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Preocupado com o fim das moratórias? Veja todas as soluções

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fim das moratórias

Foram um balão de oxigénio para dezenas milhares de pessoas durante os períodos mais complicados da pandemia do ponto de vista financeiro. No entanto, as moratórias públicas ou privadas ao crédito serviam apenas para adiar os pagamentos. Ao longo dos próximos meses as mensalidades, que voltam a ser exigidas pelos bancos e instituições financeiras, começam a pesar mais no orçamento das famílias.

É preciso não esquecer que as moratórias permitiam suspender totalmente os pagamentos; manter o pagamento dos juros apenas; ou amortizar uma parte da mensalidade e juros. Na melhor das hipóteses, volta a pagar a mensalidade de sempre, já no pior dos cenários tem de pagar uma prestação mais alta, que inclui os juros do período da moratória. E na esmagadora maioria das situações, o tempo da moratória ‘empurra’ o crédito. Ou seja, se terminava os pagamentos em janeiro de 2040, por exemplo, e esteve 9 meses com a moratória, agora as prestações vão até setembro desse ano.

Para quem continua numa situação financeira delicada, o fim das moratórias representa um novo período de dificuldades. No entanto, antes de mais é preciso respirar fundo e analisar as hipóteses possíveis. Não vale a pena entrar em desespero. Veja de seguida as várias soluções que podem ajudar.

Renegociar com o banco

O incumprimento de um crédito é uma situação que não beneficia ninguém, nem a si nem ao banco, nem ao sistema financeiro em geral, portanto expôr as suas dificuldades e negociar com o banco é sempre um bom caminho a seguir. E há diversas propostas que pode ponderar:

  • Alterar a taxa de juro. Caso não tenha por hábito estudar o mercado e as taxas que estão a ser aplicadas, é a altura certa para avaliar o seu crédito, principalmente se tiver um spread acima de 2%. Com as taxas Euribor negativas, é mais fácil conseguir um juro mais favorável, que pode ser o suficiente para equilibrar as contas mensais.

 

  • Período de carência. Na prática será como se tivesse uma nova moratória mas, numa situação verdadeiramente complicada, pode ser uma opção pedir um período de carência (o prazo varia de banco para banco), em que paga apenas os juros.

 

  • Alargar o prazo. Se não falta assim tanto para concluir os pagamentos do seu empréstimo ou se estaria confortável em fazê-lo durante mais alguns anos, pode renegociar com o banco um novo prazo, que já lhe permite reduzir substancialmente as prestações mensais.

 

  • Pagar mais no final. É outra solução possível, se o seu banco estiver de acordo. Ao adiar uma parte do reembolso para a última prestação (10% do total do capital ainda em dívida, por exemplo), tem de garantir esse valor daqui a uns anos, mas pelo menos consegue já baixar o valor das mensalidades.
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Consolidar créditos

Caso tenha mais do que um crédito, fazer a consolidação é sempre uma boa solução a ter em cima da mesa. Quer tenham sido alvo de moratórias ou não, o que conta é as mensalidades que tem a pagar todos os meses. Um crédito consolidado permite-lhe juntar várias prestações mensais numa só, com uma taxa de juro apenas e um só prazo final. Ao juntar créditos com condições diferentes, além de simplificar a gestão mensal dos seus pagamentos, pode conseguir uma taxa mais favorável, alargar o prazo de pagamento e até pedir um financiamento extra que engloba também no valor global a pagar.

Reduzir os prémios de seguro

Outra solução para baixar a mensalidade a pagar num crédito que estava abrangido pela moratória é reduzir o pagamento dos prémios de seguros que estão associados. Há seguros obrigatórios quando se contrai um crédito, e outros que ajudam a baixar as taxas de juro para esse financiamento. Avalie bem esses custos e as coberturas que tem, por vezes até há seguros diferentes que ‘repetem’ coberturas, que deixam de ser necessárias num deles.

Pode conseguir encontrar valores de prémios mais baixos, que ajudem a renegociar com o seu banco, ou então transferir mesmo esses seguros para outra instituição. Neste segundo caso, deve ter em atenção o efeito que a saída desses seguros provoca nos juros do seu crédito, mas não é impossível ficar a pagar menos todos os meses.

Transferir o crédito

Não subestime o valor do seu empréstimo para o banco, mesmo que sinta que, em função das suas dificuldades, eles é que têm a faca e o queijo na mão. Se o banco não estiver interessado em rever a situação do seu crédito, para ajudar a encontrar uma solução de pagamento mais vantajosa, estude o mercado e contacte outras instituições bancárias. Pode encontrar uma opção mais favorável em termos de prazos, juros e mensalidades, e transferir o seu crédito para outro banco.

Deve ter em atenção, no entanto, as despesas associadas à transferência de crédito – podem ser assumidas, total ou parcialmente, pela nova instituição, o que já será uma ajuda -, e nunca poderá optar por transferir o crédito se já estiver em incumprimento.

É também para isso que servem todas estas soluções, para evitar que chega a uma situação de sobreendividamento ou mesmo incumprimento. Como diz o ditado, prevenir é sempre o melhor remédio.

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