Leilões CTT: como participar e aproveitar oportunidades
Sabia que os CTT fazem regularmente leilões de encomendas e correio não reclamado? Descubra como funcionam e como pode participar.
De tempos a tempos, os CTT leiloam o correio não reclamado, que não foi possível entregar ao destinatário nem devolver ao remetente, e que está em bom estado de conservação. Para quem procura bons achados, a preços acessíveis, esta pode ser uma oportunidade a não perder.
Neste artigo explicamos-lhe como funcionam os leilões e como pode participar.
O que são os leilões dos CTT?
Por vezes, os CTT têm encomendas, cartas e outro tipo de correio que não conseguem entregar ao destinatário nem devolver ao remetente, porque, por exemplo, as moradas estão incompletas. Quando isso acontece, este correio é encaminhado para os Refugos Postais, uma das áreas dos CTT, e é aberto.
Depois, estes serviços – que são os únicos que podem abrir os objetos – tentam fazer uma nova entrega. Se não conseguirem, o correio segue diferentes caminhos, dependendo da sua tipologia.
As cartas, o direct mail (correio publicitário endereçado) e as publicações periódicas são destruídos. Já as encomendas e os objetos expresso seguem para leilão, a não ser que se trate de alimentos, bebidas alcoólicas, produtos de higiene, medicamentos, publicidade ou armas.
Se nos lotes de encomendas surgirem joias, pedras, metais, obras de arte ou outros objetos preciosos, é chamado um perito oficial que os avalia e determina o valor a que devem ser leiloados.
Como funcionam?
Depois de encaminhados para leilão, os lotes são avaliados por uma comissão composta por trabalhadores nomeados pelo diretor do departamento onde está inserido o Serviço de Refugos e pelos trabalhadores deste serviço. O objetivo é determinar o valor mínimo pelo qual cada lote deve ser vendido tendo em conta o valor dos objetos.
De seguida, o responsável do departamento de que depende o Serviço de Refugos escolhe quem será o presidente da comissão e o leiloeiro. Na altura do leilão, são postos à venda os lotes provenientes de objetos postais, encomendas, EMS (correio expresso) e outras coisas encontradas. Ao preço dos artigos leiloados acresce sempre o IVA.
O que acontece se um lote não for vendido pelo valor mínimo com que foi avaliado?
Se, durante um leilão, ninguém oferecer por um lote a importância mínima por que foi avaliado, este é levado a segunda praça e vendido pela maior oferta acima da base de licitação. Caso não exista qualquer oferta, o lote fica reservado e é presente num leilão seguinte.
Quando acontecem os leilões?
Os leilões dos CTT acontecem quatro vezes por ano: sempre na última quarta-feira dos meses de janeiro, abril, julho e outubro, exceto se esse dia for um feriado. Nesse caso, o leilão é antecipado um dia.
Como participar nos leilões dos CTT?
Estes leilões são públicos, o que significa que qualquer pessoa pode participar. Para saber quando são realizados, basta estar atento ao site dos CTT e aos meios de comunicação social. Antes de cada leilão, e durante o mês a que diz respeito, o Serviço de Refugos publica um anúncio no site e num jornal de cobertura nacional. Além disso, também é afixado na sala do público do mesmo serviço um aviso com as condições de cada leilão.
Vantagens de comprar em leilão
Comprar objetos em leilão pode ser uma boa oportunidade de se conseguir artigos interessantes e úteis a um preço acessível. Entre os benefícios de comprar em leilão pode-se destacar:
- Praticidade e rapidez;
- Transparência, já que os participantes conhecem de antemão os produtos que estão a comprar;
- Preços mais baixos;
- Segurança;
- Produtos de qualidade, uma vez que são escolhidos e inspecionados antes de serem postos a leilão.
Cuidados a ter ao participar num leilão
Apesar das vantagens, é preciso ter sempre alguns cuidados quando participa num leilão para que as suas expectativas não sejam defraudadas e não fique desiludido com aquilo que compra.
- Conhecer as características dos produtos: antes de licitar, é importante que verifique os objetos em que tem interesse para perceber se correspondem àquilo que quer;
- Licitar só se tiver mesmo a certeza que quer comprar: não faça uma oferta sem ter a certeza que quer comprar o produto. Se acontecer licitar por um valor elevado, que nenhum outro participante cobre, tem obrigatoriamente de ficar com o objeto;
- Ter o dinheiro disponível: por norma, tem de pagar na hora aquilo que comprar em leilão. Por isso, e principalmente se se tratarem de objetos de grande valor, garanta que tem o dinheiro ao seu dispor no imediato.
É possível recuperar o correio que vai para o refugo postal?
Sim, é. Mas existem prazos legais. O tempo que os objetos ficam guardados no Serviço de Refugos depende do tipo de correio:
- Correspondência não registada, como correio normal ou correio azul, correio editorial e direct mail: 30 dias;
- Correio registado: um ano;
- Encomendas base: entre 20 dias e três meses, mas só podem ser reclamadas até cinco dias antes do leilão;
- Objetos retidos no controlo portuário: três meses.
Tanto o remetente como o destinatário podem tentar recuperar as encomendas perdidas. Para o fazer, devem dirigir-se a qualquer Loja CTT ou diretamente ao Serviço de Refugos Postais, em Lisboa, e fazerem-se acompanhar de identificação. Também podem fazer o pedido através do formulário de contacto disponibilizado pelos CTT ou contactando a linha de apoio ao cliente (210 471 616).
O serviço é gratuito, no entanto, ao levantar o correio, é necessário pagar quaisquer custos que tenham ocorrido no percurso até aos Refugos Postais, como de envio ou armazenamento.