Qual é a sua taxa de esforço?
A taxa de esforço é a percentagem do rendimento total do agregado familiar destinada ao pagamento das prestações de créditos. Quer saber qual é a sua?
Sabe por que razão os bancos e outras instituições financeiras pedem recibos de vencimento, comprovativos de IRS e informação sobre todos os seus encargos mensais quando solicita um crédito? Para conseguirem calcular a sua taxa de esforço, antes de decidirem se lhe concedem o crédito.
O que é a taxa de esforço?
A taxa de esforço é a percentagem do rendimento total do agregado familiar destinada ao pagamento das prestações de créditos. Na prática, a taxa de esforço diz respeito à capacidade do orçamento familiar suportar uma determinada mensalidade de um crédito.
A taxa de esforço é medida em percentagem entre os rendimentos e os encargos.
É em função da taxa de esforço que o banco calcula os juros e a prestação. O Banco de Portugal recomenda que a taxa de esforço máxima não ultrapasse os 35%.
Para calcular a taxa de esforço, conta-se com um nível de stress extra, que é atualmente de 3%.
Que despesas entram no cálculo da taxa de esforço?
Para calcular a taxa de esforço são consideradas todas as prestações com créditos, por exemplo, crédito habitação, crédito automóvel, crédito pessoal ou outros empréstimos que tenha contraído e ainda esteja a pagar. São ainda consideradas as suas despesas com cartões de crédito.
Como calcular a taxa de esforço?
Antes de contactar um banco, deve avaliar primeiro a sua situação financeira, calculando a taxa de esforço. Veja o exemplo: um casal que receba um rendimento líquido mensal de 1.500 €, sem outros créditos contraídos, que peça um crédito à habitação em que a prestação mensal será de 800 €, ficará com uma taxa de esforço de 53%. Isto significa, na prática, que a família passará a gastar 53% do seu rendimento mensal para pagar o crédito habitação. Perante esta situação, dificilmente conseguiria o empréstimo pretendido.
Antes de pedir qualquer crédito, simule aqui a sua taxa de esforço. Além de ficar a saber com o que contar, poderá descobrir até que ponto a sua situação financeira está em risco. Se já ultrapassou os limites de endividamento razoável, tente liquidar alguns empréstimos e não contraia mais nenhum enquanto a sua Taxa de Esforço não for inferior a 40% do Rendimento Mensal Líquido.
O que vai mudar na taxa de esforço?
As novas regras da taxa de esforço vão tornar o crédito habitação mais acessível para muitas famílias portuguesas. Esta medida torna-se particularmente relevante numa altura marcada pelas subidas das das taxas de juro.
As novas regras consistem numa redução em 50% da taxa de stress nos novos empréstimos associados à Euribor. Isto leva a que passe a ser aplicada 1,5% sobre a taxa fixada para contratos com prazo superior a 10 anos, em vez dos actuais 3%.
Na prática, segundo cálculos do ECO, esta medida poderá permitir a obtenção de até mais 18,4% de empréstimo junto do banco. O impacto será tanto maior quanto maior for o prazo para o pagamento do crédito.
Esta medida beneficia quem está a planear pedir um crédito habitação, mas não afeta aqueles que contraíram um empréstimo para a compra de casa.
Como baixar a taxa de esforço?
Para quem tem muitos encargos e uma taxa de esforço acima de 35%, uma boa solução pode ser o crédito consolidado. Trata-se de juntar vários créditos num único crédito e numa única prestação. Regra geral, consolidar os créditos é um passo que permite baixar as prestações, o que, por sua vez, permite também, baixar a taxa de esfoço.