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Dia Mundial da Poupança. Comece com pouco, mas comece já

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Dia Mundial da Poupança

Em Portugal, a taxa de poupança é relativamente baixa. E dados recentes revelam que a situação não está a melhorar. O indicador de poupança calculado pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) e pela Universidade Católica atingiu, em setembro de 2016, o nível mas baixo desde abril de 2015. Contrariar esta tendência é um desafio que não deve ser adiado.

Muitas famílias queixar-se-ão, com fortes motivos, que os rendimentos mal chegam para suportar as despesas correntes. Mas também acontece, em milhares de outros casos, que as despesas são controladas de forma deficiente e que uma análise aos gastos do agregado familiar poderia fornecer algumas ideias sobre em que poupar. Como se aproxima o Dia Mundial da Poupança, o Contas Connosco deixa-lhe algumas dicas para melhorar a sua saúde financeira.

  1. Faça uma revisão das suas despesas mensais. Vale a pena perder algum tempo a fazer este exercício. Vai permitir-lhe o confronto com os gastos que vai fazendo mês a mês e, a frio, perceber quais são aqueles de que pode abdicar.
  2. Elabore um Orçamento. Uma vez identificadas as despesas que, no fim de contas, são supérfluas ou dispensáveis, faça um orçamento, dividindo os gastos por categorias, e cumpra-o com disciplina. Desta forma, poderá chegar ao final de cada período com um excedente que vai servir para começar e alimentar uma poupança. Há aplicações que podem ajudar nesta tarefa, como a Boonzi, a Quicken ou a Ynab.
  3. Comece com pouco dinheiro, mas comece. Depois de seguir os passos anteriores, pode chegar à conclusão de que o dinheiro que consegue poupar é uma soma demasiado curta para se dar a tanto trabalho. Não pense desta forma. Olhe para o dinheiro de acordo com o valor que ele poderá ter daqui por 20 ou 30 anos quando precisar de dispor de um complemento para a sua pensão de reforma, por exemplo.
  4. Aplique dinheiro todos os meses. Ainda que a soma seja modesta, aplique o excedente que conseguir alcançar todos os meses, sem falhas. É desta forma que vai acumular o dinheiro que pode vir a fazer-lhe falta mais tarde.
  5. Comece por construir um fundo de emergência. Este fundo deve garantir as suas despesas correntes durante seis meses. Assim, terá recursos para se financiar no caso de ter de enfrentar uma despesa extraordinária ou registar uma quebra nos rendimentos, como sucede quando se cai no desemprego. Escolha produtos que tenham liquidez e que lhe dêem acesso ao dinheiro quando dele necessitar, como depósitos a prazo.
  6. Pense no longo prazo. Depois de ter arranjado o seu fundo de emergência, pense no longo prazo. Em poupar para a reforma, por exemplo. Neste caso, pode correr mais riscos. Se vai aplicar o seu dinheiro por muitos anos, décadas, mesmo, não o abandone em depósitos a prazo. Prefira os fundos de investimento, com carteiras diversificadas, como sucede com aqueles que têm a respetiva carteira distribuída por ações de empresas a nível global. A Morningstar pode fornecer-lhe ajuda para encontrar um fundo adequado. Aqueles que são tidos como os melhores recebem cinco estrelas.
  7. O milagre da capitalização é um aliado. E um aliado poderoso. Como funciona? É simples. Os rendimentos gerados vão integrando o capital investido e os rendimentos seguintes vão incidir sobre a soma acumulada. Imagine que aplicou 100 euros e que vai ter uma rendibilidade de 10%. Isto significa que receberá 10 euros. Este valor é acrescentado ao capital que subirá para 110 euros. Com uma rendibilidade de 10%, receberá, no período seguinte, 11 euros, mais um euro do que anteriormente, o que não deixa de ser uma boa notícia.
  8. Reduza o risco à medida que se aproxima o momento em que vai precisar do dinheiro. Investir em ações, ainda que de forma indireta com o recurso a fundos de investimento, é, a longo prazo, a estratégia mais rentável. Mas não é a estratégia certa para sempre. À medida que se vai aproximando o momento em que vai precisar de usar o dinheiro acumulado, baixe progressivamente a fatia da poupança que está aplicada em ações e transfira-a para ativos de menor risco, como obrigações ou depósitos. É a altura de proteger aquilo que amealhou, como sucede quando se passa à reforma.
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