Cinco presentes financeiros para os seus filhos
Quando os pais pensam nos presentes que hão-de oferecer aos filhos, nem sempre ponderam a hipótese de dar uma prenda financeira. Os brinquedos dominam as ideias, mas a oportunidade pode ser excelente para começar a cultivar uma relação saudável das crianças com o dinheiro. O Contas Connosco dá-lhe umas dicas.
1. Um mealheiro a pensar no futuro
Desde cedo que é aconselhável ensinar às crianças que, para alcançarem objetivos futuros, têm de fazer sacrifícios no presente. É aqui que a hipótese de colocar um mealheiro no sapatinho assume importância.
Escolha o modelo, coloque algum dinheiro lá dentro para incentivar o espírito de poupança e explique que, se a criança não gastar a totalidade da semanada ou da mesada, poderá ir acrescentando a parcela poupada. E que, se proceder desta forma, poderá, com tempo, disciplina e paciência, acumular o dinheiro suficiente para realizar um sonho.
2. A iniciação ao uso dos cartões
Um cartão pré-pago? Por que não? São instrumentos que, ainda antes de o seu filho ser titular de uma conta bancária, podem servir para efetuar as despesas que desejam fazer para comprar aquilo que querem. Funcionam como qualquer cartão de débito.
Dois exemplos: o Unigift e o Cartão do Gil. ambos emitidos pelo Unibanco. Não são recarregáveis, mas o respetivo custo resume-se ao valor pré-pago, de 15 a 150 euros, com uma pequena parte, no valor de dois euros, a reverterem para a Unicef ou para a Fundação Gil. O cartão fica, assim, associado a um ato de solidariedade, o que também pode ser pedagógico para os mais novos.
3. Uma conta para ir enchendo
As crianças podem começar por dispor de um mealheiro. Mas o passo seguinte pode ser o de abrir uma conta em nome delas. Começam a contactar com o universo da banca, embora a sua autonomia nas movimentações seja limitada e sujeita à tutela dos pais.
Verifique qual é o valor mínimo exigido pelas instituições financeiras e que custos poderão estar ligados à abertura e manutenção das contas antes de tomar uma decisão. Tenha atenção às comissões que são cobradas e não ceda, logo à partida, à tentação de fazer uma conta à ordem para a criança no banco que utiliza habitualmente. Pode não estar a fazer a melhor opção.
Se verificar que outras entidades proporcionam condições mais favoráveis, até pode explicar por que motivo fez a opção. Isto ajudará os seus filhos a cultivar o hábito de comparar ofertas antes de tomarem decisões.
4, Ajude-os a investir de acordo com objetivos
Poupar significa não gastar hoje em função de um objetivo a prazo. Converse com os seus filhos sobre os sonhos que gostavam de realizar no futuro, eventualmente mais ambiciosos à medida que forem crescendo.
Se querem fazer uma viagem quando se aproximar a idade adulta ou ajudar a financiar as despesas de um curso universitário, é preciso que tenham uma visão de longo prazo e que saibam privilegiá-la em relação a escolhas de curto prazo que podem comprometer os objetivos futuros.
Se pretendem dispor de dinheiro para ir a um dos próximos festivais de verão, ajude-os a escolher um depósito a prazo adequado. Se o prazo que vai decorrer até necessitarem do dinheiro for mais longo, dê uma mão nas opções a tomar e ensine-lhes que, quanto mais largo o período em que vão poupar, maior o risco que poderão correr.
5. Os depósitos podem não ser as melhores opções
Há instrumentos financeiros que, para determinados prazos, podem ser mais interessantes para o dinheiro do seu filho do que um vulgar depósito à ordem ou, mesmo, a prazo. É uma oportunidade para lhe mostrar que há outra oferta no mercado e que a taxa de juro é um dos elementos importantes a ter em conta quando se toma a decisão de aplicar dinheiro.
Há situações em que dívida emitida pelo Estado, e dirigida às pequenas poupanças, funciona como alternativa ajustada às metas que se quer cumprir. Verifique as taxas de juro que remuneram os depósitos a prazo e produtos como os Certificados de Aforro e Tesouro Poupança Mais. Ajude os seus descendentes a confiarem o dinheiro a quem tenha a proposta mais generosa. Mas sem ignorar o risco de cada uma das hipóteses.