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Como gerir as finanças do casal

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gerir as finanças do casal

Há pessoas que detestam falar sobre dinheiro e evitam o assunto até aos limites da sua resistência, Mas, nas finanças familiares, o tema é simplesmente inevitável. Por este motivo, mais vale encará-lo de frente em vez de tentar fugir a uma conversa que tem os seus melindres. Aqui ficam quatro dicas para abordar a questão sem que esta suscite o risco de amuos e zangas.

1. Numa relação, as questões financeiras são importantes. À medida que os dois membros do casal se vão conhecendo melhor, vai ficando mais claro quais são as características de cada um quando se trata de lidar com dinheiro. Pode haver um elemento mais dado à realização de despesas de consumo e outro que prefere adiar estes gastos e poupar. E também pode suceder que ambos sejam, em simultâneo, consumistas ou aforradores. Convém conversar sobre estes assuntos, com tolerância e sem dramas. O ideal é que ambos concordem num comportamento comum e partilhado. Reservar todo o rendimento, após gastos, só para poupança pode transformar a vida num tédio. Gastar tudo, é pouco prudente. Uma conversa séria e sem tabus permitirá encontrar um equilíbrio.

2. Estabeleça um plano. Faça contas aos rendimentos do casal, avalie as despesas fixas que têm de ser suportadas e decida, em conjunto, o que fazer ao dinheiro restante. Uma parte pode ser aplicada em produtos financeiros de curto prazo e de elevada liquidez, com o objetivo de vir a servir para financiar uma viagem futura, a entrada para um novo automóvel ou aquisição de um eletrodoméstico, entre outros exemplos de satisfação de necessidades do casal. Mas também é necessário fazer uma poupança desta natureza para assegurar um fundo de emergência destinado a fazer frente a situações inesperadas. São os casos de doença ou de situação de desemprego que podem afetar a vida financeira da vida em conjunto.

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3. É preciso que o casal olhe para o longo prazo e prepare o futuro.Uma parte das poupanças realizadas em conjunto e devidamente planeadas devem ser orientadas para aplicações de longo prazo. É este dinheiro que, mais tarde, vai garantir um complemento da pensão de reforma que é suportada pela Segurança Social. Esta questão é tanto mais importante quando se sabe que o sistema de pensões público sofre pressões financeiras elevadas devido ao envelhecimento da população e nada garante que uma reforma realizada com o objetivo de assegurar a respetiva sustentabilidade não venha a implicar a atribuição de pensões mais baixas, como tem sucedido. Se o casal se preocupar em fazer esta poupança, evitará sofrer uma quebra significativa do seu poder de compra quando chegar o momento de os seus membros passarem à reforma.

4. Uma das questões que pode suscitar divergências está na divisão das despesas. O que fazer? Qual a solução mais justa? A saída mais simples está em calcular as despesas e, em qualquer situação, dividir por dois. É prático e dá escasso trabalho. Mas há um fator que deve ser tomado em conta. É muito provável que os elementos do casal não aufiram rendimentos idênticos. Daí que a divisão, pura e simples, dos gastos possa não ser a mais sensata porque o fardo será maior para quem tenha um salário menor. A solução mais justa é a de repartir as despesas de forma proporcional ao salário de cada um. Imagine um casal em que um dos membros ganha dois mil euros após descontos e outro ganha mil euros. Em relação aos três mil euros que o casal aufere, a proporção é de um terço para dois terços. Assim, o membro do casal que ganha dois mil euros deve suportar dois terços das despesas e o outro deve ficar responsável por um terço.

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