Vai ter um filho? Saiba onde deixá-lo quando terminar a licença de parentalidade
Para muitos casais, a decisão de ter um filho traz uma série de medos e inseguranças que criam ansiedade e angústia. Entre os receios mais comuns estão o medo de não haver dinheiro para “criar” um filho.
A verdade é que a chegada de um bebé gera um grande impacto em toda a vida do casal, nomeadamente ao nível financeiro. A somar a todas as outras despesas, a mensalidade da creche é um autêntico rombo na economia doméstica de qualquer família.
Por essa razão, as próximas linhas vão ajudá-lo a perceber quais são soluções mais económicas para deixar o seu bebé, após a licença de parentalidade.
A Segurança Social oferece um conjunto de respostas integradas de cuidados e apoio social para crianças. Estas soluções públicas são, por norma, mais económicas do que as privadas. E essa é uma das razões que levam a que, conseguir uma vaga numa destas instituições, possa ser um verdadeiro desafio.
A partir dos três meses e até aos 12, os bebés ficam num berçário. Existem creches apoiadas pela Segurança Social, uma resposta social de natureza socioeducativa que acolhe crianças até aos três anos de idade, durante o período em que os pais estão impedidos de o fazer.
Em alternativa às creches tradicionais, tem as creches familiares. A principal diferença é que o serviço é prestado por amas, mas também no âmbito de uma instituição. Estas creches destinam-se a cuidar de crianças até aos três anos ou até atingirem a idade de entrada no pré-escolar.
Há ainda outra resposta social: as amas. Conhecidas como as amas da Santa Casa da Misericórdia, são pessoas aptas e qualificadas, acompanhadas por psicólogos e constantemente supervisionadas, que cuidam de crianças até aos 3 anos, em casa, enquanto os pais estão a trabalhar. Cada ama pode acolher até quatro crianças, num período que vai até cinco dias por semana, entre quatro e doze horas por dia.
A grande vantagem: o preço
Uma das grandes vantagens das creches geridas pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social – as IPSS -, ou a Santa Casa da Misericórdia local, é a mensalidade, que varia de acordo com o rendimento do agregado familiar. Ou seja, as família mais desfavorecidas pagam menos.
Numa creche privada, os valores são fixos e podem chegar aos 400 euros por mês, sobretudo nas grandes cidades, o que pode representar, anualmente, um gasto de 1500 a 4500 euros.
Uma solução para cada problema
– O problema das vagas: nas instituições apoiadas pela Segurança Social, a procura supera a oferta, ou seja, pode ser extraordinariamente difícil encontrar uma vaga.
Solução: Comece a procurar uma creche o mais cedo possível. Convém que a inscrição seja feita ainda durante o período da gravidez. Por norma, as inscrições começam em janeiro para o ano lectivo seguinte, embora variem de acordo com a instituição.
Deve começar por consultar a oferta no concelho onde vive ou trabalha. Visite o site cartasocial, onde pode fazer uma busca por concelho ou freguesia. Ligue para as instituições que lhe interessam e pergunte se há vagas. Se não houver, inscreva-se na lista de espera, mas faça-o em vários sítios.
Saiba que a ordem de entrada das crianças depende de critérios que variam consoante o estabelecimento. Mas, em regra, têm em conta: crianças em situações de risco; indisponibilidade dos pais para assegurar os cuidados necessários dos filhos; irmãos a frequentar o mesmo estabelecimento; e local de residência ou trabalho dos pais.
– O problema da falta de informação: a DECO/PRO TESTE visitou 389 berçários espalhados pelo país e concluiu que as creches sem fins lucrativos colocam muitos obstáculos a potenciais interessados. A maioria refere que não tem vaga e adia resposta para a altura da inscrição. Cerca de 30% dos locais não forneceram preços e um terço não autorizou uma visita às instalações e nem sequer sugeriu um dia em alternativa.
Solução: Tente visitar pessoalmente as creches que lhe interessam e procure fazê-lo numa hora em que o estabelecimento esteja a funcionar plenamente. Não hesite em colocar todas as questões ao diretor. Peça ainda para lhe calcularem o valor da mensalidade. Se tal não for possível numa primeira visita, agende um novo encontro. Informe-se sobre quantas mensalidades terá de pagar num ano, bem como todas as parcelas obrigatórias e facultativas, como a inscrição ou o seguro, de forma a poder calcular o valor anual total. Verifique se o horário e o período de férias são compatíveis com as suas necessidades e informe-se sobre quem fornece alimentação, fraldas, ou cremes. Procure saber qual é o número de crianças por sala, o número de funcionários e respetivas habilitações. E é também importante que apure quais são as medidas que ali se tomam em caso de acidente. O ideal é que consulte o regulamento interno do estabelecimento.
Se, ainda assim, não conseguir encontrar vaga para o bebé, procure ajuda em fóruns especializados. São o recurso de muitas mães, que ali partilham boas e más experiências. Peça ajuda e recomendações de amas e outras soluções. E boa sorte!