9 dicas para aumentar a eficiência energética da sua casa
Índice de conteúdos:
- O que é a eficiência energética?
- Porquê melhorar a eficiência energética da casa?
- Como melhorar a eficiência energética da casa?
- Que apoios à eficiência energética existem?
- Que outras alternativas de financiamento existem?
Uma casa eficiente permite poupar energia e dinheiro. Conheça algumas dicas que pode pôr em prática de forma a melhorar a eficiência energética da sua habitação.
Os gastos com a energia são, geralmente, dos que mais pesam no orçamento familiar. Por isso, ter uma casa energeticamente eficiente pode ajudá-lo a poupar centenas de euros anualmente.
As medidas que deve tomar para lá chegar podem implicar algum investimento de tempo, esforço e dinheiro, mas valem bem a pena. Não só pelo que poupa, mas também porque contribuem para um planeta mais sustentável.
Descubra algumas dicas que o vão ajudar a melhorar a sua casa e conheça as medidas de apoio do Governo à eficiência energética.
O que é a eficiência energética?
A eficiência energética consiste na otimização do uso da energia, procurando obter o máximo de desempenho com o menor consumo possível. O objetivo é reduzir os gastos e o desperdício, minimizando assim o impacto ambiental.
A eficiência energética dos edifícios é uma das áreas a que tem sido dada prioridade. De acordo com o Parlamento Europeu, 75% dos edifícios da União Europeia (UE) são energeticamente ineficientes, sendo responsáveis por 40% do consumo de energia final na Europa e 30% em Portugal. No entanto, mais de 50% deste consumo pode ser reduzido se forem implementadas medidas de melhoria da eficiência energética.
Porquê melhorar a eficiência energética da sua casa?
A eficiência energética é fundamental para a transição para um sistema energético mais sustentável. Ao diminuirmos a nossa dependência de combustíveis fósseis, passando a adotar cada vez mais as energias renováveis, contribuímos para a descarbonização do planeta e para um meio ambiente mais limpo e sustentável.
Tornar a sua casa mais eficiente do ponto de vista energético também traz vários benefícios à sua carteira:
- Poupança: ao otimizar o seu consumo energético, reduz os gastos desnecessários e passa a pagar menos na fatura da energia;
- Benefícios fiscais: os municípios podem reduzir até 25% o IMI de prédios urbanos com eficiência energética, desde que tenham uma classe energética A ou superior, ou, tendo sido alvo de obras e melhorias, a classificação passe a ser superior em pelo menos duas classes face à classe energética anterior;
- Maior conforto térmico: a maioria dos portugueses não consegue aquecer as suas casas de forma apropriada. A eficiência energética permite manter uma temperatura confortável, sem perdas de energia, com um gasto menor;
- Valorização do imóvel: quanto mais eficiente for uma habitação, mais valorizada é no mercado imobiliário.
9 dicas para melhorar a eficiência energética da sua casa
Além de gerar poupanças significativas e contribuir para um planeta mais sustentável, uma casa eficiente também proporciona melhores condições de habitabilidade.
Das pequenas mudanças às obras mais profundas, há muitas estratégias que pode pôr em prática para aumentar a eficiência energética da sua casa.
1. Peça o certificado energético
Antes de mais, e caso ainda não o tenha, é importante que peça o certificado energético. Este documento, emitido por peritos qualificados independentes, indica qual é a classificação da sua casa, numa escala que vai de F (muito pouco eficiente) a A+ (muito eficiente).
Para determinarem a classificação, os peritos avaliam aspetos como as paredes, pavimentos, janelas, aparelhos de climatização e existência de equipamentos que utilizem fontes de energia renováveis.
O certificado contém também informação sobre as características do imóvel e indica medidas que podem ser implementadas para reduzir o consumo e melhorar a classificação. Por fim, o certificado identifica benefícios fiscais e programas de financiamento a que pode ter acesso.
Além de ser um documento útil, o certificado energético é obrigatório em algumas situações, nomeadamente:
- Edifícios novos;
- Edifícios sujeitos a obras de renovação quando o custo total da obra relacionada com os componentes associados à eficiência energética é superior a 25% do valor total do edifício;
- Sempre que um edifício é colocado no mercado para venda ou arrendamento;
- Edifícios que beneficiam de programas de financiamento ou de benefícios fiscais, sempre que a certificação energética é um requisito.
