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Como investir para que o tempo seja seu aliado

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Tempo é dinheiro, costuma dizer-se. E saber definir o prazo durante o qual pretende ter as suas poupanças aplicadas é um elemento determinante para fazer as escolhas certas. Há aforradores que se esquecem deste pormenor quando fazem opções sobre os produtos financeiros em que investem. Por vezes, e sem que se apercebam, acabam por desprezar alternativas que seriam mais rentáveis e amigas das suas poupanças.

Quando alguém toma a decisão de poupar, deve estabelecer um objetivo concreto. Saber que se está a abdicar de consumir hoje para poder fazer uma viagem de sonho mais tarde, para dar a entrada para comprar um carro novo ou habitação própria, ou, até, para ajudar a pagar as despesas futuras com os estudos universitários dos filhos, tem grandes vantagens. Em primeiro lugar, porque ter uma meta concreta incentiva a manter o esforço de poupança e a resistr à tentação de gastar. 

Depois, há aplicações que são adequadas para quem tem objetivos de curto prazo, mas que se mostram desajustadas quando está em causa construir um “bolo” financeiro a longo prazo. E o inverso também é verdadeiro. Apostar em produtos orientados para o longo prazo quando se pretende reaver o dinheiro acumulado dentro de apenas dois ou três anos é uma via que inclui o risco de enfrentar desilusões amargas com a relação entre rendibilidade e risco.

Tudo parte da verdade empírica que revela que, a longo prazo, os investimentos em ativos de maior risco, como ações ou fundos de investimento que apostam no capital das empresas cotadas, acabam por ser compensados por uma rendibilidade superior. Porquê? Porque as oscilações que caracterizam os movimentos das bolsas podem ser diluídos ao longo do tempo e compensados pelas fases de crescimento das cotações. Isto é, há tempo para recuperar das quedas nos mercados. No entanto, para prazos curtos, o mercado de ações, quer o investimento seja feito diretamente ou através de fundos, é uma opção muito arriscada. Se as cotações caem, não há tempo para recuperar.

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O que fazer, então? Se a sua intenção é a de começar a juntar dinheiro para, mais tarde, assegurar um complemento para a pensão de reforma que lhe será paga pela Segurança Social, é razoável aceitar correr mais risco. Neste caso, as ações ou os fundos de ações serão uma aposta correta assim que começar a amealhar com aquele objetivo. Terá de procurar uma solução diferente, mais conservadora, se a sua meta for a de dispor, dentro de dez anos, de dinheiro que lhe possibilite comprar ou, pelo menos, pagar uma parte do preço de uma casa com capitais próprios. Neste caso, escolha dividir o dinheiro entre ações e obrigações. 

Por fim, se quer utilizar o dinheiro dentro de, por exemplo, três anos, exclua as ações da equação e aposte em produtos de baixo risco, como os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro Poupança Mais, emitidos pelo Estado, ou produtos financeiros semelhantes que estejam presentes na oferta das instituições financeiras. Seja qual for a sua decisão, nunca ignore o fator tempo nas suas análises. E não se esqueça, também, de que, à medida que o prazo for decorrendo, convém baixar o risco da sua carteira para proteger o dinheiro que já tenha conseguido juntar.