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Os apoios do Governo para tornar os imóveis mais eficientes

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apoios do governo para imóveis mais eficientes

Muitos portugueses passaram mais tempo em casa, durante a quarentena motivada pela pandemia de Covid-19 e começaram a olhar para o espaço com outros olhos: detetaram necessidades que antes não existiam, começaram a valorizar outros aspetos, tornaram-se mais exigentes. Foi, por isso, uma fase propícia para fazer obras em casa. Mas, se não fez tudo o que queria ou gostaria, ainda vai a tempo.

Se pretende tornar a sua casa mais sustentável e eficiente do ponto de vista energético, tome nota de algumas sugestões:
  1. Aposte num bom isolamento 

Durante o inverno, o isolamento permite reter o calor e, no verão, evitar que a casa aqueça. De acordo com as estratégias de eficiência energética sugeridas pela EDP, deve dar prioridade ao isolamento da cobertura, já que é através dela que se perde, em média, 30% do calor. Depois deve ter em atenção as paredes e portas responsáveis por 25% de perdas e as janelas com 20%. Ao apostar no isolamento, não só evita a perda de calor interior como pode poupar até 10% na fatia da conta correspondente ao aquecimento ou refrigeração da sua casa.

  1. Invista em telhados inteligentes

Se mora num último andar, verifique se o sótão tem isolamento térmico adequado. Se não tiver, deve procurar fazer uma abertura para a ventilação. Outra hipótese, que requer algum investimento, é apostar em “telhados inteligentes”. As telhas termocrómicas mudam de cor com a temperatura, permitem mudar a absorção de radiação solar e, desta forma, controlam melhor a entrada de calor ou frio consoante as estações do ano. Esta tecnologia foi desenvolvida em Portugal num consórcio liderado pela investigadora Elvira Fortunato e pode também ser incorporada em janelas de vidro.

  1. Bloqueie as radiações antes mesmo de entrarem

Além de fechar portas e janelas durante as horas de maior calor, também é importante bloquear, à partida, a entrada do sol para que o ambiente não aqueça. Coloque estores brancos, com isolamento térmico, venezianas de madeira ou em PVC de cor clara e escolha materiais refletores. Certifique-se que as portas estão bem isoladas e opte por janelas duplas. Desta forma, além de bloquear a entrada de calor, no verão, também vai impedir que a casa fique muito fria, no inverno. Segundo a Deco, também pode melhorar a ventilação, optando por modelos de estores autorreguláveis, cujas lâminas abrem e fecham consoante a velocidade do vento.

  1. Opte por janelas eficientes

De acordo com as sugestões da EDP, as janelas mais eficientes têm caixilhos em PVC ou em alumínio com corte térmico e boa capacidade para estancar o ar de forma a evitar entrada de frio no inverno. No caso de optar por janelas de vidro, deve considerar, no mínimo, um vidro duplo com uma caixa de ar de 16 mm de espessura. Para saber quais as janelas mais eficientes, deve consultar a etiqueta energética CLASS+.

  1. Escolha a melhor forma de aquecer a casa e a água
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Segundo estimativas da EDP, as despesas com aquecimento, no inverno, podem representar um aumento de 20% na conta a pagar. Uma forma de poupar passa por apostar num bom equipamento de ar condicionado: o investimento inicial pode ser maior, no entanto, “é cerca de quatro vezes mais eficiente que um aquecedor elétrico”. Em relação à água, a tendência, no inverno, é para tomarmos banhos mais quentes, por isso, também é relevante escolher soluções de aquecimento de água eficaz. De acordo com a EDP, com soluções como as bombas de calor e termoacumuladores híbridos é possível

“reduzir mais de 50% do consumo de energia para aquecer a água”.

A boa notícia é que pode fazer obras em casa e ter o apoio financeiro do Governo. Para isso, tem de se candidatar ao Programa de Apoios Edifícios mais Sustentáveis, lançado a 2 de setembro de 2020.

Através do Fundo Ambiental, são disponibilizados 4,5 milhões de euros em 2020 e 2021 – 1,75 milhões de euros este ano e 2,75 milhões de euros no próximo – para realizar obras que promovam a reabilitação, descarbonização, eficiência energética, eficiência hídrica e economia circular em edifícios. Ou seja, pode, por exemplo, colocar janelas novas para ter melhor isolamento, instalar painéis fotovoltaicos, mudar as torneiras da cozinha ou da casa-de-banho, investir em sistemas de aquecimento ou arrefecimento, entre outras hipóteses. Os apoios destinam-se a todas as pessoas singulares proprietárias de frações ou edifícios de habitação, construídos até ao final de 2006. A taxa de comparticipação do programa do Governo é de 70%, até ao valor limite definido por tipo de projeto. Cada candidato pode receber, no máximo, 15.000 euros, com um limite por edifício unifamiliar ou fração autónoma de 7.500 euros. As candidaturas já abriram e decorrem até 31 de dezembro de 2021 ou até esgotar a dotação prevista. Podem ser feitas através de um formulário online.

Segundo o Fundo Ambiental, as taxas de comparticipação e os respetivos limites são definidos da seguinte forma:

Para poder fazer as contas, veja estes exemplos referidos na Apresentação do Regulamento do Programa de Apoio “Edifícios mais Sustentáveis”:

MedidasCusto*70%*Incentivo*Despesa*
2 Janelas Eficientes classe A+2.6001.8201.5001.100
1 Bomba de calor classe A+3.0002.1002.100900
Painéis fotovoltaicos3.5002.4502.4501.050
TOTAL9.1006.0503.050

Se quiser saber mais sobre este programa, o Fundo Ambiental divulgou uma série de perguntas e respostas (FAQs) que pode consultar aqui.