Mesada para filhos: sim ou não?
A mesada para filhos é um tema que gera dúvidas em muitos pais. Será que esta prática ajuda, de facto, as crianças a desenvolver hábitos financeiros saudáveis? Ou pode ter o efeito contrário?
Neste vídeo, o especialista em finanças pessoais Sérgio Rodrigues explica a importância desta estratégia, qual a idade ideal para começar, qual o valor a atribuir, com que frequência e qual a melhor forma de o entregar – se em numerário ou através de um cartão.
Qual a importância da semanada ou mesada na educação financeira das crianças?
Mais do que “dar dinheiro”, a mesada para filhos pode ser uma poderosa ferramenta de aprendizagem. Ao gerirem um valor fixo, as crianças desenvolvem noções fundamentais como:
- Valor: percebem que o dinheiro é limitado;
- Escolha: aprendem a decidir onde gastar;
- Limite: controlam-se para não gastar tudo de uma vez;
- Responsabilidade: assumem as consequências das próprias escolhas.
Não há dúvidas: esta experiência contribui para que as crianças se tornem adultos mais conscientes e financeiramente responsáveis.
Dar semanada ou mesada: qual a melhor opção?
A decisão entre dar semanada ou mesada deve ter em conta a capacidade financeira da família, assim como a idade e o grau de maturidade da criança.
De acordo com o especialista, a semanada é mais adequada entre os cinco e os seis anos, fase em que a maturidade financeira ainda está a desenvolver-se. Já a mesada é mais indicada a partir dos onze ou doze anos, quando a criança já é capaz de planear e gerir o dinheiro ao longo de períodos maiores.
Como, numa fase inicial, o objetivo é ensinar a criança a esperar e a controlar os gastos, dar um valor para todo o mês pode dificultar a gestão do dinheiro. Por isso, o mais eficaz é começar com intervalos mais curtos e, à medida que a maturidade aumenta, alargar para períodos maiores.
Como definir o valor ideal da semanada ou mesada para filhos?
O montante da semanada ou mesada deve respeitar as possibilidades do orçamento familiar. No entanto, o especialista recomenda que o valor seja:
- Suficientemente grande para que a criança possa comprar o que deseja e sinta uma maior motivação;
- Suficientemente pequeno para incentivar a poupança para compras mais significativas no futuro.
Ou seja, o segredo está no equilíbrio entre o consumo imediato e o incentivo à poupança.
Em dinheiro ou cartão pré-pago?
Numa fase inicial, o ideal é dar a semanada ou mesada em dinheiro físico. Isto porque nesta etapa a criança está ainda a aprender o valor do dinheiro, por isso é importante começar com moedas e, mais tarde, introduzir notas. Desta forma, irá ensiná-la a contar, pagar e receber troco físico.
Mais tarde, na fase da mesada, um cartão pré-pago ou até uma conta bancária tradicional podem ser boas opções para começar a ensinar a gerir o dinheiro em formato digital.
Dicas e cuidados extra a garantir
Para que a mesada cumpra o seu papel educativo, deve:
- Explicar as regras de funcionamento e definir a finalidade do valor (por exemplo, para pagar os lanches na escola, para comprar desejos específicos ou para poupar);
- Criar três mealheiros para que a criança divida o dinheiro de acordo com os diferentes objetivos;
- Garantir que não cede à tentação de dar mais dinheiro antes do prazo acordado, de forma a ensinar a criança a gerir recursos limitados;
- Ponderar oferecer um valor extra como “bónus” por tarefas que vão além das obrigações da criança, incentivando o sentido de responsabilidade (sempre com ponderação e consciência).
Para saber mais sobre como dar uma semanada ou mesada a filhos, assista ao vídeo completo.