinheiro, compra cada vez menos.

A ideia é simples: se quiser ver resultados, não deixe o seu dinheiro parado. Conheça 12 dicas para inverter a situação e rentabilizar da melhor forma as suas poupanças, mesmo que elas sejam modestas.

1. Quando pensar em investir, liberte-se das dívidas primeiro

Ter poupanças e dívidas é contraproducente. Não vale a pena passar anos a poupar se ainda não eliminou certas obrigações financeiras. É claro que há créditos de valor elevado em que esta medida não se aplica, como créditos habitação. Mas encargos mais pequenos, como as despesas associadas aos cartões de crédito, devem ser os primeiros alvos a abater.

2. Crie um fundo de emergência

Outra coisa que deve fazer antes de investir é criar um fundo de emergência. Ter algum dinheiro de parte para situações inesperadas vai dar-lhe segurança e paz de espírito. Desta forma, se acontecer algum imprevisto, como uma avaria no carro ou a necessidade de fazer obras em casa, evitará usar os cartões de crédito, que implicam sempre taxas de juros elevadas.

3. Considere fazer um Plano Poupança Reforma

Já pensou em fazer um PPR para substituir o seu depósito a prazo? Pode ser uma excelente forma de aplicar as poupanças e tem uma dupla vantagem: investir e preparar a reforma.

Tenha em conta que há dezenas de PPR diferentes, com comissões de subscrição e de resgate diferentes. Compare várias propostas junto de diferentes bancos e seguradoras e veja qual a melhor opção para o seu caso. Vai encontrar Seguros PPR com capital garantido e Fundos PPR, que não têm capital garantido, mas podem render muito mais.

4. Corte em despesas desnecessárias

É sempre possível reduzir em pequenos gastos superficiais, por mais pequeno que seja o seu rendimento. Se cortar num café por dia, fora de casa, e em duas refeições por mês em restaurantes, poupa uma quantia significativa. Assumindo que o café custa 0,60€ e que gasta num almoço ou jantar 15€, consegue poupar quase 50 euros por mês, o que equivale a cerca de 600 euros anuais.

5. Comprometa-se com a poupança

Assuma um compromisso consigo próprio. Veja a poupança como um encargo regular e como um investimento pessoal. Os mais distraídos, ou aqueles que não são tão organizados com as contas, podem programar transferências automáticas com a quantia que querem pôr de parte, garantindo que todos os meses fazem crescer a poupança.

6. Não vá na conversa de amigos

Não acredite em tudo o que lê ou ouve dizer. Confie apenas em fontes de informação seguras.  Mas por muito boa que seja a intenção, a fonte pode não ser fiável. Opte por informação credível e de fontes especializadas. Procure aconselhamento de analistas financeiros credenciados pela CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) e evite ser alvo de fraudes e esquemas. Não invista em produtos que desconhece.

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7. Distribua as suas poupanças

Não ponha os ovos todos na mesma cesta. Ou seja, não coloque todas as poupanças na mesma instituição, nem invista tudo no mesmo produto. É uma regra de ouro. Estará mais seguro se depositar em cada banco apenas a quantia abrangida pelo Fundo de Garantia de Depósitos (100 mil euros por depositante) e pelo Sistema de Indemnização de Investidores (25 mil euros).

8. Arriscar, só com conta, peso e medida

Produtos com taxas atrativas podem ser uma tentação, mas não arrisque com dinheiro de que pode vir a precisar. Se pretende investir em produtos com maior risco, garanta que não vai necessitar desse dinheiro num futuro próximo. Produtos sem capital garantido estão sujeitos a grandes flutuações – por exemplo, a queda das bolsas – e, se tiver de resgatar o seu dinheiro de um dia para o outro, numa altura menos boa, pode sair prejudicado.

9. Cuidado com as comissões

Por muito que o investimento lhe pareça rentável, pode perder uma parte dos lucros devido às comissões. Existem sempre custos associados, como custos de custódia, de corretagem, de subscrição, de resgate, de pagamento de juros, de dividendos, entre outros. O valor das comissões tem impacto direto no retorno geral, por isso informe-se bem e faça contas na hora de escolher um produto.

10. Escolha produtos de acordo com a sua situação financeira

Cada pessoa tem necessidades e patrimónios diferentes. Por isso, adeque os produtos financeiros em que pretende investir ao seu perfil. Tenha em consideração a sua situação financeira e o seu perfil de risco. Esteja consciente do seu grau de aceitação, dos conhecimentos e do tempo que dispõe para procurar informação sobre produtos e mercados mais complexos. Nem todos lidamos bem com o risco.

11. Pode sempre mudar

Tal como fazemos com o crédito habitação ou com o seguro do carro, a dada altura pode ser vantajoso rodar as aplicações financeiras. Isto é válido, por exemplo, para produtos que tenham uma campanha interessante para novos aderentes. Mas se decidir tirar proveito de alguma nova oportunidade, cuidado para não aumentar os custos com as comissões, muitas vezes inevitáveis.

12. Se não correr bem, mantenha a calma

Sobretudo quando se investe em produtos que acarretam algum risco, pode ser acontecer ter uma perda. O que acontece com muitas pessoas – e não apenas os mais inexperientes – é que perdem a calma e dobram o seu investimento, com o objetivo de recuperar aquilo que perderam. Se acontecer consigo, não se precipite. Dê a si mesmo um prazo de uma a duas semanas para pensar friamente no que fazer e analisar prós e contras, antes de tomar a próxima decisão.

Conheça ainda as 3 regras de ouro para as suas poupanças renderem mais, de acordo com os conselhos de Tânia Matos e Andreia Melo, especialistas em banca e consultoria financeira e mentoras do projeto Contas €m Dia.