Trabalhar num “open space” tem desvantagens?
É cada vez mais comum as empresas optarem por ter os seus colaboradores todos juntos num único espaço. São os chamados open space. Defendem alguns empresários que a ideia é a de que, desta forma, os funcionários podem ver e ouvir tudo e partilhar ideias, tendo um maior rendimento. Mas há estudos que dão conta que mais facilmente os colegas falam entre si sobre a vida privada, do que conversam sobre trabalho. Para questões profissionais, vão para as salas de reunião.
Especialistas que falaram com a BBC dizem que o convívio entre todos deve ser promovido durante o almoço e os períodos de descanso, e que, apesar de algumas ideias saírem de conversas durante essas alturas, a maioria é desenvolvida a partir de sessões de brainstorming mais focadas. E foco é o que não se consegue com colegas à frente, atrás e ao lado, e com ritmos, tarefas, comportamentos e disposições diferentes.
Há quem goste de trabalhar no silêncio e quem goste de estar sempre a ouvir música e a falar. E se há momentos em que as pessoas precisam de partilhar informação e discutir ideias, há alturas em que necessitam de se isolar e refletir, o que só é possível num espaço fechado e privado, sublinham os peritos consultados pela BBC.
Os open space são, naturalmente, espaços mais barulhentos. Ouvem-se mais ruídos, há mais conversas cruzadas, há interrupções, há mais movimento, e, consequentemente, mais problemas de concentração. Além disso, o grau de privacidade é igual a zero. Uma conversa privada é ouvida por toda a gente, obrigando a pessoa a deslocar-se do seu local. Outro ponto negativo é a temperatura. Nunca ninguém chega a acordo quanto ao ligar ou desligar o ar condicionado. É também comum as pessoas ficarem doentes com mais frequência, assinala quem estuda estas matérias.
Alguns estudos concluíram que quem trabalha em open space tem uma quebra de 15% na produtividade.