Para pedir a certificação energética, precisa de permitir a visita do perito à sua casa e ter consigo quatro documentos: a cópia da planta da casa, a caderneta predial urbana, a certidão de registo na conservatória e a ficha técnica da habitação.
2. Opte por portas e janelas eficientes
É pelas portas e janelas que passa a maior parte do calor de uma casa, seja para dentro ou para fora. Por isso, instalar janelas e portas eficientes é uma boa forma de melhorar a eficiência energética, já que mantém a temperatura da sua casa constante e otimiza o consumo energético.
Instalar janelas de classe A+ pode representar menos 50% de perdas energéticas. Além do isolamento térmico, as janelas e portas eficientes também dão maior conforto acústico, já que atenuam o ruído do exterior.
Antes de escolher uma empresa para fazer a instalação, certifique-se de que esta está inscrita no sistema de etiquetagem energética CLASSE+. Este sistema é uma iniciativa da Agência para a Energia que permite comparar o desempenho energético de vários produtos, sendo que, para já, está disponível apenas para janelas.
3. Melhore o isolamento térmico
Um bom isolamento nas coberturas, paredes, portas e janelas ajuda a reter o calor durante o inverno e a impedir que a casa sobreaqueça no verão.
Quanto melhor for o isolamento da sua casa, menos necessidade terá de recorrer ao ar condicionado ou outros sistemas para climatizar as divisões. Isto significa que irá consumir menos energia e, consequentemente, poupar na fatura da eletricidade.
4. Instale painéis solares
Apesar de implicarem um investimento inicial avultado, os painéis solares podem ajudá-lo a reduzir até 80% a sua fatura da luz. Aqui tem duas opções: o sistema solar fotovoltaico que capta a luz do sol e transforma-a em energia elétrica que pode usar imediatamente; ou o sistema solar térmico que utiliza a energia solar para aquecer as águas sanitárias que estão num depósito.
Para melhorar ainda mais a eficiência energética (e conseguir mais poupança), pode adicionar uma bateria aos painéis fotovoltaicos. Esta armazena a energia produzida que não foi usada para que a possa utilizar mais tarde.
5. Invista em sistemas de climatização eficientes
O aquecimento da casa e da água para fins domésticos representa, em média, 80% das necessidades energéticas das famílias europeias. Por isso, investir em sistemas de aquecimento de qualidade e elevada eficiência energética é uma boa forma de conseguir poupar.
O melhor é o ar condicionado, que é mais eficiente do que um radiador ou termoventilador. Tal como os painéis solares, o investimento inicial pode ser grande, mas a médio/longo prazo compensa.
O aquecimento de águas sanitárias também contribui de forma significativa para o consumo energético. Entre as soluções mais eficientes, estão as bombas de calor e os termoacumuladores híbridos, que permitem reduzir mais de 50% do consumo de energia.
6. Escolha eletrodomésticos de baixo consumo
Os grandes eletrodomésticos, como os frigoríficos e as máquinas de lavar, têm um peso significativo no consumo energético de uma casa.
Assim, se precisar de comprar algum equipamento novo, opte pelos mais eficientes. Podem ser mais caros, mas permitem-lhe uma poupança maior na fatura da luz. Verifique a etiqueta energética e dê preferência aos de classe A ou B.
Utilize o simulador casA+ para saber quanto pode poupar com aquecimento, eletrodomésticos e iluminação mais eficientes.
7. Prefira lâmpadas LED
Se ainda tiver lâmpadas de halogéneo, fluorescentes ou incandescentes, troque-as pelas versões LED.
Apesar de serem mais caras, são bastante mais eficientes, duradouras (têm um tempo de vida útil que pode chegar às 50 mil horas) e rápidas a iluminar. Além disso, são mais seguras e não aquecem o ambiente.
8. Evite deixar aparelhos em standby
Mesmo quando não estão a ser utilizados, os equipamentos eletrónicos consomem energia. E apesar de serem consumos quase “insignificantes”, ao longo do tempo vão-se acumulando e têm impacto na fatura.
