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Procura uma casa de férias? Cuidado com as burlas.

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casa de férias

Com o verão à porta, muitos portugueses andam já à procura de uma casa para passar uns dias de férias. Nesta altura, aumentam a procura e a oferta de casas de férias, mas também as burlas. Queremos tanto encontrar uma casa espetacular a um preço económico que, quando descobrimos uma “pechincha”, muitas vezes não desconfiamos que podemos estar perante um esquema de burla. Uma vivenda com três quartos e piscina em Vilamoura, no mês de julho, por 50 euros por dia, não lhe soa estranho?

Todos os anos surgem dezenas de relatos de pessoas que alugaram casas a preços convidativos, pagaram o sinal da reserva e, quando chegaram ao local, a casa não existia ou então não pertencia a quem a alugou. Noutros casos – menos graves mas igualmente desagradáveis para quem se prepara para ter uns dias de merecido descanso – é a casa alugada que está em mau estado ou não corresponde à descrição feita. Além da frustração, ser vítima de uma burla deste género arruína as finanças e as férias a qualquer família.

Quer evitar surpresas desagradáveis? Explicamos-lhe como funciona este tipo de “negócios” e, no final, deixamos alguns conselhos.

Como funciona a burla?

Os suspeitos publicam anúncios de arrendamento de imóveis a preços apelativos. Ao verem aquele anúncio que promete uma casa fantástica a um

ótimo preço, as vítimas contactam o suposto proprietário por e-mail ou ligam para o contacto telefónico disponibilizado. É então que recebem instruções para transferirem um sinal para uma conta bancária, como forma de garantir a reserva. Só depois de transferirem esse dinheiro e tentam obter mais informação ou combinar a entrega das chaves vão descobrir que foram enganadas: ninguém atende ou responde, ou então o número do alegado proprietário deixou de estar ativo. Outras vezes, só na altura de ir recolher a chave da habitação, no primeiro dia de férias, verificam que a morada indicada não existe ou que não está ninguém à espera no local combinado.

Onde é mais provável encontrar este tipo de burlas?

A Internet é o meio de eleição para estes burlões. Regra geral, os anúncios fraudulentos são publicados em sites ou plataformas de classificados ou de aluguer de curta duração. Mas a burla pode acontecer também através de um anúncio num jornal ou por outra via.

Como saber se o anúncio que está a ver é autêntico?

Não há forma de garantir a autenticidade de um anúncio, mas há cuidados que diminuem o risco de burla. Se está a ver um anúncio de um imóvel para alugar a metade dos preços pedidos nessa zona, tem razões para desconfiar. Seja cauteloso e peça informações mais detalhadas sobre o imóvel e sobre o proprietário. Experimente pedir a uma pessoa da sua confiança para tentar arrendar o mesmo imóvel para um período coincidente, para perceber se o suposto proprietário faz um duplo negócio.

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Que cuidados ter nas plataformas online destinadas ao aluguer de curta duração?

Acima de tudo, deve ter cautela em relação às informações pessoais que fornece. Os consumidores devem também verificar qual é a política de cancelamento da reserva e solicitar ao proprietário informações adicionais sobre o imóvel, para garantir que a casa que está a reservar corresponde ao imóvel anunciado e às suas reais necessidades.

Como conseguir os melhores preços em negócios de confiança?

Pesquise em diferentes plataformas, não só porque vai encontrar mais opções, mas também porque a mesma casa pode estar publicitada e disponível em várias plataformas com preços diferentes. A diferença está relacionada com as comissões que os portais cobram aos proprietários. Outra coisa que pode fazer é ler as críticas e os comentários de outros utilizadores sobre aquele imóvel.

E se foi vítima de burla, o que deve fazer?

Com a entrada em vigor do novo regime de alojamento local, os proprietários de alojamentos desta natureza são obrigados a fazer o registo dos seus estabelecimentos e a declarar a sua atividade nas Finanças. Se foi vítima de burla pode fazer uma denúncia electrónica, utilizando o e-balcão do Portal das Finanças ou apresentar a denúncia por via postal. Neste caso, faça o envio por carta registada e com aviso de receção.

Por último, sete recomendações:

  • Desconfie de anúncios que indiquem apenas contactos de telemóvel ou e-mail. Peça sempre um contacto da rede fixa;
  • Desconfie também de anúncios a preços abaixo do valor praticado no mercado;
  • Pesquise na internet referência a eventuais burlas anteriores com esse imóvel;
  • Tente que o fecho do negócio (pagamento do sinal ou assinatura de documentos) seja feito presencialmente;
  • Confirme que o nome dado pelo anunciante corresponde ao nome do titular da conta para a qual irá fazer a transferência;
  • Desconfie de anunciantes que exigem pagamentos rápidos e/ou feitos através de serviços de transferências financeiras (Western Union e similares) e envio de dinheiro por correio;
  • Guarde sempre todos os registos de contactos realizados: mensagens de telemóvel, e-mails, números de telefone e transferências realizadas.

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