Investimentos

O estado atual do mercado imobiliário

4 min
O estado atual do mercado imobiliário

Dizem os especialistas que o mercado imobiliário nacional se mostrou resiliente à pandemia. Ou seja, enquanto muitos esperavam que os preços das casas descessem significativamente, a acompanhar a crise económica anunciada, na verdade o nosso país foi o segundo país da União Europeia com maior subida dos preços da habitação no ano de 2020.

Os números são do Eurostat – o serviço de estatísticas da União Europeia – e mostram uma realidade pouco animadora para quem quer comprar casa em Portugal. Em 2020, houve uma evolução nos preços da habitação de 7,4%. Uma percentagem que só é batida pelo Luxemburgo, com um aumento de 13,3% no que toca ao preço das casas.

Se analisarmos a evolução dos valores da habitação comparativamente com o aumento dos salários, aqui Portugal é mesmo o pior neste indicador, entre 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Entre 2015 e 2020, os preços das casas cresceram 31% mais do que os salários nacionais, o que legitima um problema cada vez maior na habitação do nosso país, onde os salários não acompanham esta subida exponencial dos preços imobiliários.

Portugal em risco de “bolha imobiliária”

As autoridades económicas e financeiras da Comissão Europeia recomendam que os mercados imobiliários não tenham variações anuais superiores a 6%, sob risco da tão famosa “especulação imobiliária” ou “bolha imobiliária” – quando o valor de um imóvel se desvia bastante do valor intrínseco correspondente a esse mesmo imóvel. Mas a verdade é que há cinco anos consecutivos que o valor das casas em Portugal apresenta subidas superiores a 6%, sendo que a maior subida foi registada entre 2018 e 2019, com 8,6% neste índice, atingindo agora os 7,4% mesmo em tempo de pandemia.

Ainda de acordo com o Eurostat, todo o mercado residencial europeu acusa uma evolução de 30,9% entre 2010 e o primeiro trimestre de 2021. Só que, mais uma vez, Portugal fica mal no retrato entre os seus congéneres europeus, apresentado subidas bem superiores à média europeia. Em 11 anos, os preços da habitação no nosso país subiram quase 50%, sendo que os valores das rendas aumentaram na ordem dos 20%.

Leia mais  Como cancelar contrato com o ginásio sem ter de pagar?

Lisboa (3.601 euros por metro quadrado), seguida por Faro (2.527 euros), Porto (2.263 euros), Ilha da Madeira (1.884 euros) e Setúbal (1.871 euros) são as regiões mais caras do país. Em sentido contrário, encontram-se Portalegre (597 euros por metro quadrado), Guarda (637 euros), Castelo Branco (738 euros), Bragança (761 euros) e Beja (815 euros).

E para vender casa, é boa altura?

Os especialistas dizem também que quem não precisa de vender não o deve fazer para já, uma vez que, resolvida a crise provocada pela pandemia, o mercado não vai ter uma descida acentuada ou valorizar como até agora, a curto prazo.

Se não puder esperar para vender, não se preocupe. Nesta altura também encontra vantagens para comercializar o seu imóvel, devido à escassez da oferta, sobretudo para a classe média, e às boas condições de financiamento bancário, cujas taxas estão em novos mínimos.

No entanto, seja qual for a altura de vender o seu imóvel, prepare-se para algumas despesas extra:

  • A Certidão Predial Permanente – entre 15 a 20 euros;
  • A segunda Via da Licença da Utilização – o custo depende da dimensão do documento, mas nunca será inferior a 35 euros;
  • A segunda Via da Ficha Técnica de Habitação – o custo depende também da dimensão do documento, com um valor mínimo de 35 euros;
  • O Certificado Energético – o custo varia entre os 28 e os 65 euros (mais IVA), ao qual acresce os honorários do perito;
  • Comissão da Agência Imobiliária, se procurar um mediador para o ajudar a vender a casa – entre 2% a 6% do preço de venda;
  • Mais-valias da venda do imóvel – se o preço de venda for superior ao de compra e não houver reinvestimento, pagará 50% das mais-valias obtidas.

Comprar ou vender casa neste momento exige alguma prudência e até aconselhamento, recomendam os especialistas. O melhor será recorrer a uma empresa de mediação imobiliária devidamente licenciada, com estas informações atualizadas sobre o estado atual do mercado imobiliário nacional.