Investimentos

7 sugestões para rentabilizar as suas poupanças

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Mulher a sorrir enquanto trabalha no computador e descobre como rentabilizar as poupanças

Poupar, por si só, não é suficiente para garantir a estabilidade financeira no futuro. É importante que saiba como rentabilizar essa poupança.

A grande maioria dos portugueses ainda continua a preferir colocar o seu dinheiro em depósitos a prazo ou à ordem. Segundo o último Inquérito à Situação Financeira das Famílias, os depósitos bancários representam 70% do património financeiro dos portugueses, valor que sobe para mais de 80% nas classes de riqueza mais baixa.

Por estarem protegidas pelo Fundo de Garantia de Depósitos (até um limite máximo de 100 mil euros por titular), as contas a prazo e à ordem são uma opção segura. No entanto, este tipo de depósitos não rendem praticamente nada.    

Poupar por poupar, sem uma estratégia, não lhe dará estabilidade financeira. Para isso, precisa de conhecer os produtos financeiros à disposição no mercado, investir nos que se adequam melhor ao seu perfil e por o seu dinheiro a trabalhar para si. Saiba quais são as melhores estratégias para rentabilizar as suas poupanças e descubra em que produtos pode investir.

Comece por fazer um orçamento

Para poder rentabilizar as suas poupanças, o primeiro passo é criar um orçamento. Anote todos os seus rendimentos e despesas e considere não só os gastos regulares, mas também aqueles que acontecem uma vez por ano, como os impostos e os seguros.

É fundamental que tenha uma visão clara dos seus rendimentos e das suas despesas para poder organizar as suas finanças e começar a poupar.

Crie uma poupança

Se quer fazer o seu dinheiro crescer, é importante que evite, a todo o custo, a estratégia de poupar apenas o que sobra ao final do mês. Assim que recebe o ordenado, deve pôr de lado uma percentagem do seu rendimento (aquilo que puder e com que se sentir confortável) para garantir que o seu pé-de-meia começa a ganhar forma.

Para fazer uma boa gestão das suas finanças pessoais, o ideal é que crie dois tipos de poupanças: a curto e a longo prazo. A poupança a curto prazo é o fundo de emergência, o que representa uma almofada financeira, que lhe permitirá fazer face a imprevistos, como situações de desemprego, diminuição súbita dos rendimentos ou problemas de saúde. O recomendado é que seja constituído por, pelo menos, seis salários, aplicados em produtos de baixo risco, com capital garantido e que sejam fáceis de resgatar.

A poupança a longo prazo deve servir como complemento à reforma, no futuro. O ideal é que subscreva um PPR o mais cedo possível, já que assim consegue mais anos de poupança e beneficia do efeito de capitalização.

Reduza as suas despesas e aumente os rendimentos

É matemático: mais dinheiro disponível e menos despesas dão-lhe uma margem maior para poupar. Assim, antes de começar a investir para rentabilizar as suas poupanças, deve tentar eliminar as despesas supérfluas e aumentar os seus rendimentos.

Analise o seu orçamento e perceba que gastos é que pode reduzir ou mesmo cortar completamente. Se tiver créditos, como automóvel ou pessoal, também é importante que elimine essas dívidas.

Se, mesmo depois de cortar em todas as despesas possíveis, ainda não consegue poupar o suficiente para atingir os seus objetivos, deve começar a pensar em aumentar os seus rendimentos. Para isso, pode encontrar um part-time, começar a fazer trabalhos como freelancer ou vender na internet coisas de que já não precisa.

Faça um plano

Depois de dar todos os passos anteriores, e antes de investir no que quer que seja, precisa de criar um plano sólido. Isto irá ajudá-lo a manter-se no caminho para atingir os seus objetivos e a evitar erros que lhe podem custar dinheiro.

Independentemente do montante que tem disponível para investir, é importante que defina, primeiro, quais são os seus objetivos de poupança, que valor gostaria de alcançar e em quanto tempo. Ao responder a estas questões, irá perceber que tipo de investimentos são mais adequados ao seu caso.

Mas, para decidir, efetivamente, onde investir, é fundamental que também conheça o seu perfil de investidor.

Descubra o seu perfil de investidor

Nem todos os produtos financeiros disponíveis no mercado se adequam a toda a gente. Há quem prefira apostar em soluções mais seguras e quem não se importe de correr alguns riscos, se isso significar mais rentabilidade. Por isso é que é tão importante conhecer o seu perfil de investidor.

No geral, os perfis estão divididos em:

  • Conservador: investidor avesso ao risco, que procura produtos com capital garantido e com prazos de vencimento mais curtos;
  • Equilibrado: investidor que procura produtos com garantia de capital, mas está disposto a aceitar prazos de vencimento mais longos;
  • Dinâmico: investidor que procura rendibilidades superiores à média do mercado. Para isso, está disposto a investir em soluções de médio e longo prazo e a aceitar algum risco de perda do capital investido;
  • Arrojado: investidor que procura produtos com rentabilidade      elevada e está disponível para investir em aplicações de curto prazo e para assumir o risco de perda total do capital investido.

Para saber o seu perfil de investidor, devem ser consideradas características como os seus conhecimentos sobre os produtos e o mercado, a sua tolerância ao risco e a disponibilidade para aceitar aplicações de curto, médio ou longo prazo.

