Híbrido, gasolina ou diesel: qual a melhor opção?
A pergunta, tantas vezes repetida, leva a que na hora de comprar um carro novo tenha em mente, primeiro, o tipo de utilização que vai fazer do seu veículo – percursos curtos, longos, médios, citadinos ou na autoestrada – e depois que equacione ainda as diferentes opções de motorização disponíveis no mercado.
Claro que pode (e deve) juntar a esta equação as preocupações ambientais, uma vez que o setor dos transportes continua a ser o mais poluente, com mais emissões de gases de efeito de estufa para a atmosfera. Talvez por isso, a Europa já se tenha rendido de vez aos híbridos plug-in (PHEV), uma vez que as vendas destes veículos aumentaram 134% apenas no primeiro trimestre de 2020 no velho continente, quando comparado com o período anterior homólogo, segundo os números da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.
Mas como cada caso é um caso, continua a valer a pena pesar todas as variáveis, antes de decidir qual a melhor solução de mobilidade para si. Ajudamo-lo aqui a fazer as contas, para uma decisão acertada.
Vantagens dos híbridos
- Mais amigo do ambiente e o rei dos consumos: Com a ajuda da força e potência do motor elétrico, sobretudo nas acelerações e recuperações de velocidade, o motor de combustão interna, a combustível fóssil, é menos solicitado. Logo, a diminuição de consumos e, consequentemente, a redução de emissões de CO2 para a atmosfera são o seu argumento mais convincente.
- O melhor na cidade: Se é na cidade que os motores diesel e a gasolina têm piores consumos, já os híbridos conseguem a sua melhor performance de consumos no ambiente urbano. Ou seja, como o motor elétrico precisa de receber carga, esta fase é otimizada nas frequentes travagens e acelerações que geram energia cinética, convertida depois em energia elétrica. Alguns estudos apontam mesmo para reduções de consumo na ordem dos 50%.
- Plug-in: acabou-se a ansiedade de ficar sem bateria: Ao contrário dos híbridos simples, os plug-in dispõem de uma ficha elétrica, que carrega muito mais rápido do que num veículo 100% elétrico, permitindo ainda cerca de 50 quilómetros em modo apenas elétrico. Assim que se percorrem estes 50 KM, o plug-in funciona como um híbrido normal, recorrendo depois ao motor de combustão interna, a diesel ou a gasolina, não correndo o risco de se ficar a meio do caminho, como num convencional carro elétrico. Esta solução é ideal para quem não percorre grandes distâncias diárias e tenha disponibilidade para recarregar a bateria diariamente.
Desvantagens dos híbridos
- Preço: Apesar de estar cada vez mais competitivo, à medida que as tecnologias de hibridação evoluem, o preço alto dos automóveis deste segmento ainda é um tema que faz o consumidor recuar na altura da compra de um carro novo.
- Custos de manutenção: Além da sua manutenção exigir intervenções e conhecimentos mais especializados do que nos veículos com apenas um motor de combustão interna, também os custos de manutenção são superiores devido a esse mesmo motivo.
- Preço da bateria: Uma bateria dura em média sete anos, findo esse período terá de comprar uma bateria nova que ainda tem um preço muito elevado. Tenha em conta o tempo de garantia da bateria oferecido pelo construtor.
A diesel ou a gasolina?
Aqui, terá de fazer outras contas, deixando um pouco de lado as preocupações com a mobilidade sustentável. Mas atenção que há países europeus que já se comprometeram a recusar a entrada dos automóveis dito convencionais, com motores apenas de combustão a diesel ou a gasolina, nas suas cidades até 2025.
Bom, mas além dos preços dos automóveis, dos respetivos combustíveis e manutenção, há que ter desde logo em conta a quilometragem média anual e o número de anos que pretende manter o carro.
Os motores a diesel são sempre mais económicos do que os a gasolina e, embora, os primeiros fossem mais poluentes do que os segundos, as mais recentes normas europeias têm levado os construtores a reduzir de forma muito eficaz a carga poluente dos motores a diesel. Isto tem permitido com que as diferenças de emissões de CO2 para a atmosfera hoje já sejam mínimas, quando se comparam os dois motores.
Também o preço dos automóveis a diesel tem vindo a descer, à medida que o panorama se tem tornado cada vez mais híbrido, estando quase em sintonia com o preço dos veículos a gasolina. Logo, nesta equação, tenha sempre em conta a quilometragem média que faz e decida-se pela melhor opção para o seu caso.
Por exemplo, se fizer uma média abaixo dos 15 mil quilómetros anuais, os veículos a gasolina continuam a ser uma boa opção para si. Se, por outro lado, fizer uma quilometragem média semanal na ordem dos 500 quilómetros, o diesel será a sua escolha mais acertada.
Veja ainda aqui as principais vantagens e desvantagens de um e de outro motor.
Vantagens do motor a diesel
- Motor mais durável e eficiente;
- Menores consumos;
- Dinâmica na condução;
- Acelerações mais imediatas;
- Combustível mais barato.
Desvantagens
- Preço de aquisição ainda continua a ser mais alto do que os veículos a gasolina;
- Manutenções mais caras;
- Mais poluente do que os motores a gasolina.
Vantagens dos motores a gasolina:
- Preço de aquisição mais baixo;
- Manutenções mais económicas;
- Menos poluente que o diesel.
Desvantagens
- Motores menos eficientes e menos duráveis;
- Combustível mais caro;
- Maiores consumos.
Agora que já está a par de todas as vantagens e desvantagens dos vários veículos disponíveis no mercado, faça as contas e escolha a melhor opção para si. Mas não se esqueça de pôr também nesta balança a mobilidade sustentável na hora de comprar o seu carro, um tema tão presente nos dias que correm.