Assim, desligue todos os aparelhos que puder da tomada ou instale temporizadores que permitam programar um horário para os desligar da corrente.
9. Aproveite a luz solar
O sol e a luz natural podem ser os melhores amigos da eficiência energética.
No verão, deixe as persianas e os cortinados fechados durante o dia para evitar a entrada de calor. No inverno, faça ao contrário e aproveite ao máximo a energia do sol durante o dia. Desta forma, reduz a necessidade de utilizar equipamentos de climatização.
Que apoios à eficiência energética existem?
Para ajudar os proprietários a melhorar a eficiência energética das suas casas, o Estado criou duas medidas de apoio.
Programa E-Lar
O Programa E-Lar é uma medida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para apoiar financeiramente a substituição de equipamentos a gás por opções elétricas, contribuindo para a eletrificação dos consumos residenciais.
Com uma dotação global de 30 milhões de euros, o programa tem como objetivo ajudar a combater a pobreza energética, melhorando o conforto térmico das famílias, e promover a eficiência energética ao incentivar a substituição de equipamentos antigos por alternativas mais económicas.
Qualquer pessoa maior de idade, que habite em Portugal Continental e que tenha um contrato de fornecimento de eletricidade pode candidatar-se, mas o valor do apoio varia consoante o tipo de despesa e o grupo beneficiário. Assim:
- Beneficiários do apoio Bairros Mais Sustentáveis ou da Tarifa Social de Energia Elétrica: o apoio varia entre 369 e 615 euros (com IVA incluído), dependendo do equipamento a substituir, e são ainda elegíveis as despesas de transporte e instalação (entre 50 e 180 euros);
- Outros candidatos: o apoio vai dos 300 aos 500 euros (não inclui o IVA) e não são elegíveis para beneficiar de ajuda com o transporte ou a instalação dos equipamentos.
As candidaturas abrem a 30 de setembro de 2025 e decorrem, em princípio, até 30 de junho de 2026. Para se candidatar deve preencher o formulário no site do Fundo Ambiental.
Programa Bairros Mais Sustentáveis
O Programa Bairros Mais Sustentáveis tem como objetivo financiar várias medidas que melhorem o desempenho energético de edifícios em risco de pobreza energética localizados em bairros sociais, zonas históricas ou áreas de reabilitação urbana nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto.
O programa comparticipa, por exemplo, a colocação de janelas mais eficientes, a aplicação de isolamento térmico ou a instalação de bombas de calor, sistemas solares e sistemas fotovoltaicos. A taxa de comparticipação será de 100% até ao valor limite por tipologia e o apoio máximo por fração de edifício não pode ultrapassar os 15 mil euros.
As candidaturas podem abranger um único edifício ou um conjunto de edifícios, sendo possível incluir mais do que uma tipologia de intervenção por fração autónoma ou por edifício.
Podem beneficiar dos apoios municípios, empresas municipais de habitação, Instituições Particulares de Solidariedade Social, associações de moradores e outras entidades públicas que desenvolvam atividades de cariz social.
O prazo para apresentação de candidaturas termina a 30 de novembro de 2025 e os projetos aprovados deverão ser executados até 30 de junho de 2026.
Saiba mais sobre o programa no site do Fundo Ambiental.
Que outras alternativas de financiamento existem?
Apesar de os apoios serem uma grande ajuda, nem sempre são suficientes para tudo o que é necessário mudar. Assim, pode ser necessário recorrer a outras opções para financiar obras ou intervenções que visem a melhoria da eficiência energética.
Na Cofidis, por exemplo, pode aderir rapidamente e online ao Crédito Pessoal Lar e Recheio. Com opção de financiamento até 50 mil euros, não precisa de pagar comissão de abertura e sabe sempre com o que pode contar, já que os prazos, taxas e mensalidades são fixas.
Para financiar pequenos projetos, pode recorrer às linhas de crédito. A Linha de Crédito da Cofidis, por exemplo, permite-lhe ter sempre dinheiro disponível à medida que paga as prestações, sem precisar de fazer novos pedidos de crédito.
Antes de recorrer ao financiamento, é importante que analise a sua situação financeira para garantir que faz um crédito responsável.