Invista apenas o dinheiro que não lhe faz falta

Se ponderar investir em produtos de risco, é importante que invista apenas o montante que não vai precisar no curto/médio prazo. Para produtos como ações e fundos de investimento, que não têm capital garantido, devem ser dados prazos de investimento superiores a cinco anos. Isto porque, se o mercado atravessar um mau momento, é importante que tenha tempo para recuperar e não resgatar o seu dinheiro numa altura de queda.

Leia mais  O que é um PPR e como funciona?

Diversifique os seus investimentos

Conhece a expressão “não pôr os ovos todos no mesmo cesto”? É precisamente assim que deve pensar no que às suas poupanças diz respeito. Não deposite, no mesmo banco e no mesmo produto, mais do que o montante que está coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos (100 mil euros) e pelo Sistema de Indemnização aos Investidores (25 mil euros).

Além disso, para reduzir o risco e potenciar os ganhos, deve aplicar o seu dinheiro em produtos diversificados. Pode, por exemplo, colocar uma parte em aplicações com capital garantido e outra em produtos mais arriscados, mas que garantem maior rentabilidade.

Produtos financeiros para rentabilizar a sua poupança

Depois de poupar algum dinheiro, é hora de o pôr a trabalhar para si e de rentabilizar a sua poupança. Existem muitos produtos financeiros em que pode investir, de maior ou menor risco e com ou sem capital garantido. O ideal é que invista em produtos com taxas de retorno superiores à inflação, para que o seu dinheiro não perca valor.

Depósitos a prazo

Como já referimos, os depósitos a prazo são os preferidos dos portugueses por terem capital garantido. No entanto, as taxas de juro são muito pouco atrativas e a maior parte dos depósitos não rende quase nada. De acordo com a DECO, a taxa média líquida de um depósito a um ano é de apenas 0,08%, o que está muito abaixo do valor da inflação. No entanto, há bancos portugueses que estão, neste momento, a pagar taxas de juro brutas superiores a 4%.

Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro

São ambos produtos de poupança do Estado e, por isso, têm capital garantido. A rentabilidade dos Certificados de Aforro da série F, que está atualmente em comercialização, está indexada à Euribor a 3 meses, até um limite de 2,5%. Os juros são capitalizados trimestralmente, ou seja, acrescem ao montante investido, e os certificados têm um prazo de 15 anos. Além disso, ainda recebe um prémio de permanência a partir do segundo ano, que chega a um máximo de 1,75% acrescido à taxa base nos dois últimos anos.

Já os Certificados do Tesouro Poupança Valor – a série atualmente em subscrição – têm um prazo de sete anos e os juros são pagos anualmente, na conta à ordem, a taxa crescente. No entanto, rendem menos que os Certificados de Aforro: 0,7% brutos nos dois primeiros anos, até 1,6% brutos no último ano.

Planos de Poupança Reforma

Os Planos de Poupança Reforma (PPR) são produtos de poupança e investimento que podem, ou não, ter capital garantido. Quanto mais risco estiver implicado     , maior será a rentabilidade. O montante que investir (pode fazer reforços periódicos) é gerido por uma sociedade gestora      ou por uma seguradora, já que os PPR podem ser constituídos na forma de seguro ou de fundo de investimento.

Além da rentabilização da sua poupança, o PPR pode ser deduzido no IRS dando-lhe, assim, benefícios fiscais.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento são instrumentos financeiros compostos por uma carteira de ativos. São uma alternativa ao investimento direto nos ativos que o compõem (como as ações) e a sua grande vantagem é que permitem diversificar o património do investidor. São, por isso, mais seguros, apesar de não terem capital garantido.

Se tem alguma tolerância ao risco, os fundos de investimento podem ser uma boa opção, já que podem atingir uma rentabilidade considerável. No entanto, o investimento deve ser de longo prazo para fazer face a eventuais desvalorizações.

Tal como os fundos de investimento, os ETF (Exchange Traded Fund ou, em português, Fundos de Índices Cotados) também são compostos por uma carteira de ativos. Contudo, são negociados em bolsa, como as ações.

Ações

As ações são títulos que representam parte do capital social de uma empresa. São compradas e vendidas em bolsa e, por isso, o seu valor está dependente, além de outros fatores, das oscilações do mercado.

São produtos de alto risco, que não têm capital garantido, e, por isso, o investimento em ações deve ser bem ponderado.

Obrigações

As obrigações são instrumentos financeiros, com taxas de juro bastante superiores à taxa de inflação, e que podem, ou não, ter capital garantido. Podem ser emitidas pelo Estado, por empresas ou por instituições públicas. Ao comprar obrigações passa a ser, no fundo, credor da entidade que as emitiu e, na data definida, tem direito a receber o capital que investiu acrescido dos juros.

As obrigações podem ser compradas quando são emitidas e durante o período de oferta pública, mas também podem ser adquiridas em bolsa.

Seguros de capitalização

Os seguros de capitalização são destinados à constituição de poupanças progressivas, com garantia, na maior parte das vezes, do capital investido. Estes produtos são comercializados pelas seguradoras, beneficiam de uma taxa de imposto reduzida, face a outros produtos, e permitem capitalizar o rendimento.

Antes de escolher um produto financeiro para investir o seu dinheiro, analise bem todas as possibilidades e perceba, primeiro, qual é o seu perfil de investidor. Só assim poderá garantir que investe nos produtos adequados e que põe, efetivamente, o seu dinheiro a render.

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