Conheça os principais riscos das aplicações financeiras
Se está a pensar em aplicar o seu dinheiro num produto financeiro é possível que se venha a deparar com muitos termos financeiros complicados. Em primeiro lugar, quando se fala em investir, antes de fazer qualquer tipo de aplicação deve ter em atenção o seu perfil de investidor, que não é mais do que uma análise à sua tolerância ao risco. Com essa informação será mais fácil conseguir encontrar os produtos certos para aplicar o seu dinheiro, tendo em conta o seu perfil, horizonte temporal e objectivos.
Conheça quais os riscos específicos que estão associados aos produtos financeiros e que deve ter em consideração antes de aplicar o seu dinheiro.
Risco de Capital – Não é mais do que o risco que existe de vir a perder dinheiro. Por exemplo, se investe em ações este risco é elevado. Já se aplicar dinheiro num depósito a prazo ou um produto que garanta o capital o risco é praticamente nulo porque não corre o risco de perder o dinheiro que investe. Mesmo que implique ter um retorno mais baixo, se quer correr o risco de perder o capital que vai investir opte por um produto que garanta o capital investido.
Risco de Mercado – Este é um tipo de risco mais associado a produtos como ações ou obrigações. No fundo trata-se do risco de perder ou ganhar dinheiro em função da alteração do preço de mercado. Uma vez que tanto as ações como obrigações são negociadas em bolsa e os preços oscilam bastante, ao estar a investir num produto destes está mais exposto a este tipo de risco que depende muito das informações financeiras, económicas e da evolução do mercado. Para os investidores que não querem estar sujeitos a evoluções de mercado o melhor é procurarem produtos que não estejam expostos a este tipo de risco.
Risco de Remuneração – Este risco está associado à incerteza relativamente à remuneração de um produto por estar, por exemplo, dependente da evolução de um indexante (taxa de referência). Por exemplo, quando investe num depósito com uma taxa variável não sabe à partida qual vai ser a remuneração por estar dependente da Euribor (por exemplo). Significa que a evolução e oscilação da Euribor vai ter influência na remuneração do produto financeiro. Se quer ter a certeza de quanto vai ter de remuneração o melhor é optar por produtos que tenham uma taxa definida logo de início.
Risco de Liquidez – Este risco está associado à capacidade do investidor não conseguir aceder ao capital antes do final do prazo do produto, ou que tenha de ter custos elevados para o fazer. Muitos produtos não permitem o resgate antecipado, ou seja, levantar o dinheiro antes de terminar o prazo do produto, e os que o permitem, por norma, têm custos associados. Os produtos negociados em bolsa, como ações e obrigações, são considerados líquidos, ou seja, são investimentos que facilmente se convertem em dinheiro porque existe uma bolsa onde são negociados. Por exemplo, uma casa não é um bem líquido porque demoramos muito tempo a converter esse bem em dinheiro. Numa situação de emergência dificilmente a vendemos numas horas.
Risco de crédito – Trata-se do risco de falência ou insolvência da entidade junto da qual foram aplicados os fundos. Isto significa que neste tipo de risco é avaliada a capacidade do emitente (ou seja, de quem é o responsável por criar e emitir) do produto poder ou não reembolsar o capital investido. Por exemplo, quando vai a um banco pode investir o seu dinheiro em ações de uma determinada empresa. O banco aqui funciona como distribuidor: o risco de crédito está associado à empresa e não ao banco. No entanto, se investe num depósito que foi criado pelo banco o risco de crédito é o do banco porque, nesse caso, ele é o emitente. Segundo o site do Banco de Portugal, num depósito, o risco de insolvência da instituição está coberto, em 100 mil euros, pelo Fundo de Garantia de Depósitos, nos termos definidos na lei.
Risco Cambial – Este risco avalia a incerteza quanto à evolução da cotação de uma determinada moeda. Isto significa que caso a aplicação seja feita numa moeda diferente do Euro, o risco associado depende da evolução da taxa de câmbio entre o Euro e essa moeda.
Risco de inflação – Este risco está relacionado com a evolução da inflação (taxa que reflecte o aumento generalizado do preço dos bens e serviços) e que tem impacto no ganho real do seu investimento. Por exemplo, em Janeiro um determinado cabaz de produtos custa 100 euros. Se chegar ao final do ano e a inflação for de 2% significa que para comprar o mesmo cabaz já iria necessitar de 102 euros. Se não investir de modo a compensar esse aumento estará a perder dinheiro. Desta forma, se investir num depósito cuja taxa de juro seja inferior à inflação na prática está a perder dinheiro ou poder de compra.
A avaliação da tolerância a estes diferentes riscos é determinante para apurar qual o seu perfil de investidor: conservador, moderado ou agressivo.
Avalie qual o grau de tolerância que tem a cada um destes riscos e aconselhe-se com o seu banco ou um consultor financeiro. Pode mesmo imprimir este texto e explicar detalhadamente como se sente em relação a cada um destes tipos de risco.